A Bela Adormecida E O Médico Encatado Capítulo 5

Os dias e as semana foram se passando, eu tentava manter minha rotina para não pensar no Allan, e nem lembrar do que ele fez comigo, umas semanas foram bem difíceis, tinha dias que era inevitável me afogar nas minhas lágrimas mas a Juh e a psicóloga me ajudaram muito. O Allan por umas semanas sumiu, não apareceu no restaurante e nem me mandou mais mensagens. Fui ver ele no restaurante quase um mês depois, cheguei e dei de cara com ele saindo.

Allan

— Oi Camila, bom dia!

Camila

— Bom dia Allan.

Falo sem dar muita trela para ele.

Allan

— Quanto tempo, como você está?

Camila

— Estou bem e você?

Allan

— Estou levando... Camila eu gostaria de me desculpar com você pela atitude que tive no bar aquele dia...

Camila

— Desculpe Allan mas não posso conversar agora, estou atrasada e não quero que seu tio fique chateado comigo, tenha um bom dia!

Falei e entrei no restaurante passando por ele na porta. Eu não queria escutar o que ele tinha para me dizer, não a essa altura do campeonato, eu já estava superando e sabia que qualquer coisa que ele dissesse para mim ia mexer na ferida que ele tinha deixado no meu coração. Com o passar dos dias eu não encontrei mais ele. Veio a semana de provas da faculdade e eu estava totalmente focada nisso, e com essa correria não me alimentava direito, por mais que sempre tenha amado a comida do restaurante ela não me descia, e quando eu forçava um pouquinho ela me fazia mau. Em uma noite de sexta-feira eu estava na faculdade e saí mais cedo por causa da prova, resolvi ir com a Talita num barzinho que tinha de esquina ali perto, era bem simples, bebida barata, nos bebemos bastante e consegui me divertir e acabei passando da conta. No dia seguinte acordei com uma ressaca, vomitei varias vezes e passei mal mesmo.

Juliana

— Amiga o que você tomou naquela espelunca que a Talita te levou?

Talita

— Hoô Juliana, não é porque você não foi que tem que falar mal da espelunca do meu amigo!

As duas começam a rir que nem bobas e eu no banheiro vomitando as tripas.

Camila

— Eu tomei umas cervejas, e uma porcaria que o Jorge amigo da Talita me deu, se chama Maria Mole, nem sei o que tinha naquilo, só sei que era doce pra caramba.

Talita

— Fora a caipirinha de limão, a de morango com vodka, a dose de velho que tomou no copo de não sei quem, essa menina saiu da casinha ontem.

Camila

— Caramba eu bebi tudo isso mesmo?

Talita

— Bom, isso foi o que eu vi que você tomou!

Juliana

— Eu só consegui prestar atenção na tal da Maria Mole? Isso não é doce de padaria não?

Talita

— Até onde eu sei era, mas pensa num negócio bom que eles fizeram e deram esse nome.

Juliana

— Eu heim? To fora! Quando vocês vão me levar lá para provar?

Talita

— Hahaha como assim? To fora mas quero?

Juliana

— Lógico, se for para ficar no grau que a Camila ficou eu topo. hahaha

Camila

— Vocês ficam tirando sarro de mim mas não tem ideia do que essa porcaria faz, não paro de vomitar credo.

Juliana

— Você que é fraca amiga! hahah

As duas ficam pegando no meu pé por um tempo, mas ai notam que eu não estou literalmente bem.

Juliana

— Amiga você não para de vomitar mesmo, você quer ir no médico? Eu vou com você!

Camila

— Não precisa amiga, é so ressaca, logo passa. Mas uma coisa eu garanto! Eu nunca mais bebo assim.

Talita

— Duvido heim. hahah. Mas amiga, sério que você não quer ir no médico? Ta feia a coisa ai heim!

Camila

— Não! Obrigada meninas. Logo estou bem.

Fiquei o final de semana tentando me recuperar do estrago que fiz no meu fígado. Mas já era domingo a noite e eu ainda passava mal. Estava no meu quarto deitada quando derrepente meu celular começa a tocar, olho no visor e era o seu Gilberto, tio do Allan, me passou na cabeça que talvez ele quisesse falar algo do restaurante.

Camila

— Alô!

Gilberto

— Camila é o Gilberto, você está na sua casa?

Camila

— Sim! Estou Beto, aconteceu alguma coisa?

Percebi que seu tom de voz estava alterado e parecia estar bravo.

Gilberto

— Sim! Aconteceu! Eu preciso que se troque, estou mandando um taxi ai na republica para te pegar, ele vai te trazer até a minha casa.

Camila

— O senhor esta me deixando preocupada, preciso realmente ir aí? Não pode me adiantar o assunto por telefone?

Gilberto

— É o Allan, Camila ele chegou aqui na minha casa extremamente embriagado eu acho que ele passou o dia todo bebendo, disse que precisava me contar uma coisa que tinha feito e não podia mais carregar essa culpa sozinho...

Na hora passou-me na cabeça que ele contou o que realmente aconteceu com a gente, senti o meu corpo estremecer.

Gilberto

—... Ele me contou Camila, o que fez com você, e eu não acredito que esse canalha fez isso com você! Eu quero que você venha aqui na minha casa agora! Se você confirmar que ele fez isso mesmo eu acabo com a raça dele. O taxi deve chegar em breve pois já está a caminho. Te aguardo Camila.

Ele termina de falar e desliga, não me dá alternativas se posso ir ou não. Resolvo me trocar e ir, aviso as meninas que vou sair.

Juliana

— Camila onde você vai a essas horas? Você parece atordoada, o que aconteceu?

Camila

— O Gilberto me ligou Juh, a bomba explodiu para o lado do Allan e ele quer que exclarecer a situação comigo, está mandando um taxi para me buscar.

Juliana

— Eu vou com você, vou só tirar esse pijama, não vou deixar você ir sozinha encontrar ele.

Camila

— Não Juh, eu agradeço, mas preciso resolver esse problema sozinha! Me desculpe!

Pego minha bolsa e saio, ao chegar la embaixo o taxi já me aguarda. Vou o caminho todo agoniada.