Vivian virou o carrinho de compras quase automaticamente, imersa no brilho da tela do celular. O zumbido do supermercado, com seus carrinhos rangendo e o som de conversas ao fundo, parecia distante. Mas o silêncio abrupto, seguido de uma voz familiar cortando o ar, fez seu coração disparar.
"Por que está me ignorando?" A voz de Marlon soou tão precisa quanto o disparo de uma arma, direta e sem rodeios.
Vivian engasgou, sugando o ar com força. Seus olhos se arregalaram, buscando uma fuga.
"Marlon..." Ela olhou para os lados, sem saber se desejava se esconder ou se sua reação desesperada era apenas um reflexo. "E-eu não sei do que está falando."
Marlon não se moveu, seu olhar fixo e desafiador. Seus olhos eram tão penetrantes quanto o peso das palavras que acabara de lançar. Ele ergueu uma das sobrancelhas, esperando uma resposta que, sem dúvida, já sabia ser evasiva.
"Eu só quero falar com você." A expressão dele não era apenas de desejo, mas de uma necessidade crua que Vivian conhecia bem. Algo profundo, arriscado, como se tudo o que ele mais quisesse fosse ser ouvido — e, talvez, compreendido.
"O que?" A palavra escapou de seus lábios quase como uma súplica, mais fraca do que ela queria admitir. A vulnerabilidade dela estava exposta, uma fraqueza que ela não podia esconder nem mesmo com toda a sua postura rígida. “Pensei que tinha sido clara. Não posso continuar te dando aulas.”
"Vi, por favor..." Marlon repetiu, quase em um sussurro, como se o nome dela fosse algo que precisasse ser dito com urgência, um grito silencioso.
Vivian deu um passo atrás, e com a voz mais firme do que se sentia, respondeu: "Não, não me chama assim." As palavras saíram com um tom rígido, como se estivesse repreendendo um de seus filhos por um erro tolo. Mas, dentro de si, ela sabia que não estava mais em controle.
Marlon deu um passo à frente, diminuindo ainda mais a distância. Seu olhar estava fixo nela, e ela sentiu o peso da intensidade nas palavras que ele estava prestes a proferir.
"Eu não me arrependo do que fiz." Ele disse, a voz carregada de uma sinceridade quase cruel, como se o arrependimento fosse algo que ele já tivesse superado — e, de alguma forma, isso o fazia mais perigoso. “Você se arrepende?”
"Marlon, para com isso." A voz de Vivian tremeu, uma luta interna contra a confusão que tomava conta dela. Mas o que ela mais desejava era se afastar, não só fisicamente, mas emocionalmente.
"Por que?" A pergunta de Marlon foi mais uma pressão do que uma dúvida genuína. Ele se aproximou ainda mais, e Vivian sentiu o espaço entre eles se tornar insuportável, como se o ar se tornasse denso demais para respirar. “Você não faz ideia de como pensei naquele beijo.”
"Você tem apenas 17 anos," ela murmurou, a garganta apertada, e a frustração se espalhando como uma dor. "Você é um garoto. Não consegue entender?" Ela queria gritar, explodir em palavras que dessem conta de tudo o que sentia — o medo, a culpa, o desejo de fazer ele entender. Mas sua voz saiu abafada, impotente diante da intensidade que ele trazia.
Vivian sentiu o peso da situação pesar em seus ombros, e a tensão no ar se intensificou quando ela percebeu uma mulher entrando no corredor, seus passos casuais destoando da agitação crescente dentro dela. O olhar fugaz e o leve aperto no peito foram suficientes para dar-lhe o empurrão necessário.
"Eu preciso ir." As palavras saíram mais apressadas do que imaginara, como se ela quisesse fugir de algo muito maior do que aquele simples encontro.
Ela empurrou o carrinho com mais força, sem olhar para trás, sem querer encarar os olhos de Marlon que ainda estavam, de alguma forma, queimando em sua mente.
Ela acelerou os passos até o caixa, o som das rodas do carrinho ecoando contra o piso, um ritmo frenético. O ambiente estava sufocante, e ela só queria sair dali. A pressa tomou conta dela, então, ao invés de seguir os procedimentos normais, jogou as compras de qualquer jeito no cesto do caixa. Seus movimentos eram rápidos, desajeitados, quase impensados.
Ela pagou com o cartão, sentindo o plástico frio entre seus dedos, e mal se deu conta de que sequer recebeu o troco. Não havia tempo para isso.
Com as sacolas amontoadas, Vivian saiu do mercado com um passo apressado, quase correndo em direção ao estacionamento. O ar fresco do lado de fora parecia um alívio momentâneo, mas a sensação de urgência não se dissipava.
Ela não queria pensar em nada mais. Apenas chegar em casa, para finalmente respirar.
