Hora do confronto mãe e filha

Após trocar mensagens com o amigo e lhe agradecer pela indicação, Anny ficou deitada no sofá, olhando suas redes sociais quando a campainha tocou, e se surpreendeu ao abrir a porta.

- Mãe?!

- Já que você não me procurou quando chegou, vim até você, vai me deixar entrar?

- Por favor! – fala dando passagem para que sua mãe entre.

- Obrigada! – fala entrando .

-Agora que já entrou e já sentou, pode me dizer o que quer?

- Apenas vim ver como você está, afinal sou sua mãe.

- Você também lembrou que era minha mãe guando transava com meu namorado? Ou veio aqui conferir se ele não estava aqui comigo?

- Claro que não filha, vim apenas te ver, afinal já são três anos longe uma da outra.

- Ok, vou fingir que acredito, só não espere que eu me debulhe em lágrimas e te abrace dizendo o quanto senti sua falta.

- Filha vamos deixar isso no passado, eu te amo, você é minha filha.

- Deixar no passado? Encontro minha mãe transando com meu namorado, e você me pede pra deixar no passado?

- Eu sei que erramos mas nos apaixonamos.

- Então tivessem sido honestos comigo, vocês não tem noção do quanto arruinaram a minha vida.

- Você fala como se tivéssemos matado alguém.

- E matou. Anny grita já alterada.

- Do que você está falando Anny ?

Já com lágrimas nos olhos ela despeja tudo em sua mãe, ela joga pra fora algo que ela guardou todos esses anos.

- Eu tô falando mãezinha do meu filho, tô falando que naquele dia eu tinha descobrido que estava grávida do Felipe, eu fui toda contente pra casa planejando um jeito fofo de contar a novidade pra ele, e dou de cara com vocês juntos naquele quarto, naquela cama e o resultado disso tudo foi um aborto espontâneo, e vocês ainda querem que eu os recebam de braços abertos?

- Filha eu, – sua mãe fica sem palavras, pois essa foi uma verdadeira bomba jogada em seu colo.

- Não quero ouvir mais nada, só quero que vocês fiquem longe de mim, da minha vida, esqueçam da minha existência só isso, apenas isso que te peço.

Sem saber mais o que falar Flávia pega sua bolsa e vai embora, deixando Anny chorando naquele sofá lembrando daquele fatídico dia em que perdeu seu filho, ela chorou até adormecer, acordou com sua amiga lhe chamando.

- Eu bela adormecida, acorda. – Lívia fala sorrindo, quando percebe que sua amiga havia chorado.

- Oi, tem tempo que você chegou?

- Uns cinco minutos, e por que essa cara de choro?

- Minha mãe veio aqui agora de tarde.

- Nossa!! – fala surpresa.

- Segundo ela veio me ver.

- E aí como foi?

- Aí ela disse que era pra deixarmos toda essa situação no passado.

- Ah, ta de sacanagem , eu devia tá aqui pra dar uns tapas nela, desculpa amiga

- Não, não peça desculpas, eu também queria que você estivesse aqui. – Fala dando um sorriso sem graça.

- Esse povo não tem um pingo de vergonha na cara.

- Pois é, aí eu acabei contando tudo, que eles mataram meu filho, – conta sentindo as lágrimas caírem de seus olhos novamente.

- Nossa amiga, não fica assim, imagino que tudo isso ainda doe muito em você, mas logo passará.

- Por isso que preciso desse trabalho, preciso ocupar minha mente e esquecer esse povo.

- Vai dar certo sim, bom vamos tomar banho? e depois preparamos algo pra comer, tá bom?

- Tá bom, vamos sim, obrigada amiga, não sei o que seria de mim sem você.

- Pode contar comigo pra tudo meu amor, – fala abraçando ela e dando-lhe um beijo na testa.

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