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Na noite espessa, o breu respira,
um manto de sombras que tudo conspira.
As paredes murmuram segredos partidos,
os passos ecoam em corredores perdidos.
A lua se esconde, pálida, ferida,
testemunha silente da morte da vida.
Os vultos deslizam, sem rosto, sem nome,
sussurram nas trevas um hino sem fome.
A escuridão ri, profunda, devoradora,
é amante cruel, é rainha sedutora.
Nas veias do medo, destila veneno,
um laço eterno, sombrio e terreno.
Mas dentro do caos, no abismo profundo,
surge o fascínio de outro mundo.
Pois quem abraça a sombra e nela confia,
descobre na treva sua própria poesia.