A Estagiária
Prefácio:
..."... Acorda Maria bonita, levanta vai fazer o café, que o dia já está raiando e a polícia já está de pé ..."...
Sim, essa era a música do despertador da garota. O celular podia ser velho, mas o gosto para músicas era Clássico. Ela se levantou super assustada, achando que talvez tivesse perdido a hora. Além disso, naquela noite havia sonhado algo estranho, que envolvia uma moto que voava. Normalmente seus sonhos eram estranhos e sinistros, mas nunca se lembrava deles quando acordava.
Sobre o sonho da moto em questão, ela se lembrava, pois não havia dormido bem. Era frequente sonhar com motos. Talvez fosse porque no dia anterior ela tivesse assistindo seu filme favorito "Motoqueiro Fantasma", ou talvez fosse apenas sua ansiedade, afinal iniciaria em poucas horas seu novo estágio de Direito e esperava se dar bem.
Seu nome era Liz, conhecida também por Lizzie, e a linda Liz acabara de completar 18 anos. Morava com sua querida mãe em um pequeno bairro do subúrbio de São Paulo.
Sua mãe se chama a Jacira e havia a criado sozinha, desde que Liz se lembrava. Evitavam sempre falar do seu pai. Ele havia falecido quando Liz ainda era um bebê, em um suposto confronto com a polícia. Liz tinha uma séria impressão que isso não era a verdade, mas não gostava de pensar muito nesse assunto.
Ela não sabia o que realmente havia acontecido, mas sempre que podia evitava perguntar, pois sempre que tocava no assunto, sua mãe caia no choro e não parava mais. Ela era uma mulher incrível e forte, sempre buscou fazer o melhor por sua filha, e Liz sabia bem disso.
...
Ela estava no seu quarto refletindo. Talvez toda essa dúvida do passado do seu pai tenha a influenciado para cursar Direito. Ah, eu esqueci de contar, ela cursava Direito na Universidade Federal de São Paulo.
Não foi fácil passar no vestibular, pois como sua mãe trabalhava o dia todo como empregada na casa da família Guimarães, ela precisava se dividir entre estudar e trabalhar para ajudar nas despesas.
Nessa época ela trabalhava meio expediente como caixa em um supermercado da região, e quase não sobrava tempo para estudar para o vestibular. Por mais que se tratasse de uma Universidade pública, ela sabia que para os "menos" favorecidos somente dedicação não era suficiente.
O atual governo da época também não colaborava com incentivos a educação, então, dava para imaginar quão surpresa ficou ao ver seu nome na lista de aprovados em Direito da Universidade Federal.
Ela levantou e correu para o banho. Era o primeiro dia no estágio novo, no escritório Vernalha e Guimarães advogados associados. Se tratava de um escritório de advocacia voltado para crime de colarinho branco, ou seja, corrupção de gente rica, o que para ela era excelente, ainda mais com os diversos escândalos da política atual.
Sua mãe a muito custo arrumou esse estágio para ela, com o marido de sua patroa e Liz estava mega entusiasmada. Não que não gostasse de trabalhar no mercado, mas era sua chance de trabalhar na área que ela escolheu para estudar e futuramente atuar.
.........
Liz: "Estou no primeiro semestre da faculdade, as aulas já haviam começado a um mês e eu ainda não havia feito amigos.
Veja bem, eu me orgulhava de ser quem eu era, mas apesar de ser uma instituição pública era acentuada desigualdade social, e as pessoas não mostravam muito interesse em se aproximar da filha da empregada.
Não que isso fizesse diferença, eu já estava satisfeita em estudar e estava sedenta de conhecimento.
Meus amigos do ensino médio sempre me chamavam de nerd, pois eu passava a maior parte do meu tempo livre estudando e nunca tinha namorado.
Eu era uma garota comum mas sentia como se eu fosse diferente do pessoal da minha idade. Para começo de conversa eu preferia a companhia dos animais e morria de medo de dirigir carros.
Meu sonho era ter uma moto, principalmente pois achava motocicletas mais seguras que carros, vai entender...
Estava tão distraída no banho que quase perdi a hora para ir ao estágio. Quando sair do banho já era 7:13 e eu pegaria o metrô 7:43. Procurei uma roupa no meu guarda-roupa e achei um terninho surrado que havia ganha da minha tia. Coloquei uma saia social e o terninho, minha sapatilha, fiz um rabo-de-cavalo, passei um gloss e me olhei no espelho. Cruzes.
Era o que eu tinha para hoje. Como iria trabalhar no escritório de advocacia devia começar indo mais formal, isso era o melhor que eu iria conseguir. Não que me importasse muito com aparência, eu preferia o estilo confortável. Eu era morena clara, e tinha sardas discretas no nariz, odiava maquiagem preferia deixar meus cachos caírem pelas minhas costas. Porém era muito trabalho deixar meus cabelos soltos, motivo pelo qual a maior parte do tempo deixava meus cachos presos. Meus olhos eram o que mais gostava em mim, tinha um tom acinzentado herança talvez, do meu pai. Eu era comum, nada de especial mas era muito feliz com todo o pouco que eu tinha.