"Tinha que ter estacionado tão longe?" O pensamento passou como um zumbido irritante em sua cabeça enquanto ela caminhava apressada, o som das suas sandálias batendo forte contra o concreto. A frustração de ter escolhido aquele canto tão distante a incomodava ainda mais, tornando cada passo mais longo.
Vivian não conseguia pensar em outra coisa no caminho de volta.
“Eu não me arrependo… Você não faz ideia de como pensei naquele beijo.”
Vivian respirou profundamente.
O que atordoou quando o ouviu falar aquilo era que ela sentia o mesmo. Não podia negar isso. O maldito beijo cru, inegavel e intenso. O maldito beijo que a fez se tocar sozinha no chuveiro. O maldito beijo que a fez esquecer de tudo. Que queimava na pele, na memória, nos pensamentos que voltavam sem aviso. O beijo que não deveria ter acontecido, mas que, no fundo, ela desejava que acontecesse de novo.
Quando finalmente chegou ao seu carro, ela descarregou as compras no porta-malas, com uma pressa que parecia mais instintiva do que lógica. O peso das sacolas pesava em seus braços, mas a sensação de querer se afastar daquele lugar mais rápido que tudo superava qualquer cansaço.
Ela bateu o porta-malas com mais força do que pretendia, o som metálico fazendo eco em seu peito.
Ela abaixou a cabeça, os cabelos caindo sobre os olhos, e olhou para o chaveiro bagunçado que segurava. As chaves pareciam se esconder entre os fios do chaveiro, como se também quisessem escapar. Seus dedos tremiam ligeiramente enquanto vasculhavam o conjunto de chaves, irritada consigo mesma pela incapacidade de encontrar rapidamente o que procurava. Cada segundo parecia demorar uma eternidade.
Finalmente, ela encontrou a chave, e com um suspiro de alívio, abriu a porta do carro, como se aquele simples gesto fosse o primeiro passo para afastar todas as complicações que insistiam em seguir seus passos.
De repente, um corpo pesado colidiu contra o seu, fazendo Vivian ser pressionada contra a porta do carro. O impacto foi tão forte que ela mal teve tempo de reagir. Seu coração disparou, e antes que pudesse gritar ou sequer se mover, uma voz profunda e urgente sussurrou no espaço entre eles.
"Abre a porta e entra."
O comando foi tão abrupto, tão autoritário, que Vivian ficou paralisada por um momento, o medo tomando conta dela. Mas a lógica, a urgência da situação, a fez agir sem pensar. Com mãos trêmulas, ela desbloqueou a porta e, ainda atordoada, entrou no carro. O medo e a confusão borbulhavam dentro dela.
Antes que ela pudesse sequer questionar o que estava acontecendo, o homem, com seu moletom preto, a empurrou com força para o banco do motorista, forçando-a a se acomodar enquanto ele tomava o lugar de forma brusca. O cheiro de suor e do tecido do moletom abafava o ar.
Vivian, ainda atônita, tentava processar o que estava acontecendo, mas uma sensação de desconforto crescente tomava conta de seu corpo.
Foi então que, ao olhar para o lado, percebeu algo familiar. Algo que a fez parar, o sangue congelando em suas veias. O homem, que antes estava encapuzado, puxou o capuz, revelando o rosto que ela já conhecia tão bem. Marlon.
O choque a atingiu em cheio, e sem pensar, Vivian se lançou contra ele, furiosa. Seus braços se moveram quase como um reflexo, e ela começou a estapeá-lo, sentindo sua raiva ferver a cada golpe.
"Você é louco?! O que você está fazendo?!"
As palavras escapavam dos lábios de Vivian entrecortadas por gritos e desespero, carregadas de uma mistura de incredulidade e raiva.
Ela sentia o peito apertado, como se cada respiração fosse um esforço colossal. Tudo nela exigia uma explicação, alguma lógica que pudesse desvendar a insanidade daquilo tudo.
”Você está brincando comigo, não está?” Ela gritou, a voz tremendo tanto de fúria quanto de frustração.
Mas Marlon, em vez de recuar ou se mostrar arrependido, apenas inclinou a cabeça para o lado, os olhos brilhando com uma diversão perigosa. Ele deixou escapar uma risada baixa, seca, que parecia zombar descaradamente dela.
A risada foi a gota d’água.
Vivian avançou sem pensar, as mãos pequenas mas certeiras, desferindo tapas rápidos e furiosos contra o peito dele. Cada golpe carregava a força de sua indignação.
”Qual é o seu problema?” Ela gritou, separando as sílabas como se assim pudesse penetrar a aparente apatia dele.
Marlon se deixou ser atingido por alguns segundos, como se estivesse saboreando a intensidade da raiva dela.
O sorriso cínico nunca deixou seu rosto, mesmo quando ela o acertou com força no ombro.
