Pov's Ayla
Ainda consigo me lembrar bem de quando as mãos de Jason tocaram meu rosto. Uma expressão de alívio lhe tomava enquanto ele chorava.
Eu estava ali, estava viva. Havia me livrado daqueles cretinos desgraçados.
Tinha consigo finalmente fugir de Jung-sik e do seu sorriso cruel.
Algo em minha alma doía em saber que ele fazia parte de tudo aquilo, que ele matou Frederico e em seus olhos únicos eu sequer conseguia ver arrependimento.
— Você está bem — Jason dizia —, você voltou meu amor.
Sim eu havia conseguido voltar e poderia continuar a minha vida, mas ainda sim, algo em meio aquela confusão não fazia sentindo.
Durante os três meses ali eu tentei o máximo que pude fugir, estudei cada canto, mas nunca tive uma única brecha. E de repente eu sai. Talvez eu fosse forte e inteligente, talvez se o meu desejo desesperador de fugir tivesse tão alto que eu consegui.
Ou... Eu tive alguma ajuda, ou algo semelhante.
Eu estava tão cansada... Tudo o que preciso é dormir e então quando acordar vou estar bem.
[...]
Jason por alguma razão não quis que eu saísse do quarto, não com o intuito que eu descansar, havia algo que ele me escondia e eu pretendia descobrir a todo custo.
A sala de reuniões da prefeitura estava fechada, mas eu conseguia ouvir as vozes lá dentro e sem mais ou menos adentrei o cômodo.
Olhares surpresos, assustados e até julgadores vieram em ondas em cima de mim.
Jason mordeu o lábio ajeitando a postura. Shin-hye e Alicya correram em minha direção abraçando-me com força.
Su-hyeok se afastou da mesa suspirando e reconheci Samuel ao lado da janela com os olhos marejados e punho fechado.
O primo de Jung-sik parecia raivoso com algo e eu acha que sabia a razão, mas a minha frente estava ninguém menos que Thalia, a dita cuja cientista que estudava o vírus, que até mesmo controlava os zumbis.
— Achei que ela não estivesse recuperada, Jason — a mulher desviou o olhar para meu companheiro que bufou —, é bom rever você policial.
— Você também cientista, algum requisito de cura em sua pesquisa foi encontrado? — cruzo os braços.
— Ainda não. — Ela respondeu e eu assenti. A loira cerrou os olhos para mim e eu franzi o cenho. — Ela não sabe ainda?
Todos desviaram os olhares parecendo desconfortáveis, as moças que me abraçavam recuaram lentamente.
— O que eu não sei? — retruco no mesmo instante.
— Ayla, é melhor se sentar.