CAPÍTULO DEZENOVE

— Cancelar o casamento? – pergunta Graziela, atordoada — Você está terminando comigo, Thiago?

— Não, ainda não. Mas se quiser... – responde Thiago indo em direção ao escritório.

— Como assim se eu quiser? – pergunta Graziela indo atrás de seu noivo. Ela coloca as mãos na cintura e continua — Por que está cancelando o casamento?

— Porque eu estou pensando de forma racional, Grazi, como você pediu – explica Thiago servindo um uísque doze anos sob o olhar de Vera que está sentada na mesa principal. — Vera, nos ajude aqui, por favor.

— Diga – responde Vera, prontamente.

— Sua irmã me disse hoje que eu devo reconsiderar alguns pontos da minha vida. – Conta o candidato a sua cunhada.

— Eu disse que você deveria... –corrige Graziela ajeitando os cabelos.

—Shhhhh, Grazi, eu estou falando agora – interrompe Thiago com o dedo na boca em forma de silêncio sem tirar os olhos de sua noiva — A Graziela disse que para minha vida voltar ao normal eu deveria me desfazer da Malú. O que pensa sobre isso, Vera?

— Bom... Eu acho... – começa Vera bem devagar sem olhar para sua irmã. — Que tudo precisa ser analisado antes de se tomar uma decisão tão... Drástica.

— Sabe o que eu acho? Acho que posso desfazer das eleições e não causar nenhum dano aparente posso desfazer do casamento, do escritório e de qualquer outra coisa, mas eu nunca poderei me desfazer de uma filha. Porque é isso que a Malu é... Minha filha. Eu não posso fingir que não existe, pois ela é real e só tem a mim. Eu sou a família da Malú. E a sua irmã me pediu para mandar minha filha de volta de onde ela veio... Pois analisando a situação como um todo, ela é o elo mais fraco. Você pensa a mesma coisa que ela? – pergunta Thiago encarando Vera.

— Não – responde Vera, olhando para a irmã, séria. — Lógico que não.

—Excelente resposta, Vera. – elogia Thiago aplaudindo sua relação pública — Mas eu segui o conselho da sua irmã e analisei a situação racionalmente. E a conclusão a qual eu cheguei foi a de que o casamento pode ser adiado... E será. Assim terei mais tempo para minha vida. Então, Vera quero que cuide do cancelamento do casamento... A menos que tenha algo contra a isso?

— De forma alguma – responde Vera recebendo o olhar surpreso de Grazi.

— Viu só? Sua irmã concorda comigo –comenta Thiago apontando para a Vera enquanto olha para Graziela que está em choque — A menos que a sua ideia de pensar racionalmente tenha sido somente para prejudicar a Malú, acho que essa é a melhor decisão.

— É lógico que eu não quero prejudicar a Malú – rebate Graziela —Eu já estive na mesma situação que a dela...

— Então sabe que ela precisa de um pai para cuidar dela– completa Thiago.

— Sim. Só que eu também preciso de um marido. – Retruca Graziela — Eu também preciso de alguém para cuidar de mim... Você me pediu muitas coisas durante o nosso relacionamento e eu sempre acatei.

— E de acordo com a sua lógica, eu irei abandonar a minha filha a pedido seu –conclui Thiago — Assim ficamos quites, é isso?

— Eu não pedi que fizesse isso. Só queria que pensasse racionalmente. – Explica Graziela chorando. Ela coloca a mão na cabeça — E aí você destrói os meus sonhos, cancelando o casamento.

— Está decidido, Grazi.  – Determina Thiago bebendo o uísque.

— Eu acho interessante você dar prioridade a sua agenda, Thiago – comenta Vera apontando em direção ao cunhado — Mas estou achando todas as decisões drásticas e elas afetam os outros pontos.

— E qual a sua proposta? – pergunta Thiago, sério.

— Que cada um cuide de um ponto. Eu cuidarei da campanha eleitoral, você cuida da Malú e a Grazi cuida do casamento. Assim tudo ficará organizado e o Thiago não fica tão atolado em tudo e pode resolver os problemas do escritório. O que acha? – propõe Vera.

— Interessante – responde Thiago — Vamos fazer isso por enquanto e se eu perceber que ainda está do mesmo jeito cancelamos o casamento.

— Por isso gosto de trabalha com você, Thiago – elogia Vera. Ela encosta–se ao ombro dele — Agora é melhor você ir falar com sua mãe, ela me pareceu indisposta. Não se preocupe com nada, pois eu tenho certeza que minha irmã gostaria muito de providenciar o jantar de recepção à Aline para mostrar que tudo isso foi apenas um mal entendido.

— Obrigado, Vera – agradece Thiago saindo. Ele passa por Graziela — Até o jantar.

