Ela me perguntou como ser engraçada, mas a verdade é que isso não se ensina. É algo que brota do coração, que vive nas experiências, nas feridas e nas risadas que compartilhamos. Lembro-me de como seu cabelo azul brilhava sob o sol, como um símbolo de sua liberdade e autenticidade. Mas à noite, sob a luz da lua, essa cor se tornava um verde pálido, como se refletisse a confusão que ela sentia dentro de si.
Tentei segurá-la em meus braços, mas o tempo era um ladrão silencioso e cruel. Ela estava envelhecendo, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. O peso das expectativas e dos padrões a pressionava a mudar. “Eu preciso cortar meu cabelo azul”, ela disse com uma tristeza nos olhos, como se estivesse se despindo de uma parte vital de sua identidade. Era doloroso vê-la assim, lutando contra os fantasmas que a cercavam.
Ela chorou por nada e tudo ao mesmo tempo. Eu queria gritar para o mundo que ela era linda exatamente como era, mas não havia palavras suficientes para fazê-la acreditar. Eu me sentia impotente enquanto via sua essência sendo desfeita, seu lindo cabelo azul – tão doce quanto algodão doce – sendo cortado em busca de aceitação.
A última vez que ouvi falar dela, estava com um garoto que agia conforme a idade dele, como se isso fosse algum tipo de resposta para suas inseguranças. E eu penso em como vou sentir falta dela, mesmo sabendo que ela nunca realmente se foi. As coisas mudaram desde que ela cortou seu cabelo azul; o mundo parecia mais cinza sem sua luz.
E aí vem a pergunta que ecoa na minha mente: eu perguntei como ser engraçada, mas será que perdi minha própria personalidade ou nunca a encontrei? Sempre usei várias máscaras para agradar aos outros, mas agora percebo que essas máscaras só me afastaram da verdadeira essência do meu ser.
A vida é feita de mudanças e escolhas difíceis. Às vezes nos perdemos em busca da aceitação dos outros e esquecemos quem realmente somos. A mensagem é clara: precisamos abraçar nossas cores, mesmo que sejam diferentes ou incompreendidas. Porque no final das contas, o verdadeiro humor está em sermos autênticos e amarmos nossas imperfeições.. pq?