Capítulo 1 – Encontro do Destino
O som apressado dos saltos de Laura ecoava pelos corredores do Hospital São Gabriel. Médica jovem e promissora, com seus longos cabelos loiros sempre presos num coque prático, ela irradiava simpatia por onde passava. Seus olhos azuis claros pareciam carregar o céu de um dia calmo, e seu sorriso — constante e gentil — era uma presença reconfortante para pacientes e colegas.
— Laura, você pode cobrir a emergência? — perguntou a enfermeira Ana, já aflita.
— Claro! — respondeu sem hesitar, como sempre. — Pode deixar comigo.
Enquanto atendia os casos rotineiros daquela manhã movimentada, um burburinho diferente começou a se formar entre os enfermeiros. Um carro de luxo havia parado na frente do hospital, e do banco de trás saiu um homem ferido no braço, mas andando com dignidade e certa arrogância. Alto, de porte imponente, vestia roupas caras e um terno parcialmente manchado de sangue.
Era Enrico Monteiro, dono de uma das maiores construtoras do país, conhecido tanto por sua fortuna quanto pela fama de frio e reservado. Seus olhos verdes cortavam como lâminas e os cabelos castanhos caíam ligeiramente sobre a testa. Sempre sério, não esboçava expressão alguma — até que entrou na sala de atendimento e viu Laura.
— Sente-se aqui, por favor — disse ela, apontando para a maca, sem se abalar com o ar intimidador dele. — Eu sou a Dra. Laura, vou cuidar do seu ferimento.
Ele apenas assentiu, observando-a com curiosidade. Havia algo naquela mulher que o desarmava. Talvez fosse a forma como tratava cada pessoa com respeito e leveza, ou talvez seus olhos azuis, que pareciam enxergar mais do que ele queria mostrar.
Enquanto ela cuidava do corte profundo em seu braço, o silêncio se instalou. Mas Laura não era do tipo que se deixava intimidar.
— Então... o que aconteceu? — perguntou, com um tom leve, tentando puxar conversa.
— Acidente de obra — respondeu seco.
— Imagino que deva ser difícil controlar tudo o tempo todo.
Ele a olhou de lado. Era raro alguém se referir a ele com tanta naturalidade. Quase... intimidade.
— E você sempre sorri assim?
Ela deu uma risadinha.
— Sempre que posso. A vida já tem problemas demais, não acha?
Foi a primeira vez que ele esboçou um meio sorriso. E nesse instante, um fio invisível pareceu se formar entre os dois.
Capítulo 2 – O Paciente Misterioso
O relógio marcava quase oito da noite quando Isabela saiu da última sala de atendimento. O hospital estava mais calmo agora, com os corredores vazios e as luzes suavemente amareladas criando uma atmosfera quase acolhedora. Ela tirou as luvas, jogou no lixo e respirou fundo. Mais um plantão intenso, mas gratificante.
Estava prestes a seguir para a sala de descanso quando uma enfermeira se aproximou apressada.
— Doutora Isabela, chegou um paciente novo na emergência. Acidente leve de carro, mas ele está reclamando de dor no ombro e no tornozelo.
— Já chamaram o ortopedista?
— Ainda não, achamos melhor você dar uma olhada primeiro. Parece que ele ficou meio nervoso... E tem algo de diferente nele — a enfermeira sorriu, quase com malícia. — E é bonito demais, viu?
Isabela riu, balançando a cabeça. — Tá bom, vamos ver o galã machucado.
Ao entrar na sala, deu de cara com um homem sentado na maca, com uma expressão impaciente e fechada. Os cabelos castanhos estavam um pouco bagunçados, os olhos verdes atentos e desconfiados. A calça social estava suja de terra e a camisa branca manchada de sangue no ombro.
— Boa noite. Eu sou a doutora Isabela. Pode me dizer seu nome?
— Leonardo — respondeu seco, desviando o olhar.
Ela se aproximou com calma, pegando a prancheta. — Certo, Leonardo. Você sofreu um acidente?
— Só um descuido. Estava com pressa e perdi o controle na curva. Nada demais.
Isabela ergueu uma sobrancelha. — Aparentemente, seu ombro não concorda com você. Vou precisar examinar, tudo bem?
Ele assentiu com um leve movimento de cabeça. Enquanto ela tocava com cuidado o ombro lesionado, percebeu como os músculos dele estavam tensos. Ele não era apenas um homem sério; era alguém acostumado a se proteger de tudo e de todos.
— Vai precisar de raio-X. Provavelmente uma luxação leve — disse ela, profissional como sempre.
Leonardo a observava de soslaio. Algo naquela médica o incomodava. Talvez o sorriso calmo, a leveza com que lidava com a dor dele, ou talvez... o jeito como seus olhos azuis pareciam enxergar além da superfície.
— Já acabou? — ele perguntou, tentando parecer indiferente.
