Na escuridão eu caminho só,
Sem medo, sem culpa, sem nó.
O mundo é um jogo, eu sou o rei,
E as peças humanas caem como lei.
Teu grito é música, suave canção,
Um som que vibra em minha mão.
Não sinto remorso, nem o calor,
A dor que te invade é só um favor.
Teu pavor me diverte, teu choro me inspira,
Cada suspiro teu é como poesia.
Nos olhos que pedem, não vejo ninguém,
A alma se apaga, o corpo já vem.
Não há quem me pare, sou frio, sou além,
Sou o vazio que nasce em cada refém.
O que é a vida senão o poder,
De tomar, de destruir, de fazer perecer?
Eu brinco com vidas como com brinquedos,
Os rostos distorcidos, não têm mais segredos.
E quando se vai o último suspiro,
É no silêncio que eu mais me inspiro.
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