— Até – responde Grazi, irada. Ela caminha em direção a irmã e ergue a mão para bater no rosto de Vera que a impede — Por que se virou contra mim? Você deveria me apoiar!

— E você deveria parar de usar a sua boca como aparelho excretor e pensar nas coisas que diz. – Retruca Vera apertando o pulso de Grazi que se contorce. Ela empurra a irmã — Você tem de me agradecer por ele não ter desistido mesmo do casamento. Quase colocou tudo a perder, maninha. Agora vá providenciar o jantar para aquela mulher... Que, aliás, eu me preocuparia se fosse você.

— Não me preocupo. Thiago tem bom gosto –alega Grazi se arrumando.

— Tanto que agora temos uma garota de 16 anos colocando tudo a perder. Fique de olho nela e seja a melhor anfitriã que conseguir caso contrário eu me tornarei a sua pior inimiga, entendeu?

***

Thiago entra no quarto de sua mãe devagar encontrando a bela senhora deitada em sua cama com um dos braços sobre seu rosto. Ele caminha em direção a cama, senta na beirada e toca levemente na mão de Maria Luísa que se ajeita na cama observando seu filho:

—Soube que está indisposta – comenta Thiago.

— Sim, um pouco. – Admite Maria encarando o filho — Precisa de mim para alguma coisa?

— Eu queria apresentar a Aline para a senhora, mas tenho quase certeza que sua indisposição tem a ver com ela.

— Em parte, sim. Você deveria avisar da sua pretensão de trazer uma completa estranha para ficar em minha casa.

—Ela criou Malú junto com a Anna. – Explica Thiago — E essa casa não é somente sua, então eu a trouxe para ficar aqui por tempo indeterminado.

— O que está tentando fazer? – pergunta Maria, transtornada — Está querendo me punir por minhas escolhas?

—Não. Foi a sua consciência pesada quem concluiu isso – responde Thiago.

—Eu não matei a sua Anna. – Reage Maria — Não pode me culpar por isso.

— Você não matou a Anna, mas matou a oportunidade que tínhamos ser uma família feliz. Você matou os sonhos de todos nós, foi isso o que a senhora fez. – Rebate Thiago segurando sua mão.

— Saiba que não me arrependo das escolhas que fiz – confessa Maria fazendo Thiago afastar a mão da sua. Ela o impede e continua — Pois ao menos ela teve uma vida ao lado de sua filha.

— A senhora escuta o que diz? – pergunta Thiago, irritado — Que vida ela teve?

— Ela pode aproveitar o tempo que teve com a filha mais do que poderia ter se ficasse ao seu lado. E a Malú está viva, então não há por que eu me arrepender da escolha que fiz no passado.

— Eu juro que tento entender você, mãe.

— Se você tivesse assumido Anna e a Malú, elas estariam mortas – revela Maria, séria.

— E quem as mataria, mamãe? – pergunta Thiago.

— Desculpe interromper vocês dois – pede Vera na porta do quarto — Thiago, a gente precisa rever sua agenda de hoje, pois tivemos de cancelar muitos compromissos com patrocinadores importantes.

— Vera, agora estou ocupado – responde Thiago.

—É melhor você ir, meu filho – pede Maria — Esqueça as coisas que eu falei, pois tudo é apenas passado e delírios de sua mãe.

— Venha, Thiago – pede Vera.

—Depois conversaremos a respeito disso, mamãe – avisa Thiago dando um beijo na testa de sua mãe.

***

Malú vai à frente de Aline, depois de três quartos, ela para em uma porta branca. A jovem sorri para Aline e então abre a porta mostrando a beleza de seu quarto estampada na expressão de admiração de sua tia. As duas entram e a jovem vai em direção a parede secreta abrindo e mostrando sua biblioteca secreta.

—Esse lugar é incrível – elogia Aline, maravilhada — Sem dúvida iremos dividir esse quarto.

“Que bom que gostou”

—Sim, amei e sua mãe também com certeza iria gostar. Então para começar, nós iremos jantar lá embaixo com todo aquele pessoal bacana –comenta Aline, com os olhos estreitos, indicando que está sendo irônica. — Vamos mostrar a eles que nós somos fortes. Tudo bem?

“Sim” escreve Malú

—Ótimo –exclama Aline, se levantando — Acho bom não ter se acostumado com todo esse espaço na cama, pois eu irei dormir aqui. Não quero um quarto deles...

“Tudo bem"

— Sua avó está por aqui? –pergunta Aline, irritada.

"Sim”

—Mais uma no meu caminho –resmunga Aline. Ela olha o resto do quarto e pergunta olhando para a Malú — Onde fica o banheiro? Preciso tomar banho.

"Eu te mostro” escreve Malú, indo em direção a tia, feliz. Pelo menos um pouco de normalidade em sua vida.

