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O velho Elias acordou com um suave balanço. Estava em um trem, banhado por uma luz dourada que não machucava os olhos. Do lado de fora, nuvens cor-de-rosa desfilavam pela janela.
Uma voz tranquila ecoou: "Cada vagão é uma memória, Elias. Uma para seguir em frente."
No primeiro vagão, o cheiro de terra molhada o levou à infância. Ele viu a si mesmo, menino, correndo descalço no cafezal atrás de seu pai. Sorriu.
No segundo, o aroma de jasmim encheu o ar. Era a noite em que dançou com Clara pela primeira vez, tímido, as mãos suadas, o coração batendo forte.
O terceiro vagão trouxe o choro de um bebê. Lembrou-se do dia em que segurou sua filha nos braços, transbordando um amor que nem sabia ser possível.
Outros vagões passaram, com risos, tristezas, conquistas e perdas. Uma vida inteira, comprimida em instantes preciosos.
Finalmente, o trem parou. A porta do último vagão se abriu. Lá, sentada em um banco de veludo, com o mesmo vestido azul do dia do casamento, estava Clara. Seus olhos brilhavam.
"Demorou, meu amor...mas que bom que você chegou," disse ela, estendendo a mão.
Elias segurou-a, e pela primeira vez em anos, não sentiu nenhuma dor. Apenas paz.
"O trem já pode partir," sussurrou Clara. "Desta vez, vamos juntos."
E assim, de mãos dadas, eles seguiram para a luz.