Ciel contemplou a última página com controvérsia.
Tristeza e nostalgia se misturavam.
Apesar de ter acabado de reler já sentia saudade, afinal era uma de sua novel favorita.
Encarou por alguns segundos as últimas palavras escrita pelo autor na última folha e sorriu.
Aquelas palavras definia a sua existência.
Era esse um dos motivos de Ciel amar a novel, o personagem não perdoava ninguém que lhe fizesse mal, e assim era Ciel, sempre pagava na mesma moeda, mesmo que fosse uma balinha.
Mas como se seu lado negro e vingativo fosse só uma ilusão, nada a deixava mas feliz do que terminar um livro excelente.
Pelos quais esperou ansiosa, só para sentir o cheirinho de novo e devorar cada palavra debaixo de uma coberta quentinha no sossego do seu quarto, mesmo que agora ela estivesse em uma cafeteria, insistência de sua tia.
Algo como respirar um pouco de ar fresco . . .
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E de repente como se o mundo tivesse parado, uma voz masculina e macia de hálito suave chegou ao seus ouvidos, em uma reação inconsciente todo o seu corpo arrepiou no mesmo instante, mas Ciel não foi capaz de si mover.
Mesmo sendo só um sussurro, incapaz de entender, e se sobre pós com facilidade a música tocada nos fones de ouvido, era quase como telepatia.
Uma voz que soava direto na cabeça.
Mas não era. ¯\_༼ ಥ ‿ ಥ ༽_/¯
Ela permaneceu em silêncio paralisada por uma força estranha, incapaz de mover qualquer músculo, como magia ou algo além do natural, fantasioso.
Mas seu lado racional se perguntava se o garçom havia colocado algo na bebida, na divisão em que fora treinada isso era situação padrão, onde se devia manter a calma e todos os sentidos em alerta, o que Ciel tinha de sobra.
"Mas por que isso estava acontecendo?"
"Talvez tenha algo a ver com eu ser vista como a ovelha negra da divisão, por sempre se meter onde não era chamada?"
O Brasil pudia ser um lugar complicado, mas crime ainda era crime, e Ciel não tinha a tenacidade necessária para suportar ver injustiça e corrupção e continuar quieta, e isso lhe causará alguns problemas na época.
"Uma queima de arquivos talvez, mas a luz do dia?!"
- Quem é você, a divisão que te mandou aqui!
Perguntou, finalmente depois de alguns segundos com a voz calma ao contrário do sei interior que vagava entre as hipóteses mas sombrias e medonhas prováveis naquela situação.
E como se tivesse entendido perfeitamente cada uma das suas palavras, ele respondeu com a mesma calma em uma língua incompreensível.
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Naquele momento Ciel sentiu uma navalha passar pela pele fina do seu pescoço e um líquido quente e vital fluir do mesmo sem pudor, uma dor aguda e dilacerante invadiu seus sentidos.
Sua base desabou, não teve tempo para pensar em escapar, sem aviso, sem intensão assassino, só a ação sem sentido a luz do dia, por que?
"Esse put@ desgr£¥çado. . .!"
Seu corpo se viu livre da estranha pressão, e rapidamente tentou se levantar, queria encarar seu assassino nós olhos, mesmo sabendo que só adiantaria ainda mas a sua morte por perda de sangue.
Ela não queria morrer, sua vida não era perfeita, mas ela gostava dela.
Nem sempre conseguia adquirir mangas de edição limitada dos seus autores preferidos, mas se virava com o que tinha.
Ela ainda queria conhecer os autores das suas obras favoritos.
Havia tantas coisas que ainda queria fazer; Viajar para o Japão, ir na Comic Con.
Com tantos mangas que ainda não tinha lindo, e outros que ainda não sabia o final, era tão injusto, ela não queria morrer, não estava pronta, mas já era tarde de mas.
No entanto ela ainda queria olhar no fundo dos olhos daquele homem e entender o por que daquilo, suas pernas falharam, a fazendo cair nós braços do rapaz, que a segurou com facilidade, a apoiando sobre suas pernas.
Caia uma chuva fina, despreocupada.
Que não se sabia quando começou.