***

Graziela inspeciona a mesa arrumada por Adelaide, quer que tudo saia dentro do esperado, assim quem sabe ela consegue acalmar Thiago. Sorri para a empregada, enquanto agradece:

—Obrigada, Adelaide, já pode chamar a todos para comer.

— Tudo bem – responde Adelaide saindo da sala de jantar.

Graziela respira fundo, sabe que está perdendo o controle da situação e que por pouco não iria mais casar com Thiago. Precisa se reorganizar, mas com a presença de Aline na casa, as coisas se tornariam um pouco mais complicadas. Ela tem uma ideia, que mesmo sendo arriscada, é a única que lhe cabe naquele momento. Pega seu telefone e disca um número , presta atenção aos toques da chamada que logo cessam, dando lugar a uma voz que diz:

—Sabia que me ligaria...

— Preciso de ajuda. –Avisa Graziela que escuta passos vindo em sua direção — Mais tarde passarei os detalhes. – Finaliza desligando o telefone e olhando para a porta, nervosa.

— Muito bom, irmãzinha –elogia Vera entrando na sala de jantar — Ótimo serviço.

— Como a próxima senhora Almeida, preciso ser exemplar nesse tipo de recepção –retruca Graziela, ácida.

— Mesmo para seus inimigos?  –Pergunta Vera, curiosa.

— Principalmente para eles–responde Graziela puxando a cadeira para sua irmã.

— Muito bem, está indo no caminho certo –afirma Vera, sentando.

— Muito bom – elogia Thiago entrando na sala. Ele passa por Graziela, recusando o beijo que ela ensaia em lhe dar. Senta na ponta da mesa e pergunta — Onde está Malú e Aline?

— Já pedi para Adelaide chama-las, querido –responde Graziela sentando perto de Thiago.

Não demora muito e Aline entra ao lado de Malú e não disfarçam o desgosto ao ver as duas irmãs sentadas perto de Thiago. Ele olha para Vera e depois para Graziela e pede:

— Por gentileza, vocês poderiam ceder seus lugares à minha filha e a Aline?

— Como? –pergunta Graziela, surpresa — Eu sempre sento ao seu lado... Por que isso agora?

— Eu preciso falar sobre alguns assuntos com elas.–responde Thiago, sério.

—Por mim tudo bem –responde Vera se levantando e indo para a cadeira ao lado.

— De acordo com as convenções sociais... –começa explicar Graziela com um sorriso nervoso nos lábios.

— Então fique aí –interrompe Thiago indo para a outra ponta. Ele puxa a cadeira para Malú que senta e depois para Aline, a contragosto, então senta do outro lado da mesa — Agora podemos jantar.

Graziela encara Thiago, chocada. Depois de um tempo compreende que aquilo foi apenas uma forma de punição pela discussão anterior. Sorri e serve um pouco de vinho tinto, tomando sua taça em um gole só.

— Então, Aline. Diga o que você e Malú decidiram fazer? – pergunta Thiago encarando a tia de Malú

— Amanhã a levarei até escola e também a psicóloga, quero ver o que ela tem a dizer sobre a Malú e o que pode ser feito. Por enquanto é isso –responde Aline com um pouco de nervosismo. Ela olha para a enorme mesa vazia e pergunta — Não deveriam ter mais pessoas para jantar conosco?

— Como assim? –pergunta Thiago, confuso.

—Eu acredito que a matriarca da família deveria estar aqui, bem como a Adelaide que nos convidou para o jantar. Acho que as duas deveriam estar aqui, com a gente.

—Não, querida –responde Vera sorrindo — A matriarca está indisposta e por isso não poderá comparecer. Agora a respeito da empregada, saiba que a criadagem realiza as refeições na copa e nós aqui. Apesar de você estar em uma linha tênue...

— Obrigada por me esclarecer essa dúvida... Querida – responde Aline com o seu melhor sorriso sarcástico — Mas  acho que eu não te perguntei, mas sim ao dono da casa.

—Adelaide! –chama Thiago em voz alta. Ele encara Aline, com leve irritação — Se isso te incomoda, ela jantará conosco essa noite.

— Querido, sua mãe não vai gostar –intervém Graziela.

— Minha mãe não está aqui. –Retruca Thiago. Ele se levanta e avisa — Irei chamar Adelaide, licença a todas.

Graziela acompanha seu noivo com o olhar, enquanto Aline sorri para Malú. A noiva de Thiago sorri para a convidada e avisa:

— Cuidado, não dê um passo maior que a perna.

—O que quer dizer com isso? –pergunta Aline, séria.

— Que se você pensa que pode chegar e fazer o que quer, saiba que eu irei cortar suas asas fora antes de você começar a batê-las. –Responde Grazi imitando uma tesoura com os dedos.

