Elisa Wattson
É difícil para mim ter que acordar todos os dias e descobrir que minha vida mudou. Há um ano e meio tudo era diferente, era somente uma filha amada que tinha apenas os estudos para se preocupar, hoje vivo uma dura realidade da qual quero fugir.
Nasci e cresci em Nova York, onde vivi momentos maravilhosos ao lado da melhor família de todas, era apenas meus pais, eu e minha irmã mais nova, éramos muito felizes.
Meu pai era contador, minha mãe dona de casa e mãe em tempo integral, eu e minha irmã melhores amigas. Eloise era totalmente diferente de mim sempre alegre, espontânea e com muita facilidade de fazer amigos o contrário de mim que sempre preferi me dedicar nos estudos e meu sonho.
Sempre acreditei que venceria na vida, que meu maior obstáculo era passar pelo ensino médio e a faculdade, então seria livre para ganhar o mundo. Conseguiria um bom emprego onde me destacaria entre meus colegas me tornando a melhor advogada em minha área, compraria meu apartamente que seria lindo e aconchegante, aos poucos seria bem sucedida, isso não aconteceu.
Quando estava com 19 anos e minha irmã 17 anos, ela engravidou de um rapaz que não assumiu suas responsabilidades, meus pais piraram com a descoberta e aos poucos aceitaram com muita alegria a chegada do seu primeiro neto e com o passar dos meses aquele bebê era o mais aguardado e amado.
No dia em que minha irmã entrou em trabalho de parto e que deveria ser um momento de felicidade, perdi o rumo da minha vida.
Minha irmã acordou no meio da noite dizendo que sua bolsa estourou, arrumamos suas coisas e a do bebê no carro e seguimos para o hospital, foi então que tudo aconteceu. No meio do caminho fomos surpreendidos por um clarão e senti apenas o impacto, não sei exatamente o que aconteceu, acordei em um quarto de hospital três dias depois e descobri que tive um traumatismo craniano, procurei saber sobre minha família e foi naquele momento que meu mundo foi destruído, meus pais e minha irmã não resistiram ao acidente.
Meus pais morreram no local, minha irmã chegou com vida no hospital e morreu durante a cirurgia. Quando estava em completa escuridão vi surgir em minha frente uma luz, ele era pequeno, frágil e totalmente dependente de mim, os médicos não sabem explicar como, mas meu sobrinho sobreviveu ao acidente assim como eu, não sei explicar a emoção que senti em saber que não estava sozinha nesse mundo, porém com muito medo de como seria minha vida daquele dia em diante.
Depois de alguns dias tive que fazer a coisa mais difícil da minha vida, enterrar meus pais e minha irmã. Houve momentos que desejei estar com eles e não ter que conviver com a dor que estava sentindo por perdê-los.
O que me mantinha forte era ver em meus braços um bebê frágil, um ser indefeso que precisava de mim, mas não tanto quanto eu precisava dele. Depois daquele dia
assumi a responsabilidade de cuidar do Luccas deixando minha vida calma e tranquila para trás, cumprindo apenas com meu novo papel, ser mãe solteira.
Hoje um ano e meio depois estou com 21 anos e passando por momentos ruins, o dinheiro que recebi como indenização pela morte do meu pai está chegando ao fim, paguei toda hipoteca da casa onde moro com Luccas, as despesas do funeral e o pouco que sobrou gasto com meu sobrinho. O que preciso é conseguir um emprego dar conforto e segurança para o meu menino.
Luccas é meu sobrinho, filho da minha irmã querida, mas no dia em que sai do hospital com ele nos braços decidi registrá-lo como meu filho e facilitar nossa convivência evitando assim explicação sobre a mãe dele. Hoje somos apenas nos dois e faço de tudo para que ele seja uma criança feliz assim com eu e sua mãe que crescemos rodeado de muito carinho e amor.
O que está me preocupando no momento é nao conseguir um emprego para manter a mim e meu filho. Procurei em vários lugares, infelizmente sem uma formação específica e com uma criança pequena é difícil conseguir um trabalho.
Tenho apenas mais um lugar para ir onde precisam de uma governanta, no anúncio diz que exige experiência, pontualidade e que tenha mais de 35 anos, sei que é loucura tentar essa vaga, mas não tenho nada a perder.
Preciso sustentar meu filho, essa não foi a profissão que escolhi para viver mas devido as revira-voltas da vida, esse é o emprego perfeito.
Outro dia
Acordo cedo, coloco uma roupa apropriada para entrevista e faço uma maquiagem básica, arrumo Luccas, faço uma mamadeira e aguardo Maya chegar para ficar com meu filho, não demora e ela chega, peço para ela me desejar boa sorte e após ouvir ela falar aquela palavras saio de casa.
Após alguns minutos chego no lugar onde farei a entrevista, fico encantada com aquela casa ou melhor mansão, simplesmente é linda e aconchegante. Sou recebida por uma mulher de aproximadamente 40 anos chamada Célia, na entrevista ela questiona a minha idade e pergunta porque preciso do emprego, não gosto de falar sobre a morte da minha família, mas diante da situação que estou vivendo tive que contar como está minha vida depois de um ano e meio que eles se foram o único detalhe que não mencionei foi o fato de Luccas ser meu sobrinho ao invés de filho.
No final da entrevista Célia disse que por ela o emprego é meu, só que antes precisa conversar com seu chefe, pois sou muito nova e também tenho um filho pequeno.
Voltei para casa com um pouco de esperança e acreditando no impossível, no final do dia recebi a ligação de Célia dizendo que seu chefe pediu que fizesse um teste antes de decidir sobre minha contratação, fico muito animada e sinto que esse emprego é meu, pois darei o meu melhor.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Fabiana Do Prado
❤️❤️❤️❤️ enfim o recomeço para os dois 💖💖💖
2024-09-08
0
Ana Lúcia De Oliveira
Muito bom.
2024-09-03
1
Luci Mari Marafon Kuss
tô achando que ele é o pai do bebê
2024-08-12
0