Diante de todos os familiares e amigos, Eric se ajoelhou, segurando a mão de Gabriela com um sorriso emocionado. O silêncio expectante foi quebrado por um suspiro coletivo quando ele fez a pergunta que mudaria suas vidas:
“Gabriela, você quer se casar comigo?”
Os olhos dela se encheram de lágrimas, e um sorriso trêmulo surgiu em seus lábios antes que ela finalmente respondesse:
”Sim!”
O salão explodiu em aplausos e exclamações de alegria. O jovem casal se abraçou sob os olhares emocionados dos presentes.
Enquanto Eric seguia os passos do pai e se tornava advogado, Gabriela estava prestes a concluir a faculdade de enfermagem. Juntos, tinham planos grandiosos para o futuro.
A mãe de Eric, Helena, não conseguia esconder sua felicidade. Seu rosto transbordava orgulho e entusiasmo, enquanto ela apertava as mãos de outras convidadas, já sonhando com os preparativos do casamento.
No entanto, nem todos compartilhavam da mesma empolgação. No canto do salão, Rodrigo, pai de Eric, observava a cena com uma expressão indecifrável. Seus olhos vagavam entre Eric e Gabriela, sem um traço de emoção, como se aquele momento não tivesse importância alguma para ele.
Gabriela recebia os parabéns de todos, mas, por um breve instante, sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao cruzar o olhar com Rodrigo. Havia algo na postura dele, na sua aparente indiferença.
A reuniãozinha se arrastava muito mais do que Gabriela esperava. O relógio já avançava pela noite, e o cansaço começava a pesar sobre seus ombros. No dia seguinte, logo cedo, ela embarcaria para Barcelona para visitar a mãe e ainda precisava terminar de arrumar suas malas.
”Está ficando tarde... Acho que vou indo” Gabriela murmurou para Eric, que conversava animadamente com alguns amigos.
Antes que o noivo pudesse responder, Rodrigo, que acompanhava a cena em silêncio, se adiantou:
”Eu levo você. Eric deve ficar e aproveitar a noite com os convidados dele.”
Gabriela hesitou por um instante. Não esperava aquela oferta, mas recusá-la soaria rude. Além disso, já estava cansada demais para discutir.
”Ah... Tudo bem, obrigada” respondeu, lançando um último olhar para Eric, que apenas sorriu e assentiu.
Ela se despediu rapidamente do agora noivo, que a envolveu em um abraço lhe dando um breve beijo nos lábios.
Então, acompanhou Rodrigo até o carro. A noite estava fresca, e o vento suave fez com que Gabriela se encolhesse um pouco.
O motor ronronou suavemente quando Rodrigo deu a partida.
Rodrigo dirigia em silêncio, os olhos fixos na estrada, a mandíbula tensa. O único som dentro do carro era o leve ronronar do motor e o ocasional farfalhar das árvores quando o vento passava por elas. O silêncio entre os dois era desconfortável, quase sufocante.
Ele desviou o olhar rapidamente para Gabriela e a viu observando a paisagem pela janela, serena, como se tudo estivesse exatamente onde deveria estar. Aquilo o irritou ainda mais.
”Então, é isso?” Sua voz cortou o silêncio como uma lâmina.
Gabriela virou o rosto lentamente para encará-lo, seus grandes olhos sustentando um olhar tranquilo, indiferente. Essa expressão apenas alimentou a fúria silenciosa de Rodrigo.
”Estou tão surpresa quanto você.” disse ela, a voz suave, sem pressa.
Rodrigo soltou uma risada amarga, balançando a cabeça.
”Que merda.”
Gabriela ergueu uma sobrancelha, sem se abalar.
”Não entendo por que está com raiva.”
Ele a fitou por um instante, os dedos apertando o volante até os nós ficarem brancos.
”Não entende?” Sua voz saiu baixa, carregada de algo contido. Então, num movimento brusco, ele soltou um suspiro pesado e murmurou, quase entre os dentes: ”Porra, Gabriela... Você poderia ter dito qualquer coisa.”
Ela riu, mas não havia humor em seu riso. Apenas uma compreensão amarga.
”Você sabe que não.”
Rodrigo cerrou os dentes e desviou o olhar de volta para a estrada. Ele sabia. E era exatamente isso que o fazia odiar tudo naquele momento.
