Na curva da estrada que o tempo esqueceu,
há passos que ecoam, mas ninguém os deu.
Sombras dançam nas janelas sem vidro,
e o vento murmura um segredo perdido.
As árvores curvam-se, como em oração,
escondendo horrores da imensidão.
Um relógio bate, mas não há parede,
um riso ressoa — de quem? Ninguém cede.
O chão range sob pés invisíveis,
portas se abrem por mãos impossíveis.
Um nome é sussurrado na brisa gelada,
e um vulto observa, da escura escadaria calada.
A lua esconde-se por trás do véu,
enquanto o frio sobe dos pés ao céu.
Você corre, mas a estrada se estende,
e a noite — ah, a noite — nunca mais se rende.