Mais tarde, já com a cafeteria funcionando...
Os primeiros clientes começaram a chegar. Eu os atendia com um sorriso no rosto, revezando entre o balcão, o caixa e o serviço de mesa. Fazia um pouco de tudo ali, e isso me deixava ocupada o tempo todo.
Ajustei o nó do avental que estava frouxo quando vi um homem entrar pela porta. Ele olhou ao redor, como se estivesse observando cada detalhe do lugar, e sorriu. Nunca o tinha visto antes — nem ali, nem na faculdade. Talvez já tivesse se formado.
Usava um terno impecável e uma gravata vermelha que chamava atenção de forma sutil, mas marcante. Respirei fundo e fui em sua direção. As palmas das minhas mãos estavam suando.
Quando nossos olhos se encontraram, ele sorriu — e meu coração acelerou de um jeito que parecia até audível.
— Mesa para um, por favor — sua voz era firme e ao mesmo tempo suave, quase como um sussurro que me atravessou inteira.
— Por aqui, por favor — respondi, tentando manter a compostura.
Ele me acompanhou até uma das mesas perto da janela. Indiquei onde ele podia se sentar, e ele agradeceu com um sorriso antes de se acomodar. Entreguei o cardápio, ainda tentando esconder meu nervosismo.
— Nunca vim aqui antes — disse, observando o ambiente — Você pode me recomendar o melhor café da manhã?
— Claro — respondi, apontando para as especialidades da casa com uma ponta de orgulho.
— Vou querer esses, então. Obrigado pela dica — seus olhos estavam nos meus. E só então percebi que eu o observava há tempo demais.
Afastei-me rapidamente, levando o pedido até a cozinha. Voltei ao balcão, mas meus olhos insistiam em voltar para ele. Ele mexia no celular, ajeitava a gravata com elegância... até o modo como respirava me causava arrepios e um friozinho no estômago.
A porta se abriu com o som familiar da campainha, e minha amiga entrou carregada de livros e bolsas.
— Diz que ninguém sentou na minha mesa! — disse ofegante, quase implorando.
— Relaxa. Tá livre. Corre antes que o chefe apareça — levei-a até sua mesa de sempre, que ficava em frente à mesa do cliente novo.
Ela largou seus livros sobre a mesa e fez o pedido habitual antes de se afundar nas leituras.
Enquanto eu me afastava, percebi o cliente novo olhando... ora para mim, ora para a mesa da minha amiga. Quando ele notou que eu o peguei no flagra, desviou o olhar.
Meu coração disparou. Voltei para a cozinha para tentar recuperar o foco.
Peguei o pedido dele e caminhei até sua mesa.
— Com licença — disse, colocando os pratos à sua frente. Ele recuou o braço e me deu um sorriso gentil.
Logo em seguida, deu um gole no café ainda quente, sem hesitar.
— Realmente... esse café é incrível — comentou, saboreando.
— A casa agradece — respondi, sorrindo.
— Qual é o seu nome?
Arregalei os olhos, pega de surpresa. Senti meu coração martelar no peito como se tentasse escapar.
— Carla — respondi, tentando não gaguejar.
Segurei a bandeja com as mãos trêmulas, mas ainda assim mantive o sorriso.
— Nome bonito. Me chamo Alexandre Davis — disse, estendendo a mão.
Apertei, sentindo sua pele macia. Era um toque leve, porém marcante. Um nome simples. Mas ele parecia tudo, menos simples.
Notas da autora:
Carla Brown, 19 anos, estudante bolsista de Harvard, trabalha em uma cafeteria próxima à universidade. É doce, focada, sonhadora e inteligente. Nunca teve um relacionamento, pois dedicou sua juventude aos estudos e ao sonho de uma vida melhor. Mas algo em Alexandre Davis balançou suas certezas. E ela ainda nem sabe o quanto isso vai mudar tudo...
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Fatima Gonçalves
foi assim que começou então
2024-05-30
1
Alba Farias
tou adorando eu ja li da Megan e do Logan da antonela e do Geovani e da lisa edo ricardo
2022-12-28
2
Flavia X Cecilia
uau. ta otima a historia
2022-09-03
0