Se pudesse voltar no tempo nunca teria feito aquele acordo agora é tarde demais para me arrepender.
Meu nome é Susy Hoper meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha oito anos de idade. Como qualquer criança que ama seus pais senti muito essa perda. Fui morar com os meus tios Dora e Estêvão Hoper que não tinham filhos e eram ausentes, tendo que delegar a função da minha criação para a empregada Emma Tosly:
-Susy hoje vou te contar a estória do pato que não era pato e sim um lindo sisne. Diz ela com o livro na mão.
-Mas você já leu essa estória do "Patinho Feio" Emma. Digo desapontada.
-Me esqueci que já havia contado essa estória para a minha garotinha favorita. Ela faz cosegas na minha barriga.
-A tia Dora não vem me dá um beijo essa noite também? Pergunto para Emma.
-Ela ainda não chegou do trabalho e já são oito horas, o seu horário de dormir.
Algumas lágrimas caem do meu rosto Emma abre a janela e me chama para ver as estrelas, ela explica me que meus pais agora são estrelas que estão no seu e que brilham sempre que me vê. Vimos um ponto de luz caindo do céu, Emma diz que é uma estrela cadente e pede para mim fazer um pedido nesta hora.
Fechei os olhos e desejei ter um amigo que ficasse ao meu lado para sempre.
A luz desaparece é hora de dormir, Emma me cobre com o cobertor rosa com desenhos de coelhinhos,deixando o abajur ligado na cômoda ao lado da cama,fecho os olhos e consigo dormir.
Na manhã seguinte acordo e vejo alguém sentado ao lado da minha cama, sua pele é muito branca, seus olhos são preto, seus cabelos são grandes chegando em sua cintura, seu rosto está machucado e suas roupas brancas estão um pouco sujas.
Tento gritar mas não sai som da minha boca, ele faz o sinal com o dedo pedindo silêncio:
-Não vou te machucar, o que você pediu? Posso sentir que pediu algo garotinha.
Tento falar mas não consigo, então ele estala um de seus dedos:
-Pode falar. Diz olhando fixamente para mim.
-Um amigo, pedi um amigo. Digo querendo chorar de tanto medo.
-Então serei o seu amigo! Não precisa ter medo de mim, deixa eu me apresentar meu nome é Samon e o seu nome é? Diz tentando sorrir.
-Susy. Ele segura em minha mão.
-Agora Susy seremos amigos para sempre e posso te dar tudo o que quiser.
-Pode trazer meus pais de volta? Digo com esperança.
-Eles morreram? Ele pergunta.
-Sim. Respondo.
-Não, não posso trazer vida, então quer ser amiga do Samon?
-Sim, você pode voar? Pergunto inocentemente.
-Sim, quer me ver voando? Ele diz piscando um dos olhos.
-Sim! Digo empolgada.
Ele começa a voar pelo quarto fazendo algumas luzes coloridas com suas mãos, foi uma manhã feliz:
-Susy você não poderá falar de mim para ninguém. Diz ele olhando em meus olhos.
-Por que? Pergunto curiosa.
-Só você pode me ver as outras pessoas não verão o Samon somente a Susy, Samon é somente da Susy.
Emma bate na porta a abrindo pergunta:
-Bom dia Susy com quem estava falando? Ela pergunta procurando alguém no quarto e não encontra ninguém além de mim.
-Estava falando sozinha. Minto.
Samon está no canto da porta observando Emma conversar comigo:
-Vamos tomar banho e ir para o colégio, como está frio o seu quarto Susy. Diz ela fechando a porta.
Alguns dias passaram Samon se torna cada vez mais meu amigo a quem conto tudo o que acontece no colégio, brincamos de boneca,jogo da memória e esconde-esconde. Ele diz que veio de muito longe e que também não tem família, agora sou a sua única família:
-O que ser quando crescer Samon? Pergunto a ele.
-Príncipe. Diz olhando para o teto.
-Mas você já é olha o tamanho do seu cabelo.
-Ainda não sou príncipe mas conheço uma princesa linda chamada Susy. Diz ele me olhando.
-Quer ser a minha princesa Susy?
-Sim. Digo inocente.
-Estente a sua mão. Ele me pede.
Estendo a mão e sinto queimar minha pele, logo depois uma pequena estrela aparece em minha mão em forma de queimadura:
-Pronto agora você será a minha princesa para sempre quando completar dezesseis anos será minha princesa.
-Mas ainda tenho oito anos. Digo desapontada.
-Susy o que são anos para quem tem séculos. Vou desaparecer por algum tempo e depois ficaremos juntos para sempre.
Naquela época não entendi aquelas palavras e o pacto que havia firmado, Samon desapareceu na semana seguinte.
A pequena estrela queimada na minha mão não desapareceu. Sinto falta de conversar e brincar com ele que também me abandonou.
Um ano depois meu tio Estêvão vai parar no hospital com várias feridas em seu corpo, os médicos realiza vários exames e não consegue chegar a um diagnóstico preciso. Uma semana depois ele morre com diagnóstico inconclusivo.
Ele foi a primeira vítima das consequências de se ter um amigo imaginário.