Acordo animada, me arrumo para minha corrida matinal, prendo o cabelo e
coloco meu fone de ouvido. Pego uma fruta, a minha garrafa de água, coloco o
meu fone e saio. Gosto de correr no Parque de San Mateo, a cinco quadras da
minha casa. Coloco a música no volume máximo e corro distraída na ciclovia, quando
de repente, bato sem querer numa parede de músculos. O iPhone dele rola para longe
no gramado e eu desequilibro também e caio sentada, ele me ajuda a me levantar,
coloco as mãos no cotovelo, que está arranhado. Ele pega o iPhone dele e já
levanta me xingando e nem olha na minha cara.
PAREDE DE
MÚSCULOS - Você por acaso é cega? Não costuma olhar por onde anda, mocinha?
BRUNA - Me
desculpe, estava distraída ouvindo música, estou na pista de corrida, você
reparou? Você saiu de uma vez da ciclovia e se virou na minha frente. Desculpe,
e eu não te vi.
Ele olha o
meu cotovelo arranhado, tirando grama da minha roupa.
PAREDE DE
MÚSCULOS – Não foi nada.
Observo
como esse homem é lindo, mão super macia, com o seu terno impecável,
barba bem-feita,
usa um perfume marcante com tom amadeirado, parece um deus
grego, e no
meio do meu devaneio, o ouço a continuar a me xingar.
PAREDE DE
MÚSCULOS - Agora vai me dizer que a culpa é minha, garota atrevida e
sem noção.
BRUNA
Como ele
não aceitou minhas desculpas, e ainda continuava
com as suas
grosserias. Foi então que percebi que o iPhone estava intacto, a
ligação que
ele estava fazendo nem foi interrompida. Pensei...
Vou
continuar minha corrida. Que cara grosso, nem explicando que foi sem
querer, ele não parou de me xingar.
A minha
raiva é que esse homem, não saia da minha cabeça. Como consegue ser tão
chato, ranzinza, bonito e cheiroso, tudo ao mesmo tempo? rsrs
Cheguei em
casa ainda com dores nos glúteos e no cotovelo, por causa do
tombo. Subi
para o meu quarto, tomei o meu banho, sequei o cabelo, hoje vou
deixá-lo
solto. Escolhi um vestido floral, uma sandália preta e um brinco
grande de
argola e uma maquiagem leve. Desci e encontrei somente duas torradas
e tomei um
copo de leite frio. Olhei no relógio e já estava na hora de sair, para não
me atrasar
para a primeira entrevista do dia. O telefone tocou, eu atendi no
segundo
toque era a Letícia da CORPORAÇÕES MALTTA. Finjo calma, mas o meu
coração
parece que vai sair pela boca.
LETÍCIA -
Bom dia, tudo bem? Te aguardo hoje ainda, com toda
a sua
documentação no RH da empresa, às 10h00.
Tchau, até.
Volto para
o quarto, para pegar a minha pasta com a minha documentação, ainda tenho um
tempinho.
Saio e vou
em direção a estação do Bonde. Desço e ando bem devagar até a empresa, com medo
de suar. Paro na frente e olho para cima e só agora reparo como o
prédio é
lindo e moderno. Com a fachada toda trabalhada no vidro fumê. Entro e
procuro a
Recepcionista Cíntia que fica feliz em me ver novamente.
CÍNTIA -
Bom dia, estou muito feliz que tenha sido selecionada. Seja muito bem-vinda!
BRUNA -
Obrigada, você é muito fofa, estava precisando dessa
vaga.
Cíntia, tem um ano que estou desempregada.
Cíntia sai
de trás da sua mesa e me abraça e me leva até a
sala do RH.
Fiquei a
parte da manhã assinando a documentação e
resolvendo
as questões dos benefícios que a empresa oferece: salário e vale refeição.
Fiquei
muito satisfeita com todos os convênios e com os créditos para refeição.
Enfim, finalizo
todo o processo admissional e já é hora do almoço.
Como eu só
conhecia a Cíntia recepcionista da empresa, pedi
para ela me
falar onde tinha um restaurante aqui perto.
BRUNA -
Cintia me indica um restaurante aqui próximo, tenho que estar aqui às 13h00 para
a minha primeira reunião.
CÍNTIA -
Sim, inclusive vou te acompanhar, para a gente comemorar a sua contratação.
Chegamos no
restaurante lindo e a comida maravilhosa.
Cíntia, é
uma graça, muito divertida, gostei muito dela.
Terminamos
o almoço e estávamos tomando um cafezinho. Cíntia
então
começa a fazer um resumo de todos os funcionários da empresa, com isso
pude
conhecer todos só de ouvir ela falar.
A Letícia é
a chefe do RH responsável em contratar os
funcionários.
Ficou algumas vezes com o Senhor Diogo, e se acha a primeira-dama
da MALTTA.
rsrs
A Tamara é
a chefe dos arquitetos, uma senhora muito
criativa e
braço direito do Senhor Diogo.
Senhor
Diogo é um deus grego, (suspira) conhecido como
Coração de
Gelo, nunca se apaixonou, é um mulherengo convicto. Acostumado a
sair nos tabloides
com várias mulheres, mas no dia seguinte finge que nem as
conhece.
Mas todas
torcem para ficar com ele, mesmo sabendo que o
relacionamento
com ele é sem compromisso e sem garantia.
Voltamos para
a empresa e me despeço da Cíntia e vou para a sala
de
reuniões. Entro na sala e lá já estão quatro pessoas sentadas olhando uns
projetos. E
na ponta da mesa estava uma senhora sentada, que provavelmente
deveria ser
a Tamara. Assim que ela me vê, ela se levanta e se aproxima.
TAMARA –
Prazer sou Tamara a supervisora dos arquitetos.
Pessoal,
essa é a Bruna Toledo a mais nova arquiteta contratada, pelas CORPORAÇÕES MALTTA.
Esses são os nossos arquitetos Rodrigo, César, JP e Paulo.
BRUNA – Boa
tarde a todos, prazer!
TODOS – Boa
tarde!
RODRIGO –
Boa tarde, sua linda!
Finjo não
perceber a sua brincadeira fora de hora. E o seu
olhar fixo
em mim de cima a baixo.
TAMARA –
Bom, então vamos iniciar a nossa reunião.
Temos cinco
projetos aqui na mesa, vou deixar livre para cada
um,
escolher o projeto que mais se identifica com cada um. Como a Bruna acabou
de chegar,
ela pode ficar na liberdade de pedir ajuda, se caso precisar, ok?
Podem levar
os projetos para a sala de vocês e em cinco dias,
reuniremos
com o Senhor Diogo para que ele olhe os resultados do trabalho de
vocês, para
a aprovação dele.
Podem ir.
Tamara me
leva até a minha sala e me deseja boa sorte.
TAMARA –
Essa é a sua sala, bom trabalho. Te vejo em cinco
dias.
Minha sala
é pequena, mas é aconchegante, tiro uns brinquedinhos da minha bolsa:
uma
girafinha porta caneta e coloco também na minha mesa uma foto da Larissa,
toda linda
de vestidinho rosa. E já começo a trabalhar no projeto, de uma casa
de dois
pavimentos.
Finalizou o
meu turno, separo as minhas coisas e saio no corredor, em direção ao elevador.
De longe vejo algumas pessoas entrando, tentei correr para pegar o elevador, mas
não consegui chegar a tempo.
Mas antes
de fechar a porta percebo uma silhueta que é familiar para mim, mas não
reconheci que era.
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Atualizado até capítulo 26
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