Rodrigo apertou ainda mais o volante, os nós dos dedos brancos de tensão.
”Então…”
Gabriela suspirou, já prevendo o rumo daquela conversa.
”Rodrigo… ” Ela o olhou nos olhos, sua voz firme, mas sem hostilidade. ”Ele é seu filho. Você deveria estar feliz por ele.”
Rodrigo soltou um riso seco.
”Não vem com lição de moral para cima de mim agora.”
Gabriela deu de ombros.
”Eu não quero mais falar sobre isso.”
”Engraçado, porque adivinha?” Ele virou o rosto para ela, os olhos brilhando de algo perigoso. "Eu quero."
Gabriela umedeceu os lábios, desviando o olhar.
”Por favor…”
”Só preciso saber se significou alguma coisa.”
O ar no carro parecia mais pesado. Gabriela respirou fundo antes de responder.
”Rodrigo…”
”Olha, eu já te falei…” Ele passou a mão pelos cabelos, frustrado. ”Estou disposto a fazer qualquer coisa.”
Ela fechou os olhos por um segundo, como se buscasse paciência.
”Por favor, Rodrigo…”
”Eu posso me divorciar da Helena. Nosso casamento é um desastre mesmo.”
Gabriela soltou uma risada curta, incrédula.
”Rodrigo, ouça o que está dizendo.”
Ele passou a língua pelos lábios, como se buscasse as palavras certas, mas tudo que encontrou foi mais desespero.
”Gabriela, você não sabe como é difícil…”
Antes que pudesse continuar, o carro parou em frente ao prédio dela. O silêncio entre os dois agora parecia ensurdecedor.
”Não posso arruinar a vida do Eric.” A voz de Gabriela saiu baixa, mas firme. ”Ele te ama tanto…”
Ela suspirou, desviando o olhar.
”Ele jamais te perdoaria, Rodrigo.”
Rodrigo balançou a cabeça, como se recusasse a aceitar aquela verdade.
”Ele vai entender.”
Gabriela o encarou por um instante, como se lamentasse por ele. Então, com um gesto inesperadamente suave, passou a mão pelo rosto de Rodrigo, os dedos deslizando brevemente sobre sua pele quente.
Mas, antes que ele pudesse reagir, ela recuou e saiu do carro, fechando a porta atrás de si sem olhar para trás.
Caminhou até o prédio, sentindo o peito apertado. Dentro do apartamento, tirou os sapatos com um suspiro cansado e seguiu até a cozinha. Precisava de um copo d’água, algo para clarear os pensamentos.
Mas antes que pudesse dar mais um passo, um som familiar a fez congelar.
A porta se abriu.
O pavor subiu por sua espinha antes mesmo de ela se virar. E quando finalmente olhou para trás, encontrou Rodrigo parado ali.
Ele cruzou o espaço entre eles em segundos. Alto, imponente, o olhar carregado de algo que Gabriela não queria decifrar. Antes que pudesse reagir, sentiu as mãos dele segurarem seus ombros com firmeza.
”Quem você pensa que é?” A voz de Rodrigo saiu baixa, mas carregada de uma ameaça velada, um tom passivo-agressivo que a fez prender a respiração. ”Quem é você?”
O coração de Gabriela disparou. Mas ela não disse nada. Não conseguia.
Rodrigo a puxou com firmeza, colando seus lábios aos dela em um beijo intenso e faminto. Com as mãos fortes, guiou-a até a bancada da cozinha, mas Gabriela rompeu o beijo, girando o corpo de frente para a superfície fria.
”Não vamos estragar tudo” sussurrou, ofegante.
Mas Rodrigo ignorou as palavras dela. Pressionou-se contra seu corpo, seu desejo evidente através do tecido da calça, roçando contra a curva de sua bunda.
”Não suporto ver ele tocando você.” rosnou contra a pele exposta de seu pescoço.
Um arrepio percorreu a espinha de Gabriela, e um gemido escapou de seus lábios.
”Ah…”
Rodrigo deslizou as mãos pela cintura dela, segurando-a com posse.
”Imagina o quanto foi difícil para mim hoje” murmurou, a voz carregada de frustração e desejo.
Provocante, Gabriela arqueou-se contra ele, empinando os quadris, sentindo sua excitação crescer.
”Então me mostra o quanto foi difícil...”
