Capitulo 5

Voltei para casa caminhando.

Disseram que Jake havia ido embora. Achei estranho ele não ter esperado por mim. Tentei ligar algumas vezes, mais só dava caixa postal. Ele devia estar bastante zangado comigo. Tentaria falar com ele mais tarde.

- PORQUE SÓ TEM EMPREGADO INCOMPETENTE AQUI!

Eu consegui escutar os gritos da mamãe do lado de fora.

Entrei rapidamente. Antes que ela maltratasse alguém, por mero capricho. Henrietta corria de um lado para o outro, aflita. Havia malas no pé da escada, outra empregada que vagarosamente eu via por ali, descia com mais bagagens.

Quem estava indo viajar? ou chegando? Seria Nathan, ele estava de volta? Por que meu coração disparou quando pensei nessa possibilidade?

- henrietta?- ela passou por mim como um foguete.

O que estava acontecendo?

- Sua mãe, as vezes sabe como ser irritante- disse henrietta que vinha com algumas roupas empilhadas no braço.

Eu não descordava dela.

Mamãe quando queria,era mais do que irritante.

Ouvi a voz do Sr Blake me chamando no escritório. Sua voz estava suave, muito diferente daquela voz autoritaria que eu ouvia no telefone.

Me aproximei. A porta estava entre aberta e ele estava sentado,apreciando o martini com tres azeitonas que ele tanto gostava.

-Sr Blake..quero dizer, Oliver!

- Ja disse, qur não gosto dessas formalidades. Venha, feche a porta e se aproxime. Sua mãe esta deixando a todos loucos- ele riu.

- O que esta acontecendo? - perguntei enquanto me sentava.

O seu escritório era o unico lugar que ninguém atrevia entrar, sem sua presença. Ele ainda mantinha um retrato de sua esposa sobre a mesa( soube que ela faleceu vinte dias depois de trazer Nathan ao mundo). Crescer sem mãe e ter o pai que trabalhava muito, devia ter sido muito dificil para ele.

- eu pensei que jantariamos hoje como uma familia.Faz um tempo desde que fizemos isso- ele suspirou.

Não jantavamos juntos,desde que Nathan partiu, na verdade nem quando ele estava ali, era raro as ocasiões que isso acontecia. Ou ele estava ocupado demais ou mamãe estava no shopping comprando tudo o que via pela frente.

- Podemos jantar ainda- eu disse.

- Sua mãe e eu estamos fazendo uma viagem, esta tarde.

As malas, agora faziam sentido.

Ele bateu com os dedos da mão na mesa de madeira maciça, querendo me dizer alguma coisa, mais relutava por isso.

- aconteceu alguma coisa?- perguntei, aflita.

- Minha saude não anda muito bem.Os médicos querem que eu faça uma nova retomada de exames.Eles acham que eu posso ter cancer.

Aquilo caiu como bomba nos meus ouvidos. Oliver Blake, era um homem poderoso, foi assim a sua vida inteira e agora estava ali,mais recluso, com o olhar perdido.E essa doença, meu deus, ela era mortal.

- mas o que os médicos dizem?É curavel, você vai ficar bom?

Eu tinha perguntas e mais perguntas. Pensar no Senhor Blake, assim tào doente me deixará de coração partido. E Nathan sabia disso?

- Calma minha jovem- ele se levantou- Eu não quero dizer para deixa- la preocupada. Mas como parte da familia era necessario você saber. Sua mãe acha que viajarmos para um Spa e ficar um pouco longe disso tudo, me fara bem.

Mamãe estava pensando no bem estar do Sr Blake ou pensando nela mesmo.

- Ela tambem não quer que isso chegue aos ouvidos de funcionarios e os aproveitadores,como ela bem diz- ele sorriu.

- O senhor vai ficar bem.

Eu não conseguia encontrar palavras naquele momento. O Sr Blake me adotou como familia, enquanto outros me julgaram. Ele sempre foi muito bom para mim, mesm sendo tão firme, todos o adoravam.

- Nesse tempo que estivermos fora, quero que fique bem e o que precisar Henrietta estara aqui para ajuda- la. Mas você também poderá nos ligar se precisar.

- sim- assenti com a cabeça- deve agora focar em sua recuperação. Nathan, ja sabe?

A pergunta escapoliu da minha boca.

-Nathan e eu não temos nos falado recentemente- ele pareceu triste- Mas ele saberá,agora mais do que nunca preciso dele a frente da companhia aqui.

Isso queria dizer, que Nathan poderia estar voltando? senti meu corpo todo enrijecer.

- E espero que ele possa contar com a sua ajuda.

A julgar pelo que havia acontecido, eu achava dificil ele me querer por perto, mas faria o possivel para o Sr Blake não ter preocupações.