Peguei minha mochila, meu nokia k10, e fui para cozinha tomar café. Minha mãe já estava na cozinha, estava animada. Sentei ao seu lado e ela começou a me contar sobre as artes da Vivian, filha de 5 anos do seu chefe. Enquanto ela relatava as risadas que deu no dia anterior eu tomava meu café em silêncio, imaginando que me esperava durante o dia.
Quando terminamos o café minha mãe me deu um beijo na testa e me desejou um ótimo dia.
Como eu amava essa mulher.
Sai apressada e peguei o metrô. Não me importava em pegar transporte público, mas não via a hora de ter a minha moto. Meu trabalho começaria às 8:30 e ficaria lá até às 15 horas . Após esse horário, como eu havia saído do mercado para fazer estágio, eu havia arranjado um bico passeando com três cães: Nina, Thor e Zeus. Dogs lindos, mas que me deixavam de cabelo em pé.
As 19 horas eu ia para faculdade e ficava lá até às 23 horas chegava em casa lá pela meia noite e meia e era essa minha rotina.
O metrô parava duas quadras do escritório então eu iria caminhando até lá. Guardei meus fones e fui andando rápido, pois não queria me atrasar.
O escritório e ficava em uma rua tranquila no centro de São Paulo. As pessoas que andavam por ali eram nitidamente da alta classe e os carros na rua eram incríveis, mas eu ainda preferia as motos.
O senhor Guimarães eram o senhor gentil e tratava a minha mãe com muito respeito. A senhora Guimarães era uma "perua" que achava que a terra girava em torno do seu umbigo. A pequena Vivian era incrível, me chamava de má, toda vez que me via.
Quando cheguei ao escritório, fui recebida por uma moça chamada Sol. Ela era recepcionista do escritório. Era alta, loira e bela, com olhar arrogante e me olhou de cima a baixo.
Ela pediu para eu preencher um formulário e aguardar a gerente do RH Marilice, que iria me passar as informações do estágio e depois me encaminhar para o meu posto.
Fazia uns 15 minutos que eu estava esperando quando ouço uma voz doce:
- Liz? - era uma mulher baixinha porém muito sorridente - prazer, são Marilice, gerente do RH - disse ela estendendo a mão.
Apertei a mão dela e a seguinte direção à sala de reuniões.
-Liz Oliveira, certo?
- Sim, mas pode me chamar de Lizzy.
- Vou te apresentar o escritório, passar nosso regulamento e te encaminhar ao seu posto. você será a estagiária do senhor Vernalha, mas o mesmo está viajando e só retornará na próxima segunda-feira.
- achei que trabalharia para o senhor Guimarães - falo para Marilice um pouco surpresa.
A gerente do RH a mi me olhou intrigada, mas não disse absolutamente nada.
Começamos a integração e eu estava totalmente atenta aos slides. No último slide, o que falava as normas do escritório, fica intrigada com última frase:
... 7. é obrigatório o uso de roupas adequadas no ambiente de trabalho
proibido relacionamento entre funcionários
proibido utilizar algo e substâncias entorpecentes no ambiente de trabalho
obrigatório a utilização de sobrenome, sendo expressamente proibido utilizar o primeiro nome.
Em pleno século 21 não poderíamos chamar ninguém naquele ambiente pelo nome? achei estranho mas não perguntei nada.
Marilice me entregou os documentos para assinar e me encaminhou para o interior do escritório.
Ela me apresentou para todos e notei que todos eram muito simpáticos e atenciosos.
- Seja bem vinda, Srta Oliveira.
Normalmente o senhor Guimarães me chamava de Liz, mas para assumir que por normas da empresa eu me tornaria a senhorita Oliveira.
Retribui o cumprimento com um sorriso.
Como o senhor Vernalha estava viajando, marilice e o senhor Guimarães me acompanharam até a minha sala.
A sala era pequena mas muita com chegante, e ficava ao lado da sala do tal senhor Vernalha.
O senhor Guimarães me passou uma petição inicial e solicitou que eu fizesse as contra-razões. Assim que me deixaram sozinha comecei a observar a sala com atenção eu vi que uma das paredes havia foto de todos os advogados do escritório.
me aproximei e comecei a observar foto por foto. viu senhor Guimarães com sua esposa e sua neném, e logo ao lado havia a foto de um homem charmoso, alto, com os cabelos claros, pele clara, olhar Severo, uau , um gato. Ao seu lado estava uma mulher muito bela e dois jovens, da minha idade, que eram um casal de gêmeos, logo abaixo da foto estava escrito Família Vernalha. PQP, meu chefe era lindo de morrer.
Para minha surpresa o casal de gêmeos da foto cursava a faculdade comigo, já tinha visto eles em uma das minhas aulas, mas nunca havia conversado com eles. Acho que se chamavam Ana e André, mas eu não tinha certeza.
Voltei para minha mesa e me concentrei nas contra-razões. Quando percebi já era 3 horas da tarde e já estava na hora de eu sair bom peguei minhas coisas e corri para o metro, na hora de levar os pets para passear.
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Atualizado até capítulo 69
Comments
Fernanda Marins
😐😐😐😐
2024-02-16
0
Anonymous
bora lá
2022-04-25
0
~°•*Cururu ✿
simbora
2022-04-18
0