Sabe aqueles momentos em que estamos na nossa cama, num limbo estranho entre está desperto e está dormindo? Essa pequena fração de segundos, em que nossa consciência existe em dois lugares, ao mesmo tempo que não existe em lugar algum. Nesse estado de dormência intensa e disolante, pensamos mais na vida do que qualquer outra coisa. Talvez por termos a sensação de que a morte possa parecer exatamente com isso…um estado catastrófico devastante, onde mesmo que você exista, não existe de fato. Faz sentido? Não, não faz. Esse é exatamente o problema. A morte é uma daquelas coisas que não faz nenhum sentido, mas ao mesmo tempo faz. Como as vezes em esquecemos o que íamos fazer em um cômodo, colocamos coisas onde não deveríamos e como nossa cabeceira parece três vezes maior quando estamos quase dormindo. Essas pequenas incongruências e loucuras da vida, provam mais do que nunca que não é preciso ter sentido a todo tempo, nem que as coisas são assustadoras devido a isso, basta lembramos daquele momento entre o dormir e acordar para ter a certeza de morrer pode ser menos trágico do que se pensa e mais vazio do que se deve.