- Eu farei o melhor-Garanti.

- Você é uma boa menina, Nathan tem sorte de ter uma irmã como você.

Henrietta bateu na porta.

- conlicença. Sr Blake o motorista ja esta esperando. Blair sua mãe quer ve- la antes.

Henrietta parecia exausta.

Fugi do protocolo dando um beijo no rosto do sr Blake e sai, ouvindo ele dizer o quanto eu era uma joia. Fiquei feliz.

Subi as escadas e fui diretamente para o quarto da mamãe, ela terminava de ajeitar alguns cabelos soltos que ficaram para traz no seu coque avantajado.

- Até que enfim apareceu.Onde estava?

- No clube e depois falando com o Sr Blake.

- Então ele ja te disse- ela colocou a pulseira de brilhantes- Isso não podia acontecer agora.

- do que você esta falando?

Ela me olhou extremamente brava.

-Blair, essa doença se confirmada, pode nos levar a ruina. Imagina se isso chega aos acionistas? Vão cair que nem porcos matando.

- Isso é tudo o que importa?Eu achei que você estava preocupada com o Sr Blake e sua saude.

- e eu estou, mas se ele vier a morrer, eu não sei em que pé estamos em seu testamento.

Eu queria mandar ela calar a boca.

Ela estava sendo cruel e fria, pensando apenas em dinheiro e bem estar. Quando um homem bom como o Sr Blake estava passando por momentos dificeis.

- eu deixei alguém de confiança dentros da companhia e vai me manter a par, ja estou tomando algumas providencias.

- Mãe!- exigi que ela ficasse quieta-Você não pode estar falando sério.Achei que havia juizo nessa cabecinha.

- E tem, e estou fazendo por nós.

- O nathan, quando ele souber.

- Aquele ingrato largou o pai dele e mal liga para dar noticias. Você acha que ele não sabe?Ele pode ser uma dor de cabeça em nossaa vidas- ela agarrou meus dois ombros- Enquanto estiver fora, quero que comande a casa como uma verdadeira Blake e não deixe aquela ridicula da Henrietta, achar que manda mais.

- Pare mamãe, henrietta faz muito por todos nós.

- não irei discutir com você, sobre uma empregada. Blair, quero que comece a pensar como uma Blake e faça garantir nossa vida.Você não tem saido com o filho dos Preston?

Aquilo estava embrulhando meu estomago.

- A marie preston pode ser uma insuportavel, mas são a segunda familia mais rica daqui, então quero que faça as suas conexões, usando o que for preciso. Nós nascemos com beleza, para sabermos usarmos.

- mãe, realmente você me choca com tamanha baboseira que você fala. Eu achei que você estava fazendo isso por amar o Sr Blake, amar essa familia e ser agradecida pelo o que ele fez a nós.

- Eu o amo, tenho piedade. Mas amo a nós mais ainda e amo você ainda mais, então não em julgue por querer o melhor a você. Somos mulheres Blair e nesse jogo ou ganhamos ou ganhamos.

Ela me deu um beijo no rosto e pegou sua bolsa e saiu.

Eu sempre a defendi, sempre comprei briga pelos outros estarem falando mal dela, mais a julgar em tudo o que ela disse, as pessoas poderiam estar certa sobre ela? Ela era uma interesseira que só ligava para o bem estar dela.

Eu nunca entendi esse casamento com o Sr Blake, mamãe era deslumbrante, talvez isso tivesse atraído ele, mas então como chegamos aqui? Seu ultimo emprego foi de garçonete, um lugar em que um homem como ele jamais frequentaria e quando ela disse que havia se casado e que estavamos nos mudando, eu nunca pensaria que seria com um homem tão importante e agora, em vez dela mostrar alguma compaixão,ela pensa apenas em como uma doença tão seria como aquela poderia afetar sua vida.

Fiquei ali,uns momentos enquanto ouvia o motor do carro sumindo. Agora estava ali sozinha. Eu podia ligar para o Nathan e contar o que estava acontecendo, mais não me atrevia a pedir seu numero para Henrietta, para ser sincera eu tinha medo de ouvir sua voz.

Henrietta entrou no quarto.

Ela me entendia, ela sabia quando eu estava bem e quando eu precisava de um colo.

- eu...- chorei.

Ela me abraçou e eu me senti acolhida e bem.

- Você é uma menina que vale ouro Blair. Não carregue o mundo nas costas.

Quando ela dizia o mundo, eu sabia que ela queria dizer a minha mãe. Ela nunca ousou falar mal dela na minha frente, mas a raiva que eu estava sentindo por tudo o que ela disserá para mim antes de viajar, só crescia dentro de mim.

Então henrietta se calou e ficou ali me emprestando seu colo para chorar.

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