Parte 1: A Noite da Escuridão
O vento sibilava pelas ruas desertas, carregando consigo o cheiro de chuva que se aproximava. Noelle, com o casaco apertado contra o frio, acelerava o passo, tentando alcançar o abrigo de sua casa o mais rápido possível. A noite era escura, quase como se uma sombra densa tivesse engolido as luzes da cidade. O silêncio era quebrado apenas pelo ruído distante de um carro que passava na avenida principal.
Após terminar seu turno na confeitaria, a última coisa que Noelle queria era enfrentar a solidão da noite. Mas, com a casa vazia, o medo a acompanhava como um fantasma. Seus olhos procuravam por qualquer movimento suspeito, cada barulho a fazia saltar.
De repente, um grito rasgou o silêncio, um grito de terror que a congelou no lugar. Noelle, com o coração batendo forte no peito, se escondeu atrás de uma árvore, a poucos metros da entrada de uma viela escura. A visão que se seguiu a deixou paralisada de terror. Um homem, com o rosto distorcido pela fúria, golpeava outro com uma arma de metal. A cena brutal, a brutalidade do ataque, a deixou sem ar. A única coisa que conseguia fazer era observar, seus olhos fixos na figura do homem, que, com um olhar frio e cruel, terminava o ato macabro.
O assassino se virou, seus olhos se encontraram com os de Noelle. Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Eram olhos como noite, frios, sem vida. Noelle, sem conseguir mover as pernas, ainda sob o choque da cena, tentou se esconder, mas o homem já se aproximava.
Ele parou a alguns metros dela, seus olhos negros a fixando com intensidade. Noelle, com o coração batendo forte, tentou dizer algo, mas as palavras ficaram presas na garganta. Era como se uma força invisível a impedisse de falar.
O homem, com um sorriso cruel nos lábios, se aproximou ainda mais. Noelle, com o medo a paralisando, se encolheu, esperando o pior.
Mas, para sua surpresa, o homem apenas passou por ela, se perdendo nas sombras da viela. Noelle, sem conseguir se mover, observou a figura sombria do homem se afastar.
O medo ainda a dominava, mas ela precisava se mover. Ela precisava contar o que viu. Ela precisava...