Em um hospital iluminado por luzes frias, Clara segurou a mão de sua mãe, que estava em coma. As máquinas bipavam ao fundo enquanto ela lembrava-se do dia em que sua mãe a levou para ver o mar pela primeira vez.
Anos atrás, Clara era uma criança cheia de vida, correndo na areia da praia. Sua mãe a ensinou a construir castelos de areia e a coletar conchas. "A vida é como o mar", dizia sua mãe. "Às vezes calma, às vezes tempestuosa." Estas eram as palavras sábias que Clara nunca esqueceria. Uma de muitas lindas memórias que compartilharam juntas...
Então, de volta ao presente, Clara olhou para o rosto sereno da mãe e ponderou se deveria desligar os aparelhos. Uma lembrança veio à mente: o dia do aniversário de sua mãe, quando ela fez uma promessa de nunca desistir.
Naquela festa, Clara tinha apenas dez anos. Ela se lembrou de como fez um desenho para a mãe, prometendo que sempre estaria lá para ela, não importa as dificuldades que enfrentassem.
E, numa noite fatídica, anos depois, Clara e sua mãe tiveram uma discussão intensa sobre o futuro. Clara queria seguir seus sonhos em outra cidade, mas sua mãe queria que ela ficasse perto. Aquela foi a última vez que se viram antes do acidente.
Clara voltou ao hospital e respirou fundo. Ela sabia que precisava tomar uma decisão. Olhando para a mão da mãe, sentiu uma onda de amor e tristeza. "Eu prometo que sempre estarei aqui", sussurrou.
Com lágrimas nos olhos, Clara decidiu que era hora de deixar sua mãe ir. Ela desligou os aparelhos e sentiu uma paz inexplicável tomar conta dela. Naquele momento, Clara percebeu que as memórias vividas eram seu verdadeiro tesouro.