Rodrigo soltou um grunhido baixo ao sentir Gabriela se pressionar contra ele. Suas mãos deslizaram por sua cintura, puxando-a ainda mais para si, os dedos apertando sua pele com posse.
”Você gosta de me provocar, não é?” sua voz saiu rouca contra o ouvido dela, seus lábios roçando sua pele quente.
Ela sorriu, mordendo o lábio, sem responder. Em vez disso, empinou-se mais, sentindo o volume rígido dele contra si.
Rodrigo segurou seu quadril com uma das mãos enquanto a outra deslizava lentamente pela lateral do corpo dela, traçando um caminho preguiçoso e torturante.
”Eu deveria te fazer pagar por isso.” murmurou, deslizando os lábios pelo pescoço dela, depositando beijos quentes e provocativos.
Gabriela arquejou, seus dedos se agarrando à bancada como se fosse seu único ponto de equilíbrio.
”Rodrigo… o Eric vem essa noite” a voz de Gabriela saiu entrecortada, como se tentasse recuperar o controle da situação.
Ela se desvencilhou dos braços dele e correu pelo corredor, os passos apressados e tropeçantes. Mas não foi longe. Rodrigo a alcançou em segundos, agarrando-a pela nuca e a empurrando contra a parede com um só movimento.
”Ah…” Gabriela arfou ao sentir o choque do corpo dele contra o seu.
Ele a manteve presa, uma mão firme contra sua cintura enquanto a outra se atrapalhava com o zíper da calça.
O desejo pulsava dentro dele, intenso, avassalador. Rodrigo sempre se orgulhou de seu autocontrole, mas ali, com Gabriela tão entregue, tão provocante, não havia mais nada além da necessidade bruta de tê-la.
Foi quando ela ergueu a saia do vestido, revelando o que ele não havia notado antes.
”Você estava assim o tempo todo?” a voz dele saiu rouca, repleta de incredulidade e desejo.
Gabriela riu, mordendo o lábio.
”Pensei que tivesse percebido.”
Isso foi o suficiente para fazê-lo perder qualquer resquício de paciência. Ele agarrou seu quadril, puxando-a para si, e, sem mais espera, a tomou ali mesmo.
Com um movimento firme, ele puxou seu quadril, arqueando-a contra si, a palma espalmada em sua cintura enquanto a outra segurava sua nuca. O calor entre eles era sufocante, bruto, impossível de conter.
Quando a preencheu, Gabriela gritou novamente, sua voz entrelaçando-se com a respiração pesada de Rodrigo.
E aquilo só o instigou ainda mais.
Seu aperto se intensificou, os movimentos se tornaram mais urgentes, e cada gemido dela o fazia querer mais—tomá-la, marcá-la, fazê-la se lembrar apenas dele.
Ele segurou seu quadril com mais força, os dentes roçando sua pele enquanto murmurava contra sua nuca:
”Você é minha.”
Gabriela apenas arquejou, perdida no turbilhão de sensações, rendida ao desejo que a consumia.
E Rodrigo não pararia até que ela soubesse que, por mais que tentasse resistir, naquele momento, ela realmente era dele.
Rodrigo sentiu o corpo de Gabriela estremecer sob o seu toque, cada resposta dela acendendo uma fagulha em sua pele.
Ele se inclinou, colando o peito às costas dela, os lábios encontrando a curva de seu pescoço.
”Ah, Rodrigo…”
”Diga meu nome outra vez” exigiu, a voz rouca, carregada de desejo.
”Rodrigo…” ela sussurrou, quase sem fôlego, os dedos se agarrando à borda da bancada, buscando algum tipo de ancoragem em meio à tempestade de sensações que ele provocava.
Ele deslizou uma mão pela lateral do corpo dela, explorando cada curva, cada linha, como se quisesse decorar cada detalhe. Seus movimentos eram firmes, decididos, enquanto se movia dentro dela, tomando-a por completo.
O som das respirações entrecortadas, dos corpos se encontrando, preenchia o ambiente, criando uma sinfonia íntima e crua.
”Você gosta quando eu tomo o que é meu?” ele provocou, mordiscando seu ombro, os dedos cravando-se em sua pele.
”Sim…” Gabriela gemeu, os olhos fechados, entregando-se completamente àquele momento, esquecendo-se de tudo além do toque de Rodrigo.
