Contrato.

Capítulo 4

Loren

Finalmente em casa…

Mas as palavras de Laila ainda pesavam no meu peito.

Eu me joguei no sofá, massageando as têmporas.

Tanto tempo… Tantas renúncias… Para nada.

— Loren?

A voz do meu pai me fez erguer os olhos. Ele estava sentado na poltrona, me esperando.

— Sim, pai?

Ele respirou fundo antes de ir direto ao ponto:

— Precisamos conversar.

Ótimo.

Eu já imaginava sobre o que seria.

— Meu filho, você precisa casar e ter um herdeiro.

Soltei um suspiro.

— Pai…

— Já tem trinta anos, Loren. Os acionistas estão inquietos, querem tomar seu lugar. Um matrimônio e um herdeiro fortaleceriam o nome da família.

Apertei o maxilar.

— Farei o possível, pai.

Mas eu não fazia ideia de como.

Nina

— Nina!

Ah, não.

Só faltava essa.

Me virei e encarei Poul, já sentindo o estômago revirar.

— Algum problema, Poul?

Ele sorriu de lado, avaliando minha barriga.

— Vejo que está cada vez mais… Como posso dizer…

Fez um círculo com as mãos e soltou uma risada debochada.

Desgraçado.

Cruzei os braços, mantendo a calma.

— Você não tem trabalho para fazer?

Ele ignorou minha pergunta e se aproximou.

— Você acha que eu engoli aquela historinha?

Engoli em seco.

— Farei de tudo para essa criança não nascer.

Meu coração disparou.

— Poul!

Ele sorriu, frio.

— Se eu não sou o pai… Então quem é?

Antes que eu pudesse responder, uma voz grave ecoou atrás de nós.

— Sou eu.

Meu coração parou.

Me virei devagar.

Presidente?!

— Senhor… — tentei falar, mas ele me cortou.

— Nina, sei que você queria manter segredo, mas uma hora ou outra todos saberiam.

Poul arregalou os olhos.

— Senhor presidente, Nina… — ele tentou argumentar, mas Loren não deu espaço.

— Poul, há alguns meses encontrei Nina em um bar. Bebemos e passamos a noite juntos. Graças a você, descobri que ela estava grávida e, com um teste de DNA, comprovei que o filho é meu.

A expressão de Poul ficou sombria.

Loren continuou, firme:

— Quanto a você… Pela sua conduta inaceitável, junte suas coisas e saia da minha empresa.

Loren

Agi por impulso, mas há males que vêm para o bem.

Nina parecia atordoada.

— Presidente… — sua voz saiu trêmula.

Cruzei os braços, observando-a.

— Nina, o que acha de um contrato?

Ela piscou, confusa.

— Um contrato?

— Sim. Os acionistas estão me pressionando. — Respirei fundo. — Precisam ver que sou um homem estável, com uma família. E você precisa de segurança para você e seu filho.

Ela não disse nada.

Continuei:

— Podemos firmar um contrato de dois anos. Você terá apoio, segurança, estabilidade. Em troca, você me ajudará a manter minha posição.

Seus olhos refletiam medo.

— Nina… Eu sei que criar um filho sozinha não é fácil. Ouvi dizer que sua mãe mora em outro país, que você não tem família aqui.

Ela baixou o olhar.

— Você está sozinha.

Tentei suavizar o tom.

— Mas se aceitar, não estará mais. Eu cumprirei minha palavra.

Ela respirou fundo.

— Eu… Eu aceito, presidente.

Sorri de leve.

— Me chame de Loren.

Loren

— Pai?

Ele ergueu os olhos do jornal.

— Sim, Loren?

Respirei fundo.

— Vamos nos preparar para meu casamento.

Meu pai piscou, surpreso.

— Já encontrou uma boa esposa? E um herdeiro?

Assenti.

— Sim. Mesmo que não seja de sangue…

Ele me encarou por um longo segundo.

— Há poucos dias, não havia ninguém. O que aconteceu?

Dei um meio sorriso.

— O destino.

Meu pai suspirou, pensativo.

— Um filho que não é seu… Tem certeza de que saberá lidar com isso?

Olhei para ele com firmeza.

— Eu sei que vou amá-lo como meu.

Ele abriu um sorriso discreto.

— Então, meu filho… Meus parabéns.

Nina

Aceitar a proposta de Loren era a melhor maneira de proteger meu filho.

Em uma semana, me mudei para a casa dele e nossa certidão de casamento já estava guardada na gaveta.

O senhor Edgar e a dona Sofia me receberam com carinho. Eram amorosos e me faziam lembrar de como era ter uma família.

Havia dez anos que meu pai falecera. Minha mãe me deixara aos oito anos para viver um amor em seu país natal.

Eu cresci sozinha.

Mas, agora… não estava mais.

Os dias passaram.

Loren e eu desenvolvemos um relacionamento respeitoso e, aos poucos, até carinhoso.

Ele sempre foi gentil e atencioso.

E eu?

Eu tentava dar o meu melhor para retribuir.

— E se for menino?

Loren perguntou, de repente, durante uma consulta médica.

Olhei para ele, curiosa.

— Você quer um menino?

Ele hesitou, depois sorriu.

— Eu não tenho uma preferência… Mas poderia se chamar Lian.

Pensei no nome por um momento.

— É bonito.

A doutora sorriu.

— O pai parece animado.

Meu peito apertou.

Loren estava desenvolvendo um amor paternal tão bonito…

E, naquele instante, a médica deu a notícia:

— Parece que o papai acertou. É um menino!

Loren congelou por um segundo.

Então, seus olhos brilharam.

— Loren… Você está chorando?

Ele sorriu, enxugando discretamente uma lágrima.

— Estou emocionado com o nosso menino.

Loren

Não consegui segurar a emoção.

Escutar aquele coraçãozinho batendo foi… indescritível.

Olhei para Nina e percebi algo que ainda não tinha reparado.

Ela estava linda.

Radiante.

E naquele momento, algo dentro de mim mudou.

Eu senti que aquela era a minha família.

Antes que pudesse me conter, beijei-a.

Foi um beijo curto, mas quente.

Nina me encarou, confusa.

Sorri para ela.

— É nosso filho, Nina. Nossa família.

Ela sorriu de volta.

E, naquele instante, tive certeza.

Eu estava me apaixonando por essa mulher.

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Comments

Anonymous

Anonymous

tô achando meio rápido a história, mas não tô reclamando não,sem muita inrolação, tudo dando certo na vida dos personagens...

2020-05-05

1

Yasmin França

Yasmin França

"Pai , acabei de encontrar uma mulher que eu engravidei " uma simples frase foi o cúmulo , rir tanto que fiquei sem ar 😅

2020-04-29

4

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