A névoa densa pairava sobre o vilarejo de Willow Creek, envolvendo as casas em um abraço gélido. As folhas secas, douradas e avermelhadas, dançavam em um balé fúnebre sob o vento frio, enquanto o sol se punha, tingindo o céu de tons de laranja e roxo. Era a noite de Halloween, e a atmosfera era carregada de um mistério arrepiante.
Na casa de madeira de Abigail, uma menina de 10 anos com olhos brilhantes e cabelos castanhos, a animação era contagiante. Ela vestia um vestido vermelho de bruxa, com uma capa preta e uma vassoura de madeira na mão. Sua melhor amiga, Emily, vestida de fantasma, a acompanhava, e juntas, elas planejavam a noite de travessuras.
A noite caiu sobre Willow Creek, e as crianças, fantasiadas de monstros e criaturas fantásticas, saíam em busca de doces. Abigail e Emily percorriam as ruas, batendo de porta em porta, recebendo balas e chocolates. Mas, em uma das casas, algo diferente as esperava.
A casa era velha e escura, com janelas quebradas e uma porta de madeira apodrecida. Um espantalho, alto e magro, com um chapéu de palha e um sorriso grotesco, estava enfiado em um dos canteiros. Abigail, curiosa, se aproximou, enquanto Emily a observava de longe.
- Gostaria de um doce? - perguntou Abigail ao espantalho, com um sorriso.
O espantalho, para seu espanto, se moveu. Seus olhos de botões brilharam, e ele abriu a boca, revelando dentes de madeira afiados.
- Vocês não deveriam estar aqui - disse o espantalho, com uma voz rouca e assustadora.
Abigail e Emily se assustaram, e correram o mais rápido que puderam, deixando a casa mal-assombrada para trás.
A noite se tornou ainda mais assustadora, e as crianças, amedrontadas, voltaram para suas casas. Abigail não conseguia parar de pensar no espantalho falante, e no medo que sentiu.
No dia seguinte, Abigail e Emily contaram a história para os outros moradores do vilarejo, mas ninguém acreditou. Todos diziam que era apenas uma história de Halloween, que o espantalho não falava, e que a imaginação delas estava trabalhando.
Abigail, porém, sabia que a verdade era diferente. Ela sabia que o espantalho era real, e que ele guardava um segredo assustador.
Na noite seguinte, Abigail decidiu voltar à casa mal-assombrada, sozinha. Ela queria descobrir a verdade sobre o espantalho falante.
Ao chegar à casa, Abigail viu o espantalho no mesmo lugar, com o mesmo sorriso grotesco. Ela se aproximou, com medo, mas determinada.
- Por que você falou comigo? - perguntou Abigail.
O espantalho se moveu, e seus olhos de botões brilharam.
- Eu sou o guardião desta casa - respondeu o espantalho. "E você não deveria estar aqui.
Abigail, apesar do medo, não recuou.
- O que você quer dizer? - perguntou ela.
- Esta casa tem um segredo - disse o espantalho. "Um segredo que não deve ser revelado.
Abigail, curiosa, insistiu para saber mais. O espantalho, relutante, começou a contar a história da casa.
A casa era habitada por uma bruxa malvada, que usava magia negra para assustar as crianças. Ela havia transformado o espantalho em seu servo, para protegê-la de intrusos.
Abigail, amedrontada, mas fascinada pela história, decidiu ajudar o espantalho a libertar a casa da maldição da bruxa.
Juntos, eles enfrentaram a bruxa malvada, e, com a ajuda de um feitiço mágico, conseguiram libertar a casa da maldição.
A partir daquele dia, o espantalho deixou de ser um servo da bruxa e se tornou um amigo de Abigail. E a casa mal-assombrada, livre da maldição, se tornou um lugar seguro e acolhedor para as crianças de Willow Creek.
E assim, a noite de Halloween, que começou com medo e mistério, terminou com amizade e esperança.