Novamente estamos aqui para mais um relato da minha vida, venho de uma família de formação meio estranha em costumes, minha mãe é americana e meu pai é japonês, se conheceram quando ele se mudou para cá com a família dele, então aqui se tem muitos hábitos loucos.
Sou a filha caçula da casa, tenho um irmão mais velho chamado Neji Hyuuga, ele sempre foi o queridinho do papai, um prodígio nas artes marciais, ganhava todas as medalhas em competições, sejam pela academia de papai ou pela escola.
Eu , desde que me entendo por gente vivo de dieta e vivo ouvindo papai dizer que assim não chegaria a lugar algum, que eu seria um fracasso, só vivia para comer, assim eu nunca teria uma família que eu morreria de infarto antes disso acontecer, dizia que bastava fechar a boca e malhar que tudo mudaria, falou "o especialista" de plantão que reproduzem as balelas que ouvem no telejornal local, aí já sabem: só chorava e comia ainda mais, só que de nervoso, talvez ele tivesse boas intenções, mas ao invés de ajudar, piorava o que já estava ruim, mamãe dizia pra mim, não aceitar isso, mesmo que venha de boa vontade, porque esse tipo, o inferno já estava cheio.
As pessoas precisam entender que a obesidade tem diferentes causas, nos afeta de diferentes formas e todos acreditam que sabem o que é melhor pra você, e não, não sabem, pode acreditar...
Eu ouvia calada, engolia a seco cada palavra, cada gracinha, bem o tensionada ou não, aí vocês me perguntam:
—O que você fez para mudar sua condição? —NADA, Eu, eu apenas corria para o meu quarto e chorava, era sempre assim, chorava muito e cada vez que eu ouvia isso eu acreditava, e não foram poucas, acreditem, mais e mais aquilo se tornava a minha realidade, mesmo que mamãe dissesse o contrário, que eu era sua princesa, que eu era linda, mas a realidade que chegava aos meus ouvidos, me dizia diferente: "Gorda","feia", "anormal","monstra", era assim que eu me via, foi assim por um bom tempo, acredite, tem jeito!
Eu adorava ler estórias infantis, minha rota de fuga na infância, sonhava um dia ser como elas, qualquer uma, linda com um príncipe encantado salvando me de tudo de ruim desse mundo pavoroso, adorava pensar assim até que um dia no jantar tínhamos uma visita, nossa vizinha com sua filha e seu marido, era amiga de mamãe a anos não se viam e agora são vizinhas, coincidência, senhora Tsunade Senju, ela é médica aqui do posto de saúde do bairro e do Hospital geral, seu esposo é escritor, perguntei se eu poderia ler suas obras, ele riu, você gosta mesmo de livros não é mesmo?...Mas anos depois descobri porque eu não poderia naquela epoca...kkkkk, o danado era escritor de livros erótico, putaria, se é que vocês me entendem, e o danado era bom.
Sua filha era uma garotinha bonita de olhos verdes e cabelos róseos, ela era bonita e bem cruel pode se dizer, falei a mamãe quando cheguei a mesa que já havia lido 4 livros de estórias no mês, minhas notas eram impecáveis, como sempre.
Tia Tsunade perguntou-me: —Hina querida, você gosta de alguma obra em específico?
Ingênua como sou logo respondi: —não, são tantas e todas muito lindas e todas tem lindas estórias de vida super interessante, eu seria qualquer uma delas tia, —Falei alegre ...
A sala estava em silêncio durante o jantar, foi quando todos ouviram um riso ao fundo da mesa .
—Você não poderia ser nenhuma delas, —disse Sakura que segurava a barriga de tanto rir.
Perguntei inocentemente: —Porque Não? —Esperava alguma gentileza por parte dela, já que eu estava em minha casa.
Você conhece alguma princesa gorda? Olha pra você garotinha, você é balofa e desajeitada, estranha , ninguém gosta de você ...
Eu saí da mesa literalmente correndo, nem havia começado a comer ainda, larguei e fui chorar sozinha, minha mãe veio triste e me abraçou, pedindo para eu não me importar, pois eu era linda como uma boneca de louça, mostrou meu rosto no espelho...grandes olhos de lua, pele muito branca, bochechas rosadas, mas olha bem para o meu corpo mamãe, a garota de cabelos róseos tem razão, nenhuma delas são como eu... Eu sou um monstro mãe, feia, ninguém vai amar. Eu chorava como um bebê de colo.
Tsunade nem teve coragem de permanecer ali, deixou seu esposo com Hiashi e arrastou sua filha aos gritos pela casa, cheia de vergonha e pena de Hinata, eu não queria a pena das pessoas, só queria que elas me respeitassem e me amassem como eu sou, assim ...
Me questionei por anos, porque, porqueeee? Nunca tive resposta para nenhum dos questionamentos que me fiz durante a maior parte de minha vida .
Mas isso era normal , nada do que já não escutava na minha própria casa, papai tentou falar algo mas foi abruptamente interrompido por mamãe:
—Escute aqui Hiashi Hyuuga, acho bom você a partir de agora falar direito com nossa filha ou mesmo amando você, eu o jogarei porta a fora desta casa e da minha vida, o mesmo pra você rapazinho, —freiem sua língua ao falar com Hinata ou não respondo por mim.
—Mas...tentou falar ele
—Shiuuu .... calado, falou a matriarca para o primogênito e para o pai principalmente, disse Hanna olhando nos olhos deles, você distrata nossa filha como se fosse uma anormal, ela é inteligente, linda e está sim acima do peso e daí? Isso não a torna diferente das outras garotas ...Ela é especial e só quer a merda do seu reconhecimento seu idiota, ela dedica 100% da existência dela para te agradar e ao moleque do nosso filho que só sabe por apelidos e zombar dela 24hs quando pode.