— Por enquanto sim. Vou pedir os exames e te encaminhar. Mas um conselho: da próxima vez, não tente ser mais rápido que a curva.
Pela primeira vez, Leonardo esboçou um pequeno sorriso — quase imperceptível.
Ela saiu da sala sem olhar para trás, mas sentiu algo estranho no peito. Como se aquele paciente não fosse apenas mais um. Como se... o destino tivesse acabado de pregar uma peça.
Parte 3 – O Encontro Inesperado
O som ritmado da chuva contra as janelas do hospital parecia combinar com o turbilhão que se formava dentro de Isabela. Ela tentava manter a concentração nos prontuários, mas seu pensamento insistia em voltar àquele paciente de olhos verdes que, mesmo sério e fechado, havia despertado algo nela.
Durante o plantão da noite, o hospital parecia mais silencioso que o normal. Luzes fracas iluminavam os corredores enquanto Isabela caminhava em direção à ala de ortopedia, onde ele ainda estava internado. Ao se aproximar do quarto, notou a porta entreaberta. Franziu a testa. Aquilo não era comum, principalmente naquela hora.
— Senhor Leonardo? — chamou baixinho, entrando.
O quarto estava vazio.
A cama estava feita, como se ninguém tivesse estado ali. Nenhum sinal de presença. Nenhum barulho. Apenas o som da chuva e o leve tilintar de um monitor cardíaco... desconectado.
O coração de Isabela disparou. Ela saiu em passos rápidos, perguntando para os colegas se alguém havia autorizado a saída dele. Mas ninguém sabia de nada. Um paciente com o tornozelo fraturado simplesmente não desaparecia assim.
De repente, uma enfermeira veio correndo até ela:
— Doutora, tem uma ligação para você na recepção. Disseram que é urgente.
Confusa e com um frio na espinha, Isabela correu até o telefone. Atendeu com a voz trêmula.
— Alô?
Do outro lado da linha, uma voz rouca, masculina, e inconfundível.
— Doutora Isabela... me desculpe por desaparecer assim. Mas você precisa saber: há coisas sobre mim que não posso deixar que descubra... ainda.
Antes que ela pudesse responder, a ligação caiu.
Parte 4 – Segredos à Meia-Noite
Os dias seguintes foram envoltos em uma névoa de perguntas sem respostas. Isabela tentava seguir com a rotina do hospital, mas sua mente insistia em reviver a voz misteriosa ao telefone. Quem era realmente Leonardo? Por que sumira daquele jeito? E o que significava aquele aviso velado?
Certa noite, ao sair do hospital depois de um plantão exaustivo, Isabela encontrou algo inusitado em seu carro: uma única rosa branca sobre o capô, e ao lado, um envelope dourado com seu nome escrito à mão. Suas mãos tremeram ao abrir.
"Vá até o Jardim das Estrelas. Esta noite, à meia-noite. Só você e o silêncio entenderão o que tenho a dizer."
Ela conhecia aquele lugar — um mirante antigo na parte alta da cidade, onde o céu parecia tocar a terra e as estrelas brilhavam mais forte. Algo dentro dela dizia que precisava ir.
À meia-noite em ponto, Isabela chegou ao Jardim. O vento soprou leve, balançando as flores e o vestido azul que ela usava. Então, entre as sombras, ele surgiu. Leonardo. Os olhos verdes dela se encontraram com os dele, intensos, cheios de algo que ela ainda não compreendia, mas sentia.
— Você veio — disse ele, com um pequeno sorriso.
— Por que sumiu daquele jeito? — perguntou ela, com um misto de alívio e raiva. — Achei que algo tivesse acontecido...
— Aconteceu. E ainda está acontecendo. Mas eu precisava saber se você viria... se ainda confiaria em mim mesmo sem respostas.
Isabela hesitou. Mas havia algo mágico naquele momento, como se o mundo tivesse parado só para os dois. Ela se aproximou, e ele segurou suas mãos, com delicadeza.
— Há coisas que não posso explicar agora, mas te prometo uma coisa, Isabela... o que sinto por você é real. E se você me der tempo, vou te mostrar um mundo que nunca imaginou existir.
O vento soprou outra vez, e as estrelas, naquele instante, pareceram piscar só para eles. O toque das mãos deles queimava feito promessa. O destino, silenciosamente, acabava de traçar seu caminho.
Página 5 — Felicidade com crianças e cachorros:
O jardim estava cheio de vida naquela manhã de sábado. O sol brilhava suave, e o cheiro de grama recém-cortada se misturava com o aroma doce vindo da cozinha, onde bolos assavam no forno. Crianças corriam pelo quintal, rindo alto, enquanto dois cachorros brincavam de pegar uma bola.
Lara observava tudo sentada em uma espreguiçadeira, com um sorriso largo no rosto e um brilho nos olhos. Ela segurava uma xícara de chá, e ao seu lado, Gabriel assistia àquela cena com a mesma expressão de paz.
