Era uma tarde ensolarada e, como qualquer outro dia, decidi usar meu horário de almoço para dar uma volta no parque perto do escritório. Com o celular no bolso e o pensamento leve, estava ansiosa para comer um dos pastéis mais famosos da cidade. Aquele lugar tinha a melhor combinação de massa crocante e recheio suculento.
Caminhando até o quiosque, não resisti e comprei um pastel de queijo e um refrigerante. Quando fui pagar, percebi que estava sem trocados e, como a tecnologia havia avançado, pensei: "Sem problema, vou pagar pelo Pix!". Afinal, quem não tinha um aplicativo de pagamento nesses dias?
Chegando ao caixa, a atendente, uma garota com um sorriso largo e uma energia contagiante, me perguntou se tinha R$ 1,90 ou se poderia pagar via Pix. Olhei rapidamente para minha carteira e, para o meu desespero, vi que não tinha nem mesmo um centavo, só uma nota de R$ 20.
“Oi, querida, eu não tenho R$ 1,90 na carteira, mas posso fazer a transferência agora!” disse tentando manter a calma. No entanto, parece que o universo estava de mal humor. Ao tentar abrir o aplicativo, a internet do meu celular resolveu tirar férias, como se dissesse: “Hoje não, mendinga!”
A atendente, que estava se divertindo com a situação, começou a rir e, com um tom brincalhão, disse: “Ah, então você não tem o que precise, mendinga?” O riso dela foi como um eco no parque, e tudo o que consegui fazer foi rir em retorno. Eu realmente pareço uma mendinga pedindo um pastel?
Enquanto a fila atrás de mim começou a crescer e outras pessoas começaram a notar minha “dificuldade financeira”, decidi entrar no modo de improviso.
“Ok, galera! Avisa aí a multidão! Estou fazendo uma vaquinha para conseguir R$ 1,90! Doações são bem-vindas!”, gritei, exagerando a situação. Um homem que estava na fila olhou para mim, riu e lançou uma moeda de R$ 1,00 na minha direção. A atendente, aproveitando o espírito da brincadeira, começou a pedir mais doações: “Vamos lá, pessoal! Mais um real e ela já tem o pastel!”
E foi assim que, entre risadas e trocas de olhares, uma verdadeira vaquinha se formou na fila. Uma mulher idosa chegou a dar R$ 0,90 e um jovem, que estava rindo muito, completou o valor com R$ 1,00. Em poucos minutos, eu estava com R$ 2,00 na mão, mais do que o suficiente para o meu tão desejado pastel.
Quando finalmente paguei e peguei meu pastel, me virei para agradecer a todos que ajudaram. Com uma mão segurando o pastel e a outra levantada como se fosse uma taça, gritei: “Aos bons samaritanos que não me deixaram ser uma mendinga por muito tempo!” E todos no quiosque foram às risadas.
Depois daquele dia, adicionei meu pastél na lista de “Micos” que já tinha vivido. E, claro, passei a verificar sempre se tinha trocados antes de sair de casa. Afinal, a última coisa que eu queria era ser chamada de mendinga novamente!
E, se alguém perguntasse nos dias seguintes sobre o sucesso do pastel, eu fazia questão de incluir a história da minha “vaquinha” e da vez que conquistei meu lanche com humor e criatividade. E assim a vida ia levando, uma risada após a outra!