Rodrigo sorriu contra a pele quente do ombro dela, satisfeito com a rendição. Suas mãos deslizaram para sua cintura, segurando-a firme enquanto ele aprofundava os movimentos, cada estocada arrancando um gemido mais alto dos lábios de Gabriela.
Ela arqueava o corpo contra ele, os dedos cravados na madeira da bancada, os joelhos tremendo sob o peso do prazer avassalador.
Ele sentiu o corpo dela se apertar ao redor dele e rosnou baixinho, os dentes raspando contra a pele sensível de seu pescoço.
”Você é tão linda assim…” Rodrigo murmurou, sua respiração quente e entrecortada contra o ouvido dela.
”Gemendo meu nome, se entregando para mim desse jeito…”
Gabriela apenas gemeu em resposta, incapaz de formular palavras. Ela sentia o corpo sendo tomado pelo desejo, cada investida dele a levando mais para perto do limite.
Rodrigo deslizou uma das mãos para a frente, os dedos ágeis encontrando seu ponto mais sensível.
”Quero sentir você gozar para mim…” ele ordenou, a voz rouca, cheia de luxúria.
Gabriela soltou um grito abafado, os braços cedendo sobre a bancada quando o prazer explodiu dentro dela, em ondas que a deixaram completamente vulnerável.
Rodrigo a segurou firme, intensificando os movimentos, seu próprio prazer se aproximando do ápice. Com um último gemido rouco, ele se derramou dentro dela, os corpos ainda unidos enquanto tentavam recuperar o fôlego.
Por longos segundos, tudo que se ouvia era o som das respirações pesadas, o suor colando suas peles, seus corações disparados em sincronia.
Rodrigo deslizou a boca pela nuca dela, pressionando um beijo lento e possessivo ali antes de sussurrar:
”Isso… nunca foi só sexo para mim.”
Gabriela virou o rosto para olhá-lo, ainda ofegante, seus olhos brilhando com um misto de desejo e incerteza.
”Rodrigo…”
Ele segurou o queixo dela entre os dedos, forçando-a a encará-lo.
”Eric nunca vai te tocar do jeito que eu toco. Nunca vai te ter do jeito que eu tenho.”
Ela deveria protestar, deveria dizer algo para afastá-lo. Mas, em vez disso, Gabriela apenas sorriu.
”Quem disse que eu quero que isso acabe?”
Rodrigo arqueou uma sobrancelha, um sorriso perigoso brincando em seus lábios.
”Então, querida… prepare-se. Porque eu não vou te deixar escapar tão fácil.”
Rodrigo deslizou as mãos pelo corpo dela, os dedos traçando caminhos preguiçosos pela pele quente, como se quisesse marcar cada centímetro.
Gabriela ainda estava ofegante, o corpo sensível sob o toque dele, mas sua mente fervilhava.
Ela não deveria estar ali. Não deveria permitir que Rodrigo a tomasse daquele jeito.
Mas como resistir?
Ele segurou o rosto dela, obrigando-a a encará-lo, os olhos escuros e intensos.
”Eu poderia continuar te fodendo a noite toda” confessou, a voz carregada de desejo. ”E ainda não seria o suficiente.”
Gabriela sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas forçou-se a se afastar, ajustando o vestido com mãos trêmulas.
”Rodrigo… o Eric vem essa noite” sua voz saiu baixa, quase culpada.
Rodrigo riu, um som sem humor.
”E você acha que consegue deitar na cama com ele depois disso?”
Ela abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram.
Porque ele estava certo.
Rodrigo deu um passo à frente, encurralando-a contra a parede, as mãos apoiadas ao lado de sua cabeça.
”Não finja que isso não significa nada, Gabriela. Eu conheço cada gemido seu, cada tremor do seu corpo. Sei o que te faz gozar, o que te faz perder o controle…”
Os olhos dela brilharam com um misto de raiva e desejo.
”Você acha que pode me controlar?”
Ele sorriu, o olhar deslizando lentamente pelo corpo dela, como se já soubesse a resposta.
”Acho que você já fez sua escolha.”
Antes que ela pudesse responder, Rodrigo segurou sua nuca e a beijou de novo, dessa vez com mais calma, mais posse.
E Gabriela cedeu, afundando-se naquele beijo, nas mãos firmes que a seguravam, na sensação de que, não importava o que acontecesse, ela sempre voltaria para ele.
Sempre.