E para seu desgosto não foi capaz de distinguir o rosto do seu assassino, entretanto pode perceber algo que lhe intrigou, o homem estava triste.
Por que estar triste se foi ele quem pois um fim a sua vida????
Um assassinato a sangue frio.
Pela primeira vez encontrará algo que lhe deixará intrigada no mundo real, afinal ela gostava dos mais diversos gêneros literários mesmo não sendo uma especialista em nenhum deles. No final ela sabia um pouquinho de cada coisa.
O que era um pensamento inútil agora..
Sua expressão era sincera, isso Ciel tinha certeza, o que a deixava mais furiosa.
"Como pode ele sentir tristeza. . .!"
"Por que?"
"Será um psicopata que fugiu de algum hospício local ou um membro da divisão, talvez não devesse ter me mentido em tanta coisa que não devia, mas quem teria um ar tão teatral para um assassinato? Quem? . . . e ainda mas assassinato a luz do dia, como ninguém reagiu. . .!"
Naquele momento o destino cheio de artimanhas já tecido se desenrolava, e o que o futuro reservava estava além da imaginação humana.
Sua consciência oscilava, seus pensamentos estavam confusos e agitados.
Ciel se assustou ao ouvir o homem desconhecido sussurrar.
- Suplico seu perdão!
É o que era um turbilhão de lamentos se tornou, revolta.
"Esse desgraçado fala a minha língua. . .!"
Mas que, por mas estranho que pareça sua voz suave lentamente a acalmou, a revolta que sentia se desfazia aos poucos, deixado somente uma tristeza sem par.
- Bastardo des%&açando!
Vociferou desolada, o que não saiu mas que um sussurro rouco, em meia a lágrimas de angústia.
"Espero pelo menos renascer e poder ter uma vida mansa e tranquila, sem preocupações. . .!"
Ciel fechou os olhos tentando pensar em coisas boas, mas foi em vão...
Ela não queria morrer...
Não queria pensar em coisas boas antes da sua morte.
Ciel queria viver.
Viver aquela vida pacata de sempre, sem preocupações desnecessária.
Morte...
Ela morreria um dia, mas não agora, não queria conhecer a morte, nem saber qual era sensação de morrer.
Mas no fim só pode sorrir em meio a amargura.
"Não quero morrer. . ."
"Por que ninguém veio me ajudar. . ."
"Eu não quero morrer. . ."
"Por favor...
Há momentos na vida em que você de repente se encontra em uma encruzilhada, onde á somente duas escolhas:
Primeira; Você simplismente enlouquece.
Segundo; Você segue em frente á qualquer custo.
Por que na vida real não hà uma opção de voltar no passado como nos filmes, novel, mangas e livros fantasia, magia e ficção científica, a realidade é muito mas cruel do que se pode imaginar, principalmente com os sonhadores.
Por que no final, o mundo real é tudo além dos seus sonho, quando você menos esperar, se perca, mas não perca a vigilância ou tudo vai virar de cabeça para baixo, e se não estiver seguro você vai junto, mas mesmo palavras não podem descrever o quanto esse jornada e cheia de altos e baixos.
Essa era só uma pequena porcentagem do emaranhado de sentimentos que Ciel se encontrava agora..
Ela que era uma garota aparentemente normal, só com alguns segredos como fazer parte de um grupo de espiões do governo brasileiro e ter recebido treinamento de uma divisão secreta, mas fora isso vivia com calma e tinha objetivos como toda garota normal.
Conhecer seu autor favorito, ir a comic con, visitar o Japão entre outras muitas coisas.
Mas de repete tudo isso foi tirando dela por um lunático com uma faca em mãos, e ela que deveria estar queimando nas chamas mas quentes do inferno, estava tendo uma experiência um tanto peculiar, nem o teste de 30 dias de sobrevivência na Amazônia tinha sindo tão confuso e novo quanto a realidade a sua frente, mas só talvez aquelas novel's de reencarnação poderiam explicar a sua atual situação.
Então como uma pessoa racional com uma imaginação fértil, depois de duas horas surtando ela se acalmou.
- Então quer dizer que eu vou reencarnar, por que meus pais deixaram uma fortuna de karma como herança para mim...
- Sim, se você preferir resumir dessa forma!
