Capítulo 1 - Essa É A Minha História

Los Angeles, California

25/02/2018 • Sexta - Feira

Melody

(17:00)

Meu nome é Melody Wells, tenho 18 anos.

Tenho um irmãozinho chamado Kyle Wells, que tem 3 anos

Minha mãe morreu a alguns meses, nunca conheci meu pai. Sei que meu pai nos registrou, a única informação sobre ele que tenho é saber seu sobrenome: Wells.

As coisas não estão fáceis nos últimos meses não sei o que faria sem a ajuda de Ellen, minha vizinha:

Ellen Ross 40 anos

Trabalho numa cafeteria como garçonete para colocar comida em casa. Kyra, minha gerente sabe da minha situação, então uma vez na semana ela me deixa levar algumas coisas que sobram: pão, suco, café, biscoito.

Outra coisa que me alivia é o fato de Kyle estudar em escola pública em tempo integral. Isso garante que por 5 dias na semana ele tenha café da manhã, almoço e lanche. Na janta comemos o que tem em casa.

Hoje por exemplo estava quase vazia, com excessão de um pão duro e velho, um pacote de biscoito de chocolate pela metade e um sachê de suco em pó de laranja.

Apetitoso! No fundo, me sinto culpada por não poder proporcionar uma alimentação adequada a Kyle, porém penso que não tenho culpa de nada que aconteceu, e apesar de amar muito minha mãe a culpo por não ter cuidado direito de mim e Kyle.

Sempre trazia homens para casa, no dia seguinte abria a geladeira e tinha carne, queijo, iogurte, frutas e cereal. Sabia muito bem o que ela fazia para sobrevivermos, apesar do esforço o fato de ter sempre gente estranha em casa é que a tornava perigosa.

Os homens sempre eram mais velhos, agressivos e irritados. Em um dessas visitas, Mr. Keith, o homem que mais veio aqui em casa invadiu meu quarto para abusar de mim, lutei com todas as forças mas não consegui impedir!

Minha mãe descobriu e não fez nada, tempos depois ele voltou exigindo que minha mãe nos abandonasse e fôsse morar com ele. Ela aceitou, dois meses depois descobri que ela morreu por estrangulamento.

Fui reconhecer o corpo, e era ela mesma. No entanto o culpado nunca foi encontrado e eu tinha certeza de que quem tinha feito isso, provavelmente estaria observando todos os meus passos. O asqueroso Mr. Keith!

Até hoje sinto meu estômago revirar por ter passado tanta dor, e indiferença da minha mãe com relação ao abuso que sofri. Ter perdido a minha virgindade contra minha vontade, foi a pior sensação da minha vida.

Tive que deixar toda vergonha e sofrimnto de lado para amadurecer e cuidar do meu ir.ão eu mesma. Meu sonho é ir para a faculdade de Arquitetura, mas com a realidade em que vivo esse sonho parece muito distante.

(19:00)

Ellen trouxe umas compras para nós! Algo simples, já que era o que ela podia. Ellen também passava momentos difíceis: sua filha Karen começou um relacionamento com o namorado dela, isso a deixou completamente arrasada e dividida. Pois apesar de tudo Karen é sua filha, o que ela fez foi algo inadimissível.

Karen era minha melhor amiga, e o fafo dela ter feito isso com a mãe que sempre lhe deu tuso do bom e do melhor, me deixou profundamente decepcionada. Ainda nos víamos, semana passada ela trouxe algumas roupas e doces para Kyle, presente do Heitor seu noivo. Isso mesmo noivo!

Segundo a mesma, foi surpreendia por ele na porta da faculdade. Almoçaram fora num restaurante chique onde o pedido aconteceu.

Fico dividida com toda essa história. Tento não me envolver, tenho problemas demais para lidar.

Me desperto dos pensamentos com uma batida na porta, a abri e era Mr. Kavinsky, o dono da vila:

Patrick Kavinsky, 39 anos

Patrick: Boa tarde, Melody!

Melody: Boa tarde, Mr. Kavinsky!

Patrick: Não me chame assim, me faz sentir como um velho!

Melody: Hum...

Mr. Kavinsky foi compreensivo comigo após a morte da minha mãe nos deixou morar aqui de graça para não viver na rua com Kyle. Mas no fundo sabia que um dia teria de pagar. Por isso juntei um valor em dinheiro para pagar pelo menos os próximos 2 meses.

Era questão de sobrevivência! Ter um teto sobre a cabeça. Sei que passamos muitas privações mas tive que fazer o que achei necessário!

Semana que vem receberia meu salário e conseguiria colocar comida em casa.

Patrick: Me chame de Patrick!

Melody: Tudo bem Patrick, tenho algo para você.

Patrick me olhou confuso, tirei um bolo de dinheiro da minha carteira. E lhe entreguei o dinheiro. 400$.

Patrick: Não posso aceitar..

Melody: Patrick, você me ajudou os últimos meses sou grata por isso, mas preciso fazer o que é certo.

Patrick: Como vocês vão passar o fim do mês?

Melody: Darei meu jeito!

Patrick: Não posso aceitar..

Melody: Pode sim! Eu e Kyle ficaremos bem.

À contra gosto ele guardou o dinheiro em sua carteira. E disse que veio aqui para trazer umas

frutas e iogurte para Kyle. Agradeci. Ele foi embora.

(21:00)

Kyle dormiu, deitei ao seu lado na cama. Olhei para o teto e comecei a pensar que finalmente as coisas se acalmariam. Sorri com esse pensamento e adormeci.

26/02/2018 • Sábado

Melody

(09:23)

Hoje era o meu dia de folga, aproveitei para faxinar a casa, ajudar Kyle com os trabalhos de casa e só então depois descansar.

Não era fácil fazer tudo sozinha, mas não podia reclamar. Logo, tudo estaria no devido lugar.

(10:27)

Vou para sala e percebo que tem um envelope no chão. Como não reparei nele antes? O peguei, quando ia abrir. A porta se abriu bruscamente.

Um homem muito elegante me olhou de cima a baixo.

Aquilo já estava me irritando!

Melody: Quem é você? E o que você quer? - perguntei irritada.

Quando o homem ia falar Kyle correu chorando assustado.

Melody: Olha o que você fez! - peguei Kyle no colo e tentei acalmá-lo.

Homem: Ms. Wells? - perguntou.

Melody: A mesma e de péssimo humor! - revirei os olhos.

Homem: Preciso que me acompanhe..

Melody: Não vou a lugar nenhum até me dizer quem é e o que quer comigo?

Homem: Não só com você, com o menino também!

Melody: Kyle vai pro quarto e não sai de lá até eu te chamar tá bom? - o coloquei no chão.

Kyle: Sim, imanzinha - foi para o quarto, não sem antes me abraçar.

Respirei fundo e procurei me acalmar, quando ia falar o homem me interrompe dizendo para ler e verificar o conteúdo do envelope que em 7 dias ele voltaria.

Perguntei o porquê dele não dizer exatamente sobre o que se trata. O homem respondeu que não podia interferir em nada. Foi aí que não entendi nada mesmo.

Mesmo relutante concordei em não insistir mais com perguntas e ele foi embora ainda me encarando.

Cara estranho! De qualquer forma disse aquilo para que ele fôsse embora, espero não encontrá-lo nunca mais...

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"Homem"

Anthony VanCamp, 24 anos

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