Deitada ao seu lado, nua , pegajosa do suor, em nossa cama, me sinto segura.
Eu passo os dedos sob seu peitoral e vejo como somos homem e mulher. A diferença e a semelhança.
Você sempre pisca antes de abrir definitivamente os olhos. Eu amo isso.
— Acordada?
Você pergunta com esses lábios seduzentes e eu quero me entregar a você novamente.
— Eu gosto de te observar dormindo. — digo. Me aconchego em você, buscando mais afeto nos seus braços.
— Eu ... — você faz uma pausa dramática enquanto passa os dedos nos meus emaranhados fios de cavelo ruivo.— Eu amo nossos momentos.
Me agarro a essas palavras, tentando escapar do abismo de problemas quanto o sol amanhecer de novo.
Seguro seu rosto em minhas mãos. Beijo seus lábios.
Em poucos minutos estou sentindo você me penetrar como sempre fez. Eu grito seu nome com o resto das minhas energias, esperando você se desfazer dentro de mim, enquanto eu viro uma massa de prazer absoluto sob o lençol suado.
— Eu amo tanto você. Nunca me deixe. — solto essas palavras ao seu ouvido, entrelaço as pernas ao redor do seu quadril e passo as unhas nas suas costas.
Você vai e vem em ritmo constante dentro de mim, a cada vez que sai me sinto sozinha e a cada vez que entra, eu gemo mais uma vez. E mais uma vez . E mais uma vez.
Deitamos nus e abraçados. Eu quero mais momentos como esse.
Quando abro os olhos, você ja se foi
Já é dia.
A sua alma ja saiu dos meus pensamentos.
Me arrumo como sempre. É doze de outubro, dia das crianças. Vou até o cemitério, e em sua lápide deixo uma caixa de doces. Você amava crianças, nunca vamos poder ter uma.
Lágrima escorrem pelo meu rosto.
Foi há um ano, mas parece ontem que vi seus olhos sem vida.
Pelo jeito, vou ter que esperar a noite voltar para te ver respirando novamente.
E poder por pelo menos uma última vez, sentir seu corpo sob o meu.
Eu amo você.
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