Capitulo 3

Mia 🌺

Chego em casa, preparo meu almoço e vou comer na frente da TV assistindo, fico um tempo pensando e resolvo arrumar meus materiais de trabalho e planejar mais algumas aulas, só que algo me invade de repente, o menino que estava chorando na aula.

Não sei porque fiquei o dia todo pensando nele, não sei porque fiquei tão tocada pelo que ele falou, tão triste, tão sozinho, sei lá eu me identifiquei.

Afasto esses pensamentos e volto as minhas tarefas, amanhã descobrirei o porquê disso, falarei com a diretora e dependendo da resposta, com o pai dele. Termino minhas atividades e vou tomar um banho, janto, me deito aproximadamente 19:00 e capoto, acordo no dia seguinte as 04:30 da manhã, tomo banho, como um pão com nutella e suco de tamarindo, visto uma calça jeans, uma blusa branco gelo e um blazer preto, calço uma mini bota preta, faço uma maquiagem básica, deixo meu cabelo natural e vou trabalhar.

Chego no colégio 06:40, vou pra sala dos professores esperar o horário, aproveito e organizo alguns papéis, os alunos chegam e eu os direciono a sala, me apresento mais uma vez e peço pra que se apresentem para gravar os nomes na memória, aplico algumas atividades simples, conto uma história para todos até que o recreio toca, todos saem correndo em direção ao pátio, todos menos Derick, o menino de ontem, me aproximo dele que está com a cabeça baixa e o chamo, ele levanta a cabecinha e olha pra mim, então pergunto.

- Chorando de novo. O que aconteceu?

- Tenho saudades.- fala com voz chorosa.

- De quem?- pergunto curiosa.

- Minha mamãe.- ele funga tentando conter as lágrimas.

O que será que aconteceu com a mãe dele? Morreu? E agora? O que eu faço, ou melhor o que eu falo? Tá bom, preciso manter a calma, respiro fundo e falo com o coração.

- Não precisa ficar assim, sua mãe te ama, ela pode não estar com você nesse momento, mas ela te ama.- digo em um tom complacente.

- Ela me ama?

- Claro, toda mãe ama o filho e você é tão fofo e educado, como ela não poderia te amar? Se eu que mal te conheço já te amo, imagine ela.- ele abre um sorriso e sai andando, mas para e vira pra mim dizendo.

- Mia, você é muito legal.- fala e eu me derreto toda com sua vozinha fofa, ele é uma criança encantadora.

- Obrigada e você também é legal Derick.- respondo o mais amigável possível.

Ele sai um pouco mais animado e vai brincar com alguns coleguinhas, já eu, vou direto pra sala da diretora falar sobre esse assunto, chego na porta bato e escuto um entre, entro e ela me encara interrogativa.

- Aconteceu alguma coisa, Mia?

- Sim e não.- me olha confusa.- Não foi nada grave, é que o aluno Derick Taylor, vive triste e chorando pelos cantos, hoje ele chegou a chorar e dizer que tinha medo de ficar sozinho.- seu semblante fica triste.

- Eu também me preocupo em relação e esse assunto, ele é um ótimo menino só que tem problemas familiares e as vezes fica tristonho.

- Por isso mesmo eu gostaria de contactar o pai dele.

- Claro querida, se você quiser eu mesmo telefono e peço pra ele vir aqui pra você falar com ele.

- Obrigada senhora, eu quero mesmo ajudar meus alunos e ele será o primeiro.

- Nada disso mocinha- me assusto.- nada de senhora, só Victoria está perfeito até porque não sou tão velha assim só 15 anos de diferença.

Começo a rir e ela me acompanha, vou pra sala e os alunos já estão lá, passo brincadeiras e um pequeno dever de casa. O sinal toca e vão todos embora, passo na sala da diretora e ela diz que já ligou para o pai do Derick e ele virá amanhã, o nome dele é Allan Taylor. Vou para casa e passo o resto da tarde planejando aula e assistindo série.

Allan 💷

Estou no meu escritório quando meu celular começa a tocar, olho pra tela e vejo que é a escola do meu filho, atendo rapidamente.

Chamada com a escola do Derick.

- Alô

- Sr.Taylor, aqui quem fala é a diretora Victória, do colégio do seu filho.

- Olá Victoria, aconteceu algo?- pergunto preocupado.

- Nada grave, é que a nova professora quer falar com o senhor sobre ele.- fico aliviado só que também curioso.

- Ele se comportou mal ou algo assim?

- Não, seu filho é muito comportado, ela apenas quer esclarecer algumas coisas e fazer algumas perguntas, não posso te adiantar o assunto mas não precisa se preocupar.

- Ok Victória, amanhã irei pegar ele na escola e aproveito pra falar com ela.

- Tchau Sr.Taylor, até mais.

- Tchau.

Chamada encerrada.

Fico curioso e resolvo ocupar minha cabeça no serviço, aproveito e adianto alguns trabalhos pois amanhã como irei pegar o Derick na escola não voltarei para a empresa, vou passar o resto do dia com meus filhos, ultimamente estou muito ausente. Termino tudo e saio do trabalho umas 01:09 da manhã, chego em casa 01:29 tomo um banho rápido, me jogo na cama e durmo.

Acordo no dia seguinte às 08:00, faço minha higiene, tomo um suco e vou para a empresa, resolvo rápidas pendências e volto pra casa, troco de roupa e depois de algum tempo vou pegar o Derick na escola e conversar com a professora. Aproveito que Ally chegou da faculdade, peço pra ela cuidar da Catharine e saio com o meu Audi Q7 cor azul.

....

Chego na escola e encontro Derick no pátio, quando me vê corre e pula em meus braços.

- Iae garotão.- falo bagunçando o cabelo dele.

- Estou bem papai.- ele me solta um sorriso animado que me deixa feliz, ultimamente o meu trabalho tem tomado muito tempo e eu não consigo chegar antes dele dormir e depois que a desgraçada da Susan foi embora eu deveria ficar mais tempo com ele.

Ele passa a maior parte do tempo com a tia ou com a vó e isso acaba deixando ele mais tristonho, não que ele não goste delas, pelo contrário ele ama, o problema é que eu sou o pai ele deve sentir minha falta, minha mãe mesmo me disse que esses dias ele estava mais triste que o normal, mas agora cheguei aqui e ele sorrir e parece estar tão feliz. Qual será o motivo dessa alegria?

Vou na sala dele, entro e vejo uma moça sentada corrigindo algo, provavelmente é a nova professora dele. Ela parece nova demais, mas se foi contratada pela Victoria é competente. Me aproximo da mesa a chamado e quando ela levanta fico surpreso, a garota da balada.

Ela me olha aparentemente espantada mas mantém o profissionalismo, aponta a cadeira e eu sento, ainda chocado com o que aconteceu.

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