”Porra” ele murmurou, com uma calma exasperante, enquanto segurava o pulso dela com firmeza, mas sem machucar. “Você bate forte.”
O tom de voz dele era quase admirado, mas o sorriso, aquele maldito sorriso, continuava a brincar nos lábios de Marlon, como se ele estivesse em um jogo onde apenas ele sabia as regras.
Vivian tentou se soltar, o olhar faiscando de raiva.
”Você é inacreditável!” Ela gritou, tentando arrancar alguma reação genuína dele, algo além daquela máscara de desprezo e diversão.
Mas Marlon apenas arqueou uma sobrancelha e inclinou-se ligeiramente para mais perto, de um jeito quase ameaçador.
“E você fica muito gostosa quando está com raiva” ele disse, o tom grave e desafiador, os olhos fixos nos dela.
Por um instante, o ar entre eles ficou pesado, como se ambos estivessem esperando para ver quem faria o próximo movimento. Vivian odiava o jeito como ele parecia ter controle, mesmo quando era ela quem estava desmoronando.
A risada dele era irritante, insuportável. Vivian, ainda com os punhos cerrados e o corpo tenso, olhava para ele, o coração acelerado, sem saber se sentia mais raiva ou medo. O que ele queria dela agora? O que estava acontecendo?
De repente, Marlon agarrou seu pulso com força, puxando-a para perto de si. Vivian tentou se afastar, mas foi impedida, seus olhos arregalados de surpresa e choque. Antes que ela pudesse reagir, ele a beijou com uma intensidade arrebatadora. O toque dos lábios dele a pegou desprevenida, e ela empurrou-o com força, sua mente em um turbilhão de emoções.
"O que você está fazendo?" Sua voz saiu quase como um sussurro, mas o choque em seu tom não escondia a confusão que tomava conta dela.
"O que parece que eu estou fazendo?" rebateu ele.
Marlon, porém, parecia imperturbável. Em vez de se afastar, ele a alcançou novamente, pressionando seus lábios contra os dela com uma urgência que deixava Vivian sem palavras.
Ela tentou recuar, mas algo dentro dela começou a se agitar, uma sensação estranha, confusa, e ela se viu de volta àquele beijo, que a envolvia mais do que ela gostaria de admitir.
Ela se afastou um pouco, respirando fundo, tentando entender o que estava acontecendo. Mas Marlon, determinado, inclinou-se novamente, e desta vez Vivian não resistiu. Quando a língua dele invadiu sua boca, ela hesitou por um breve momento, mas algo em seu corpo se entregou àquele beijo, algo que ela não conseguia controlar.
Os dedos dele, ágeis, deslizaram pelo seu corpo, e Vivian sentiu a pressão de sua mão se movendo para debaixo da saia de seu vestido. O toque a fez estremecer, e uma onda de repulsa e desejo se misturaram em seu peito.
Tentou afastar a mão dele, um instinto de resistência tomando conta, mas Marlon persistiu, sua mão explorando-a com uma confiança que a fazia sentir-se vulnerável.
Vivian, ainda confusa e tomada por uma mistura de emoções conflitantes, sentiu sua mente girar. Algo dentro dela queria afastá-lo, mas o outro lado parecia ceder àquele momento, sem saber se deveria se entregar ou lutar. Ela se sentiu impotente, como se o controle tivesse escapado de suas mãos.
Vivian estava molhada, tão quente e escorregadia que Marlon deslizou um dedo dentro da buceta dela sem esforço. Ele começou devagar, explorando cada reação dela, os olhos cravados nos seus como se estivesse decifrando um segredo.
Quando um gemido baixo escapou dos lábios de Vivian, ele sorriu, aquele sorriso perigoso e cheio de intenções que a deixava à beira de perder o controle.
Sem hesitar, Marlon acrescentou outro dedo, movendo-os em um ritmo calculado, profundo e hipnotizante, como se cada movimento fosse desenhado para arrancar dela uma reação ainda mais intensa. Os gemidos de Vivian ficaram mais altos, e ela agarrou o pulso dele, como se quisesse tanto pará-lo quanto implorar que ele continuasse.
“Assim, Vi?” Ele sussurrou rouco contra o ouvido dela, os lábios roçando sua pele sensível. “É, assim que você gosta?”
Ela não conseguiu responder; apenas deixou a cabeça cair para trás, expondo o pescoço que ele prontamente cobriu de beijos úmidos e lentos. A língua dele traçou um caminho de fogo até sua clavícula, enquanto os dedos dentro dela seguiam um ritmo que parecia ler o que seu corpo queria, antes mesmo de ela perceber.
“Marlon…” Ela arfou, a voz quase um pedido.
Ele respondeu apenas com um som grave, algo entre um riso e um gemido, enquanto sua mão livre segurava a cintura dela, mantendo-a firme. Cada movimento de seus dedos parecia deixá-la mais perto de um precipício invisível, um ponto sem retorno que ela já não tinha forças para evitar.