Uma menininha de cachos dourados tropeçou e caiu de leve na grama. Antes que pudesse chorar, um dos cachorros se aproximou e lambeu seu rosto, fazendo-a rir em meio às lágrimas. Lara se levantou para ajudar, mas a garotinha já estava de pé, abraçada ao cão. Gabriel puxou Lara pela cintura e a beijou na testa.
— Você já reparou que a nossa casa tem som de felicidade? — ele perguntou, com a voz suave.
Lara sorriu, olhando ao redor.
— Tem cheiro, tem cor e até gosto de felicidade... É o que sempre sonhei — ela respondeu.
Os olhos deles se encontraram com carinho. Nada naquele mundo era mais bonito do que aquela vida cheia de amor, risadas infantis e rabinhos balançando sem parar.
Página 6 — Felicidade com leve toque de emoção:
O plantão tinha sido puxado, mas Lara não reclamava. Aquela noite no hospital mudou algo dentro dela. Uma garotinha havia chegado desacordada, e todos estavam tensos. Lara, com a calma que só ela tinha, conduziu a equipe com firmeza e cuidado. Minutos que pareceram horas passaram até que o coração da criança voltou a bater com força. A mãe caiu de joelhos, chorando de alívio, e abraçou Lara como se abraçasse a própria salvação.
Ao sair do hospital, o céu começava a clarear. Lara caminhava até o carro com os olhos marejados, sentindo o peso e a beleza da vida ao mesmo tempo. Quando chegou em casa, Gabriel a esperava na porta, com os olhos atentos.
— Você está bem? — ele perguntou, já abrindo os braços.
Ela caiu no abraço dele e desabou. Não de tristeza, mas de alívio, de orgulho, de gratidão.
— Hoje foi intenso… mas eu salvei uma vida, amor — ela sussurrou no ouvido dele.
Gabriel a segurou com firmeza, beijando sua cabeça.
— Você é incrível, Lara. E eu tenho tanto orgulho de você.
Naquela noite, depois de um banho quente e um jantar simples feito com amor, os dois se deitaram juntos, de mãos dadas, em silêncio. Às vezes, a felicidade estava nos momentos calmos, depois da tempestade.
Página 7 — Safadeza pura e sem medo, com muita emoção:
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Ela entrou na sala de plantão com o jaleco meio aberto, revelando discretamente o decote do vestido que usava por baixo. Era seu aniversário, e naquele dia, ela não estava com vontade de ser apenas a médica certinha e sorridente de sempre. Ele estava lá, esperando, encostado na parede, com aquele olhar que misturava desafio e desejo.
— Achei que você não viria — ela sussurrou, aproximando-se devagar.
— E perder a chance de te ver assim? Nem pensar — ele respondeu, puxando-a pela cintura com firmeza.
Os lábios se encontraram num beijo urgente, faminto, como se os dias longe um do outro tivessem sido insuportáveis. Suas mãos deslizaram pelas costas dela, e ela arfou, sentindo a eletricidade percorrer seu corpo.
— Estamos no hospital… — ela murmurou, entre beijos, enquanto ele a prensava contra a parede.
— E daí? Você salvou vidas o dia inteiro. Agora é hora de eu cuidar de você — ele sussurrou em seu ouvido, antes de descer os beijos para o pescoço dela.
A sala parecia desaparecer ao redor, e só restavam os dois, movidos por uma vontade incontrolável. As roupas iam sendo desfeitas aos poucos, os toques se intensificavam. Era desejo puro, sem amarras, sem vergonha. Um amor que queimava por dentro, com safadeza na medida exata para enlouquecer qualquer um.
E naquele instante, ela soube: ele era seu vício, sua perdição deliciosa.
Página 8, até o amanhecer.
O sol invadia a janela do quarto com delicadeza, pintando de dourado os cabelos dela, que ainda dormia serenamente. Ele ficou ali, parado, observando cada detalhe como se estivesse diante de uma obra de arte rara. O jeito como os cílios dela descansavam sobre a pele, o leve sorriso nos lábios, a respiração tranquila… tudo nela era paz.
Ele se abaixou devagar e deixou um beijo suave na testa dela. Sentiu-se bobo por estar tão encantado, mas ao mesmo tempo, sabia que era inevitável. Desde o momento em que a conheceu naquele hospital, ela havia virado sua vida de cabeça pra baixo — e ele gostava disso.
Quando ela abriu os olhos e o viu ali, sorrindo feito um menino apaixonado, soltou uma risadinha.
— Ficou me olhando por quanto tempo, hein? — ela brincou, puxando-o para perto.
— O suficiente pra ter certeza de que não quero mais acordar sem essa vista. — Ele respondeu, beijando-a devagar.
Ela se aninhou em seu peito, sentindo o coração dele bater acelerado. Aquilo era real. Era amor, e estava florescendo a cada amanhecer.