Capítulo 5

(capa 5)

Ao terminar de tomar meu banho e deixar ir toda a dor que sentia, entrei no meu quarto e pensei um pouco mais sobre o que tinha acontecido com Lían Go, mas tudo continuava igual, não tinha uma resposta.

No dia seguinte, levantei muito cedo e saí de casa. Não queria que meus pais percebessem nada, então cobri meu pescoço com um cachecol vermelho. Graças a Deus, o mau tempo me acompanhava, era um dia frio, tão frio quanto meu coração.

Ao chegar na universidade, encontrei Lili primeiro. Ela costuma chegar cedo na universidade.

- Minato\, que surpresa...

- Você está chegando cedo hoje.

- Sim... bem... eu tinha algumas coisas para fazer hoje.

- Entendo... hm? Você está se sentindo bem.

- Seus olhos... parecem...

- Não é só que não dormi muito bem.

- Meus pais chegaram em casa ontem à tarde e ficamos conversando até tarde.

- Minato... você... não contou para eles.

- Não pude dizer nada\, Lili.

- Se eles souberem de tudo isso\, talvez meu pai não fique de braços cruzados.

- Entendo.

- Ah! É o Keita!

- Bom dia\, Keita!

- Minato\, Lili\, bom dia...

Fomos juntos para a sala de aula. Nas duas primeiras horas, ficamos pensando em como entregar nossos trabalhos. Uma vez prontos, fomos juntos comer algo. E foi aí que Keita perguntou de onde eu tinha tirado aquele cachecol. Eu disse que tinha sido um presente da minha mãe no meu aniversário passado. Keita se aproximou e disse.

- Não me lembro da tia Moli te dar algo assim no seu aniversário passado.

- Talvez você não se lembre\, Keita\, mas foi isso mesmo.

- Hm...? Oi!!! Minato\, você!!

- Tem umas marcas no seu pescoço.

Keita ficou muito furioso, me segurou pelos ombros e disse com uma voz muito alta.

- O que é isso!!! Me diga quem!

- Quem foi\, Minato!!

- Não me diga que foi ele!!

- Isso aconteceu de novo e você não foi capaz de dizer nada.

Não consegui conter as lágrimas e contei tudo para eles. Keita me abraçou forte, Lili segurou minhas mãos. Keita estava realmente furioso, apertou os punhos com força e, com uma voz muito fria, disse.

- Minato\, se isso acontecer de novo.

- Não vou deixar passar nem uma vez mais.

Naquele dia, terminei minhas aulas e fui diretamente para casa. Mamãe preparou um jantar delicioso, mas eu não tinha forças para comer nada. Apenas caminhei para o meu quarto, respirei fundo e me deitei na minha cama. Fechei os olhos na esperança de esquecer tudo, mas as lembranças voltaram nos meus sonhos e acordei no meio da noite, tremendo pelo corpo. Realmente não consegui dormir nada e meu corpo estava cansado.

Quando percebi, já era de dia e eu tinha que ir para a universidade. Não queria encontrar com Lían Go, hoje era o dia em que compartilhávamos a aula de finanças pela primeira vez, e eu não queria vê-lo.

Tão rápido quanto entrei na sala de aula, procurei um dos assentos mais distantes dele para não ter que sentir seus olhares, pois eram assustadores. Ao terminar a aula, saí o mais rápido que pude, caminhei rapidamente até o banheiro e, como se fosse uma piada de mau gosto, vomitei sem conseguir me controlar.

Pensei... o que é isso? O que está acontecendo comigo? Meu corpo está tremendo completamente, eu tenho tanto medo que não consigo resistir a vê-lo.

Meu corpo ficou muito quente e as náuseas não desapareciam. Fiquei um tempo longo no banheiro até conseguir acalmar minha mente e controlar meus medos. Depois saí do banheiro e me senti completamente tonto, caminhei devagar e Lían Go passou por mim sem sequer me olhar, como se eu não existisse, distante de qualquer coisa que pudesse me acontecer.

Já que meu corpo não se sentia bem, fui para a enfermaria. Precisava descansar, me deitei em uma maca e meu telefone começou a tocar. Era Keita. Comentei com ele que não me sentia bem e que estava na enfermaria. Ele disse para esperar alguns minutos, que logo viria me buscar. Fechei os olhos e esperei Keita chegar. Ouvi passos e pensei que Keita já tivesse chegado para me buscar. Estava tão cansado que não conseguia abrir meus olhos. Meu corpo começou a ficar pesado, não conseguia falar e foi aí que ouvi a voz dele.

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