Cain:
Assim que chegamos à casa dele, pegamos algumas coisas na geladeira. Levi me mandou direto pro quarto. Entrei, fechei a porta atrás de mim. Estranho… ele nunca fazia isso.
Ele trancou a porta. Rapidamente. Como sempre… cheia de trancas.
— Por que essa pressa toda?
— Ele tá aqui... com a namorada.
— Seu irmão? E daí?
— Quando ela vem, eles ficam transando o dia todo. Dá pra ouvir ela gemendo até do lado de fora. Parece que ela grita mais alto só pra saberem que ela tá aqui.
— O quê? Fala sério! Mulher sem noção…
Por um segundo, pensei: Será que ele... reage quando escuta ela gemer?
— Bom, vamos ver o filme. Pega o pendrive na gaveta do lado da cama.
— Tá bom...
Mas que porr…?!
Camisinhas.
Por que ele tem isso aqui? Será que... tá usando com alguém? Ou... usa sozinho?
Preciso provocar.
Peguei uma, segurei perto da boca:
— Ei, Levi.
— Oi? O que você...?!
— Pode me mostrar como usa isso?
Ele veio pra cima de mim, me derrubou na cama, ficou em cima de mim.
Merda! Não fique duro agora, desgraça!
— Me devolve essa merda agora!
— Por que você tem essa “merda” com você, seu pervertido?
Não resisti. Puxei o rosto dele, deixando nossos rostos a poucos centímetros.
— Você não pode me mostrar como usa?
A expressão dele mudou. Ficou sério. Meu coração disparou. Eu queria beijá-lo...
Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa...
Os gemidos começaram.
Alto.
Quase gritos.
— Droga! — Levi puxou a camisinha da minha mão. — Te falei pra não fazer barulho!
— Foi mal... Mas foi você que gritou. Argh! Que escandalosa!
Os gemidos continuavam. E aí...
Senti algo pressionando minha barriga.
Ah... Sabia.
Ele tá duro.
Suspirei, animado. Peguei na cintura dele, deitei-o na cama, ficando por cima dessa vez.
Passei a mão no zíper da calça dele.
— É sério que você ficou duro só de ouvir a voz horrível daquela garota?
Ele corou. Não me xingou. Só ficou ali... parado. Vermelho.
— E-eu preciso ir ao banheiro.
Saiu rapidinho.
— Ei! Agora dá pra usar a camisinha!
Ele me lançou um olhar de morte antes de entrar no banheiro.
Será que exagerei?
E ESSA MULHER NÃO PARA DE GRITAR!
Droga... Acabei ficando duro também…
Quando ele voltou, já tava bem mais calmo. Pegou o pendrive, começou a ajeitar o filme.
— Levi.
— Uhm?
— Desculpa.
— Ah? Por quê? — Ele virou rápido, confuso.
— Acho que te irritei com essa provocação…
Ele sorriu de leve, mexendo no meu cabelo:
— Não fiquei bravo... só fiquei envergonhado...
Aí, meu coração.
— Posso te abraçar?
Ele se aconchegou em mim, deitou as pernas sobre as minhas, me abraçou forte.
Óbvio que eu abracei de volta.
— Assim?
— Tá perfeito... Ah, felicidade... Seria melhor se essa mulher parasse de gritar!
Os gemidos finalmente cessaram. Mas…
Um estrondo.
Olhei pra porta.
O pai dele. Parado. O irmão logo atrás. A namorada...
— Pai…!
Levantei num pulo. Melhor evitar confusão.
— Desculpe atrapalhar, senhor. Não sabia que o senhor estava em casa.
— Acabei de chegar. Subi porque vi um sapato diferente na porta...
O olhar dele caiu sobre a cama.
— A propósito... por que estavam agarrados desse jeito?
— O senhor nunca abraçou seus amigos?
— Não desse jeito. — Ele me encarou de cima a baixo. — E também nunca fiquei... animadinho... por abraçar um.
Silêncio.
Todo mundo me encarou.
Levi se levantou. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa...
O pai dele viu a embalagem de camisinha aberta.
— E aquilo ali? Qualquer idiota que vê uma camisinha aberta num quarto trancado com duas pessoas sabe o que aconteceu.
— Pai, não é o que parece! — tentou explicar Levi.
O tapa veio antes da próxima palavra.
Estalou alto.
O rosto de Levi virou de lado.
Meu sangue ferveu.
Segurei a camisa do homem:
— MAS QUE PORR VOCÊ ACHA QUE TÁ FAZENDO?!*
Levi me puxou:
— Tá tudo bem! Cain!
— Pelo visto, você arrumou um cliente fiel. Igual à sua mãe.
— DESGRAÇADO!
— CAIN!
Ele me segurou com força. Um silêncio pesado tomou o quarto. Levi não largou minha mão.
— Calma... tá tudo bem.
Mentira. Mas fui incapaz de contrariá-lo naquele momento.
— Acho melhor eu ir embora.
— Eu vou com você.
Peguei minhas coisas. Quando estávamos saindo, o pai dele chamou Levi:
— Volte sozinho... com uma explicação.
— Entendido.
Levi me arrastou pra fora, caminhando rápido. Dois quarteirões em silêncio.
Ele tá chorando?
Tentei alcançá-lo, mas ele acelerou o passo.
Melhor dar um tempo pra ele…
Depois de alguns minutos, ele parou. Secou o rosto com as costas da mão.
— Me desculpa... por mais cedo.
O abracei.
— Por que tá se desculpando, idiota? Eu que provoquei... Eu que pedi o abraço. Desculpa... Odeio te ver assim.
— Tá tudo bem...
Mentira.
O rosto dele... vermelho, inchado... O tapa foi forte.
Passei os dedos na bochecha dele, com cuidado.
— Tá doendo?
— Não.
— Tá mentindo?
Ele desviou o olhar.
— Não...
— Idiota... Diga quando doer.
Encostei minha cabeça no ombro dele.
— Eu te amo.
— Também.
Não diga “também”... parece que só tá concordando...
Olhei o rosto dele. Sugeri irmos pra minha casa fazer um curativo.
Depois de tudo, ele avisou o pai... e acabou dormindo lá.
Continua...
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Atualizado até capítulo 156
Comments
autora
ferro 😂😅😂
2023-09-06
1
Lina Gonçalves
canalha
2022-10-05
1
Lina Gonçalves
que homem parvo
2022-10-05
1