Em uma manhã nublada de domingo, Clara decidiu visitar o pequeno café no centro da cidade. Era seu lugar preferido para escapar da rotina e ler seus livros. Ao entrar, o aroma de café fresco e pão quente a envolveu como um abraço acolhedor.
Enquanto folheava as páginas de um romance clássico, ela notou um homem na mesa ao lado. Ele parecia tão concentrado em seus desenhos que não percebeu o olhar curioso de Clara. Ele tinha cabelos bagunçados e uma expressão serena. Entre um esboço e outro, seu lápis voava pelo papel, criando paisagens e retratos cheios de vida.
O tempo passou até que Clara, sem perceber, deixou cair sua caneta no chão. O homem rapidamente se abaixou para pegá-la, e, quando seus olhares se encontraram, algo mágico aconteceu.
— Aqui está — disse ele, sorrindo gentilmente. — Você gosta de escrever?
Clara, um pouco surpresa, respondeu:
— Sim, escrevo contos. E você é artista?
— Mais ou menos — ele riu. — Desenho por paixão.
A conversa fluiu naturalmente. Eles falaram sobre livros, arte e sonhos que pareciam esquecidos. Clara descobriu que o nome dele era Rafael, um arquiteto que adorava desenhar nas horas vagas. Ele, por sua vez, ficou encantado com a forma como Clara descrevia suas histórias com paixão.
Antes de se despedirem, Rafael pegou um de seus esboços — um retrato inacabado de Clara que ele desenhou enquanto ela lia — e escreveu seu número no canto.
— Se quiser continuar nossa conversa, me procure.
Clara sorriu, guardando o desenho com cuidado. Sentiu que aquele encontro era o início de algo especial.
E foi. No pequeno café, o destino havia servido mais do que café e pão fresco: havia servido o início de um grande amor.