Suas pernas começaram a tremer, um reflexo involuntário de tudo o que ela sentia. O corpo parecia ter vontade própria, incapaz de se conter. Com um instinto primitivo, quase desesperado, Vivian agarrou a mão dele, segurando com firmeza, incentivando-o, implorando sem palavras para que ele fosse mais rápido, mais fundo.
Os gemidos de Vivian se transformaram em gritos abafados quando o ápice finalmente a atingiu. Ela agarrou o ombro dele, enterrando o rosto ali, como se quisesse esconder de si mesma a intensidade do momento.
“Meu Deus…” Ela murmurou contra ele, ainda trêmula.
Marlon riu, um som baixo e cheio de satisfação. Ele recuou devagar, os dedos deslizando para fora dela, quentes e úmidos. Vivian ainda respirava com dificuldade, as mãos segurando o banco para se estabilizar enquanto o calor ainda vibrava em seu corpo.
Ela observou, incrédula, quando ele levou os dedos à boca, os olhos nunca deixando os dela. Marlon chupou-os lentamente, como se saboreasse cada gota, o sorriso malicioso curvando seus lábios.
“Até semana que vem, senhora Parks” ele provocou, a voz baixa e cheia de intenção.
Ela abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram. Antes que pudesse processar, Marlon já havia saído do carro. A porta se fechou com um clique suave, e ele desapareceu na noite, deixando apenas o eco de seus passos e o som de sua respiração ofegante.
Vivian ficou ali, ainda quente e pulsante, sentada no banco do carro enquanto o mundo lá fora parecia indiferente ao furacão que acabara de passar por ela.
Vivian ligou o carro e dirigiu de volta para casa, ainda tentando dissipar os ecos do que acabara de acontecer. Seu coração batia rápido demais, como se quisesse denunciar seus pensamentos. Assim que estacionou na garagem, foi surpreendida pela figura familiar de Richard se aproximando.
“O mercado estava cheio?“ perguntou ele casualmente, já abrindo o porta-malas e pegando as compras.
Vivian desceu do carro apressada, quase trombando com ele no caminho. A proximidade fez sua pulsação acelerar ainda mais, e ela desviou o olhar, tentando manter a compostura.
Richard inclinou a cabeça, o olhar curioso pousando em seu rosto.
“Está com o rosto corado.“
Ela piscou, surpresa, e desconversou rapidamente.
“É só o calor.“ Sua voz saiu firme, mas por dentro ela sentia como se estivesse desmoronando.
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Vivian entrou na casa, sendo imediatamente abordada pelos gêmeos, Abel e Theo, que correram até ela com a energia típica de seus seis anos.
“Comprou meu biscoito?“ Abel perguntou, os olhos brilhando de expectativa.
“Mamãe, mamãe eu queria o de bolinhas!“ Theo se juntou, agarrando a barra do vestido dela.
Vivian forçou um sorriso, apesar de sentir o calor subir pelo pescoço.
“Está com o papai“ respondeu, tentando afastar a atenção deles.
Mas então Abel, com a inocência brutal das crianças, olhou para ela curioso e perguntou:
“Mamãe, você fez xixi nas calças?“
O mundo pareceu parar por um instante. Vivian arregalou os olhos e, quase que automaticamente, levou a mão até a parte de trás do vestido, sentindo o tecido úmido. Sua mente disparou, procurando uma resposta rápida, algo que afastasse qualquer suspeita.
“Eu comprei o cereal favorito de vocês!“ ela disse, a voz mais aguda do que gostaria, mas o suficiente para desviar a atenção dos meninos.
Eles soltaram um grito de empolgação e correram em direção ao pai, que ainda estava na garagem. Vivian aproveitou o momento e caminhou rapidamente até o banheiro no final do corredor. Fechou a porta atrás de si e girou a chave, trancando-a.
Por um instante, apoiou-se contra a porta, fechando os olhos enquanto respirava fundo. Quando abriu, virou-se em direção ao espelho.
O reflexo a encarava de volta: os cabelos levemente bagunçados, o rosto ainda corado, e a expressão que ela mal reconhecia. Aproximou-se devagar, observando os próprios olhos. Havia algo diferente ali, algo que ela não via havia anos.
Vivian ergueu uma das mãos, tocando de leve o contorno dos lábios, como se quisesse confirmar que era mesmo ela quem estava ali. Apesar de tudo — a confusão, o nervosismo, o medo de ser descoberta — um sorriso sutil surgiu em seus lábios.
Ela inclinou a cabeça, deixando os dedos deslizarem até o vestido úmido, a lembrança ainda tão vívida que fazia seu coração acelerar novamente. Contra todas as expectativas, ela sentia algo que não sentia há muito tempo.
Ela se sentia viva.