—Eu sei que é um domingo à tarde, quando muitos queriam diversão, mas eu só queria uma conversa sincera, olho a olho. Então resolvi chamar você, Isa.
— Olha, desculpe minha ausência nos últimos dias. Você sabe que eu não sou igual aos outros. Às vezes, só quero fugir para longe, ao mesmo tempo que desejo um abraço, o seu abraço...
— Sim, eu sei, Milord, mas sobre desejar meu abraço, isso é novo para mim. Você vive se culpando por tudo; não deveria ser assim. Sua insegurança não deveria afastar você das pessoas... nem de mim.
— Eu sei, Isa. Desculpa não ter dito nada antes. O medo da rejeição era eminente. Tudo que tem acontecido ultimamente tem me deixado instabilizado. Às vezes, ficar sozinho tem sido o único escape que me salva dos problemas e salva você de mim. Não era para ser assim; eu não deveria transmitir perigo, mas talvez eu faça mal para alguém. Não quero que esse alguém seja você.
— Eu tenho reparado nos seus olhos; ultimamente, estão sem brilho, tão distantes... Você não deveria se privar tanto dos seus sentimentos, Milord. Eu entendo seu espaço, mas você não pode se afastar dessa forma. Não deixe seus pensamentos te sabotar, entende?
— Uffff... Entendo! Desculpe-me!
- Eu ando tão confuso!
— Eu amo seus olhos; então não afaste-os de mim. Não se afaste de mim dessa forma, meu bem! Quando quiser um refúgio, meus braços podem ser teu descanso, mas não trate isso como algo sentimental apenas para você. Eu também sinto, e sinto muito.
— Eu peço perdão, Isa!
— Mesmo te amando tanto, ando tão exausto para o amor. Faz tempo que desejo que todos os dias você fosse minha última tentativa. Enfim, chegou o dia, e hoje parece o último. Peço perdão se meus olhos já não brilham mais, se andam perdidos ou se não focam mais nos seus.
— Quem partiu seu coração dessa forma, Milord?
— Será que... Será que pode por favor desabafar seus medos comigo, ou vai continuar fugindo toda vez que eles te atormentam?
— Escolhas erradas partiram meu coração, Elisa... E o medo de errar novamente tem me feito ser minucioso, tão cuidadoso a ponto de me deixar paranóico.
— Eu... eu sinto muito por isso, Milord!
- Não sinta, Elisa! Apesar de tudo, isso me trouxe grandes lições. Uma delas foi: Jamais deixe de tentar por causa de algumas escolhas erradas. Por isso te chamei aqui.
— E aqui estou por você! Que tal deixarmos os problemas de lado, só por hoje?
— Ehh... Não sei. O que mudaria?
— Talvez não pareça, mas eu sou muito insegura também. Tenho medo de coisas tão fúteis. Não gosto da minha voz. Também acho que minha presença não faz tanta diferença para as pessoas. Faz alguns meses que não falo com meus pais. Tenho insônia e quase sempre fico doente por causa disso.
— Sinto muito por isso, Isa!
— Não sinta, Milord. Apesar de tudo, tenho feito o meu melhor para fugir das coisas que me atormentam. Por fim, somos dois problemáticos com problemas tão comuns e distintos. Então, se quiser me dar sua mão, me deixa te apresentar meu mundo colorido, onde se ouvem os melhores poemas... Onde a paz te consome. Vamos ser o ponto de descanso um do outro... Enfim, só não pense no fim agora!
— Quer ser minha Milady? Também posso te apresentar o meu amor. Posso te mostrar tudo que escrevi todo esse tempo pensando em você. Coloquei sua inicial numa pedra perto de um lago. Também coloquei seu nome em uma estrela. E queria te agradecer por tudo! Eu... Eu não tenho palavras para descrever tudo
—Sim, eu quero ser sua Milady!
É tão bom ver o brilho nos seus olhos de novo!
Vamos?!
—Vamos, Milady?!
—Claro, Milord!!