Ele pensou tudo que sua esposa havia lhe dito e pensou em como poderia ajudar Hinata, tentou leva lá para treinar com ele e Neji, ela era boa em tudo que fazia realmente, percebeu ele , mas não era isso que ela queria , ela tinha um sonho...cantar
Hanna freqüentava a igreja das nações , la ela aos poucos colocou Hinata no coral da igreja, o pastor ficou impressionado com a voz da criança, era a realização para Hinata, ela se sentia de bem consigo ao ouvir elogios da sua voz, talvez fosse o único lugar onde tinha verdadeiramente paz .
Lá não me julgavam pela minha aparência, lá ouvia elogios da minha voz , da minha conduta moral, da minha alegria de viver e da minha educação ao tratar as pessoas como iguais.
Mamãe era uma grande cozinheira de um dos homens mais ricos do estado o senhor Minato Namikaze, sua esposa era dona de uma das escolas mais conceituadas do país, era escola de ricos, mas senhora kushina tinha grande admiração por mamãe e presenteou nos , a mim e a meu irmão com bolsa 100% e ela arcaria com os livros da instituição que não eram nada baratos, se minha vida era uma piada de mal gosto , então a partir daí tudo ficou muito, muito pior.
Nosso primeiro dia nessa escola eu e Neji fomos deixados por papai na porta da escola, uniformizados e com as devidas mochilas nas costas, logo Neji fez amizades, eu, eu continuei como antes ...eu, o de sempre , me senti ainda pior , diferente de antes e me isolei ainda mais...
No início dava pra me esconder, mas no momento que eu era a melhor aluna da sala e da escola em notas, logo virei alvo, alvo de piadas grotescas de gente absolutamente sem noção, eu não tinha forças pra me defender , pra sair desse buraco negro que me engoliu.
Um dia estava embaixo das enormes árvore que tem no pátio da escola, era intervalo, eu estava apenas lendo um livro de romance desses bem clichê, água com açúcar como dizem por aí, e gratuitamente duas garotas, uma loira de olhos lilases chamada Shion e uma ruiva chamada Karin tomaram o livro e começaram a sessão humilhação:
—Só lendo mesmo, —disse Karin, na forma de deboche.
—Quem vai querer você, baleia encalhada? —Continuou a me humilhar, gorda , rolha de poço , disse Shion rindo.
Elas me chamavam do que queriam, faziam o que queriam simplesmente nada acontecia, ninguém se compadecia da minha dor, afinal de contas era só "brincadeirinha" e saíram gritando :
—Você é ridícula sua nerd, se olha no espelho, garota feia —Falou a loira gratuitamente.
Como se não bastasse toda humilhação sofrida com aquelas palavras ofensivas, para piorar, ela ainda jogou os meus livros no chão, o que eu fiz? Devem estar se questionando agora, eu apenas chorava, nessa hora ele abaixou pegou livro e me entregou, apenas disse :
—Não liga pra elas, vai dar tudo certo, ele piscou e saiu com sua mochila nas costas.
Eu acho que príncipes encantados existem, foi o que pensei quando olhei nos olhos dele, ele é o tipo do carinha perfeito, loiro, alto, algo em torno dos 1.89m, olhos azuis, sorriso enlouquecedor, corpo bem definido, desde então o acompanho com os olhos. Não, não pense que em algum momento eu nos imaginei juntos, não, eu não acreditei nisso nem por um minuto, me sentia um pouco demais para aquele ser de exalava luz própria...
Passei o ensino fundamental dessa forma, fugia das garotas que faziam bullying comigo, olhava Naruto a distância, "comia" livros, pois eram minha rota de fuga da minha realidade.
Algumas vezes quis contar pra minha mãe, mas não queria causar problemas pra ela, poderia me defender usando artes marciais, mas também seria outro problema e correria risco de perder a bolsa sendo expulsa, fora a decepção da única pessoa que realmente parece me amar, então resolvi aceitar o meu destino, seria esses os desígnios de Deus pra mim? Muito tempo depois eu teria essa resposta, clara como água cristalina na fonte, quero compartilhá- la com vocês.
O tempo passava e via meu irmão se dando bem, era o querinho de Gai, professor de educação física, tinha muitas fãs pela escola, não era pra menos, garotas que disputavam e suspiravam pelos corredores da escola por meu irmão, algumas caras de pau se aproximavam para conseguir telefone, informações dele, mas depois eu voltava a ser só a cega, gorda ou nerd idiota, ouvia isso pelas costas, pela frente ou em piadas dentro da sala contadas pelos engraçadinhos de plantão, toda sala tem um piadista, escroto ou não.
E foi assim nessa vida sem graça que eu entrei na adolescência e no ensino médio, completamente desacreditada em mim como mulher, sabia da minha inteligência, mas minha capacidade de me amar, de me ver linda como pessoa, essa foi linda, massacrada e praticamente não existia.
Como eu me vejo? Exatamente como meus algozes diziam, uma gorda, nerd e sem rumo, como sonhar com a fama se as pessoas querem apenas o belo e nada tenho a oferecer.
A cidade onde moramos é de porte médio, São Francisco, e apesar do tamanha a ignorância das pessoas ultrapassa qualquer barreira, mas mudar isso só depende de nós mesmos, pensou Hinata decepcionada.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 21
Comments
odia Costa
Como sofreu essa menina 😞😔😞😔😞😔😞😔😞😔😞😔😞😔😞😞
2023-08-27
0
Maricoelho
Puxa, terminaram com a autoestima da pobre garota
2022-11-12
0