Não acredito em você

  - Educado como sempre não é mesmo ancião Holpe.

   Dom está visivelmente incomodado com a entrada brusca do senhor em seu escritório mesmo sendo de idade tem uma aparência imponente e muita presença.

   - Desculpe pela intromissão mas fiquei ansioso para rever a minha neta.

    Tudo bem que eu tenho o conhecimento de ter um avô vivo mas não somos íntimos a verdade é que não sei absolutamente nada sobre ele, ainda mais por qual motivo me escolheu para carregar o poder de outra pessoa, será que foi isso que Eleonor quis dizer quando me chamou de receptáculo?

  - Já que está aqui que tal responder algumas perguntas para Nevada tenho certeza que ela adoraria conhecer o seu avô e as histórias da família.

  Não sou nenhuma idiota sei que Dominic está usando essa oportunidade para provoca-lo e tentar conseguir algumas informações por isso faço seu jogo.

   - Me desculpe por não ter entrado em contato com o senhor faz pouco tempo que descobri que tenho uma família além do meu pai.

   - Não se incomode com isso querida teremos muito tempo para nos conhecermos melhor e quem deve te pedir perdão sou eu, por ter sido tão negligente, depois da morte da sua mãe fiquei muito abalado com a perda.

    - Sinto muito afinal era sua filha imagino a dor que sentiu.

   Mesmo dizendo essas palavras sobre minha mãe não consigo acreditar em nenhuma sequer, não tem emoção quando ele se refere a ela parece algo ensaiado e mecânico.

   - Posso te fazer uma pergunta?

   - Claro quantas quiser.

  - Onde estava quando ela faleceu?

     - Infelizmente no momento que Angelina nos deixou estava em uma reunião dos anciões, fiquei sabendo tempo depois.

    Tudo o que sai da boca desse homem me soa como se fosse mentira não consigo acreditar que ele não estaria presente ao menos para ver se o seu experimento de aprisionar o poder de Dominic teria dado certo ou não.

   - Porque me escolheu para carregar a dominância do supremo?

     - Não sei a maneira que descobriu mas posso lhe garantir que foi pensando no melhor para vocês duas, sua mãe não podia ter filhos e estava muito fraca nós últimos meses da gestação então encontrei uma maneira de ajudar minha amada filha a realizar seu sonho.

  -  Pretendia me contar ?

   - Algum dia é claro, só não imaginava que fosse tão cedo e que se tornaria companheira dele.

   Dom está calado ouvindo tudo com total atenção e é nítido que a presença do meu avô ali não lhe agrada nenhum pouco.

   - Foi realmente uma grande surpresa para todos nos, mas agora Negada deve estar cansada da viagem pode voltar depois Alexandro.

   - Claro teremos tempo de sobra para conversarmos já que a Lua Negra se juntou a nós creio que agora ficaremos bem unidos minha neta.

   Ele pega a minha mão e deposita um beijo gélido que me dá vontade de limpar logo em seguida mas reprimo essa atitude e respondo ainda confusa com a situação.

  - Sim como quiser.

  - Até breve senhor Cooper.

  Então ele sai do mesmo jeito que entrou e junto com ele todo clima pesado do lugar até respirar se tornou mais fácil.

  - Acreditou mesmo no que ele disse?

  - Para ser sincera em nenhuma palavra, não faz sentido ele escolher a filha de uma pessoa que talvez não seria capaz nem de dar a Luz a uma criança para ser portadora de algo tão importante a não ser que...

   - A não ser que ele não queria que a criança sobrevivesse.

   É doloroso pensar que seu próprio avô desejava sua morte mesmo antes de você nascer mas é a única explicação lógica.

   - Não quero jogar você contra o seu avô porém Alexandro não é nem um pouco esse bom velhinho que tentou transparecer, muito pelo contrário é uma cobra velha que não vê a hora de conseguir me tirar do controle das alcatéias.

   - O que ele ganha com isso?

  - Bem além de controlar absolutamente tudo? Poder é o que todos querem subjugar os mais fracos se sentirem como um deus.

   Não conheço muito Dominic mas a maneira que ele fala me faz pensar que ele não é esse tipo de líder, que menospreza seus seguidores muito pelo contrário posso sentir um certo repúdio em sua voz quando toca nesse assunto, mas não vou me estender  sobre isso tenho coisas mais importantes para me preocupar no momento.

   - Posso te pedir um favor?

   - Claro.

  - Você pode me trancar em algum lugar?

- Ficou doida?

   - Hoje  é o meu aniversário tenho chance de me transformar, já vi muitos recém transformados perder o controle e atacar sua própria família, não quero correr o risco de machucar alguém.

   - Não vou te trancar e nem acorrentar voce, posso te ajudar com isso.

   - Isso não tem nada a ver com você é só me falar um lugar onde possa me isolar que dou um jeito.

  - Para de tentar resolver tudo sozinha quem você acha que é? A mulher maravilha!?

  - Não preciso da sua ajuda!!

    - Não foi o que pareceu quando estava sentada em uma cadeira sendo cortada  como se fosse uma peça de carne para fazer bife!!

  Dominic se levantou e passava as mãos freneticamente nos cabelos é algo que percebi que ele faz quando está irritado, enquanto eu estou atônita com o que ele

acabou de dizer as lembranças de estar naquela sala mais uma vez me acerta como se fosse um soco no estômago, sei que se não fosse por Dominic não estaria aqui hoje, mas ele só fez isso porque a vida dele também estava em jogo não é verdade?

 -EU... NÃO PEDI PARA QUE ME SALVASSE!

  Droga não tenho motivos para ficar gaguejando mas ver Dominic assim me deixa desconcertada não raciocínio direto talvez ele tenha razão, Dominic Cooper me afeta mais do que gostaria de admitir.

   - Vamos para uma cabana em uma parte isolada da floresta lá você não correra o risco de ferir ninguém caso venha se transformar arrume suas coisas.

    - Não vou a lugar nenhum com você!

  Sou rapidamente pega pelos pulsos e com um único puxão Dominic me faz bater em seu peito, seus olhos mostram uma mistura de emoções e consigo ver o desejo entre elas.

    - Isso é uma ordem, você não está em posição de dizer não.

    Sinto sua respiração bater em meu rosto e como sou muito mais baixa tento que levantar um pouco a cabeça tendo a visão de seus lábios c.arnudos e convidativos, ficamos em silêncio e Dominic parece travar uma guerra interna até me soltar e ir para trás da grande mesa do escritório e se sentar. Quando ele se afasta solto o ar dos pulmões sem ao menos saber que estava prendendo.

    - Vá arrumar suas coisas mais tarde irei mandar alguém lhe buscar.

   Com isso ele encerra a discussão me dando a deixa para ir embora mas estou fervendo de raiva como pode alguém ser tão lindo e tão estúpido ao mesmo tempo, me recuso a continuar com isso e saiu batendo a porta Dominic Cooper consegue desperta o pior de mim.

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