— Isso é uma ameaça? –pergunta Aline sorrindo.

— Não, isso é o que nós chamamos de preservar os bons costumes –responde Graziela retribuindo o sorriso. — Mas talvez a Maria Luísa possa ensiná-la melhor.

— Engraçado porque eu não estou nem aí para os bons costumes de vocês e muito menos preocupada com a Megera Mor –responde Aline servindo a comida.

— Vai mesmo afrontar a matriarca dentro da casa dela? O que pretende? Declarar guerra a essa família? – pergunta Graziela, exaltada.

— A guerra já foi declarada há 16 anos. –Responde Aline servindo sua taça vinho. — Eu só estou aqui para honrar a Malú e a minha amiga, custe o que custar.

— É o que veremos –avisa Graziela, irritada.

— É o que veremos –repete Aline erguendo a taça em direção a Graziela, sorrindo.

O resto do jantar foi em silêncio, ninguém se esforça a iniciar um diálogo, deixando o clima da refeição mais pesado que o normal. Graziela serve mais uma taça de vinho, finalizando a garrafa que somente ela bebeu, sob o olhar constrangido de Thiago. Vera manteve seu olhar pensativo durante todo o tempo, como se tramasse algo. Aline e Malú apenas sorriem uma para a outra. Adelaide só mexe em seus talheres, nervosa e apressada.

— Muito obrigada pelo jantar, Adelaide –agradece Aline, sorrindo — Maravilhosa sua comida.

— Obrigada, Dona Aline –responde Adelaide, orgulhosa.

— Só Aline, por favor. –Corrige Aline. Ela olha para Thiago, séria —Eu vou me retirar, licença.

— Adelaide já arrumou o quarto de hóspedes para você – avisa Thiago.

— Eu decidi que ficarei com a Malú – informa Aline.

— Não vejo necessidade para isso – retruca Thiago. — Temos tantos quartos, além do que vocês precisam de privacidade.

—Nós sempre dividimos o mesmo quarto, então eu não vejo motivo para ficar em outro. Além de estar aqui para ficar com a Malú.  –Reage Aline se levantando — Vamos, Malú? – a jovem levanta da mesa e caminha em direção a Aline que toca em seu ombro, saindo juntas da mesa.

— Eu preciso ir – avisa Vera se levantando — Tenho de planejar algumas coisas para a campanha. Em breve teremos de começar a nossa caravana da vitória.

— Até amanhã – despede Thiago se levantando.

—Vamos, irmã? –pergunta Vera encarando Graziela que bebe sua taça de vinho.

— Não...  –Recusa Graziela colocando a taça na mesa então aponta para Thiago, embriagada — Eu irei dormir aqui... Com o meu noivo.

—Tudo bem – responde Vera, se virando para Thiago — Ela é toda sua.

Thiago se levanta de seu lugar e caminha em direção a Graziela que termina de beber sua taça. Ele a segura pelo braço, a erguendo da cadeira. Coloca os braços de sua noiva envolta de seu pescoço, então a encara:

—Vou te ajudar a ir com a sua irmã para casa.

— Shhh... – Grazi colocando os dedos nos lábios de Thiago— Eu não quero ir com ela... Quero ficar aqui com você... – coloca a mão dentro do terno do noivo, descendo bem devagar – Passar a noite toda com você... Sem dormir, é claro.

— Grazi é melhor ir para sua casa. Você está bêbada– alega Thiago.

— Isso nunca te impediu antes– recorda Grazi beijando o pescoço de Thiago.

— Grazi, isso não é verdade – nega Thiago segurando as mãos de Graziela — Vá para a casa, por favor.

— Dizem que o sexo depois de uma briga é o melhor. – Argumenta Graziela fazendo beicinho.

— EU não irei transar com você hoje. Não tem clima para isso, entenda – explica Thiago segurando o braço de Graziela e a levando em direção à Vera.  —Vá embora com a sua irmã. Até amanhã, Grazi.

Graziela observa Thiago se afastar, sente o desespero querendo tomar conta da situação, respira fundo e olha para a irmã que fuma um cigarro.

— Nós temos de reverter à situação – comenta Graziela para a irmã — E você precisa me ajudar.

— Não se preocupe, eu já tenho um plano –comenta Vera dando uma baforada — Essa família voltará para as nossas mãos e essas duas voltarão para o lugar de onde vieram, isso eu garanto.

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Comments

pila souza

pila souza

Vera e muito inteligente pena q só usa pro mal já a irmã é armadora burrinha q dói se acha mais tem alguém q ajuda ela deve ser ícaro não sei pq a história dele não foi totalmente esclarecida aí tem coisa ainda.

2022-09-17

0

Gilda Maria Mota de Souza

Gilda Maria Mota de Souza

Vera é um demônio

2022-05-05

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