Observo a figura sem rosto com uma roupa que mas me lembrava um buda, com uma sobrancelha erguida.
Ata, até parece que eu acreditaria nisso....
Escuto o homem a minha frente rir, se eu não tivesse prestando atenção acharia que tinha alucinado, por que sua expressão solene, não dava brecha para um sorriso.
- Não estou te expulsando nem nada do tipo já que tenho muito tempo livre ultimamente, mas voltando ao que eu dizia.
Ele parou por um momento talvez esperando que eu o interrompesse ou algo do tipo.
Mas Acredite em mim, por mas incrédula que eu esteja sendo até o dado momento, não é como se eu fosse sem educação, não é por que meus pais não estavam lá para me educar de forma descente que minha tia não tinha feito um bom trabalho, pelo contrário foi graças a rigidez dela que fui capaz de me tornar uma pessoa de sucesso, mesmo que talvez ela não se orgulhar do que eu fazia, mas eu tinha meus ideais em vista.
Logo seus olhos sérios se suavisaram por um motivo que desconheço, tive a sensação de que estava sendo lida como um livro aberto, mas ignorei quando ele voltou a falar.
- Como eu dizia; Seu privilégio por reencarnar será reminiscência ou seja a capacidade de relembrar, o que talvez não seja muito útil já que o mundo para qual você será enviada é aleatório e talvez não ajude. Você também receberá um título que será escolhido aleatoriamente de acordo com o seu karma, já que a maioria dele foi gasta com a chance de reencarnar em si, não sobrou muito, mas ainda deve lhe render algo razoável..
Ele me encarou por mas um segundo antes de continuar..
Comecei à achar que tinha algo na minha cara, fala sério precisa olhar tanto???
- Mas você pode escolher um talento e uma habilidade, dito isso vamos ao título..
Ele estalou os dedos e uma tela brilhou ao meu lado, nela havia uma roleta com muitos nomes.
Fiquei um pouco surpresa com a quantidade e a variedade, mas acho que não deveria!
Já que estou morta e diante de Deus... eu acho.
Desde títulos como figura agachada que possuía muito potencial de crescimento se fosse como em jogos.
Como também títulos problemáticos, tipo o Príncipe de porcelana que garantia beleza mas você seria terrivelmente fraco.
Claro era só especulação já que não tinha só o nome é nenhuma explicação sobre eles.
Gênio do combate, artilheiro, comunicador hábil e muitos outros que eram exibido nas mas diversas cores, supus que fosse o nível do título ou algo assim.
Mas eu ainda tinha uma dúvida.
- Eu coloco uma quantidade de pontos e o sorteio um título?
Perguntei um tanto receosa.
- Sim o nível do seu título será decidida pela quantidade de karma, entretanto ele será aleatório, mas você também deve deixar um pouco para comprar seu talento e habilidade!
Fiz que sim com a cabeça para a sua explicação e também levei o seu alerta a sério.
Mas se fosse por sorte eu estava ferrada, por que em toda a minha vida nunca galhei em nada que envolvesse sorte, jogos não eram para mim, então com um pensamento investi mas da metade dos meus pontos e girei a roleta.
Foi meio que instintivo, eu sabia o que fazer mas ainda não tornava a minha sorte melhor, então acabei por fechar os olhos enquanto ouvia o som da roleta girar, e só voltei a abrir quando parou.
Na tela brilhando em letras florescentes havia o seguinte título;
GÊNIO MANCO.
É nada mas....
Só pelo nome franzi a sobrancelha não parecia uma coisa muito boa, gênio indicada uma natureza de talento excepcional mas a segunda parte indicava um defeito.
Pensei em uma especificação para o titulo, assim como pensei em girar a roleta anteriormente, mas não houve resultado.
Me virei para o homem, mas como se soubesse os meus pensamentos ele respondeu.
- Você saberá quando precisar saber!
Foi exatamente como deus se parecia, dizia tudo sem dizer nada.
Só pude suspirar contra esse argumento e por algum motivo me achei muito paciente hoje, talvez estar cercada por nuvens macias me ajudasse a manter o meu temperamento som controle.
Logo outra tela foi aberta na minha frente, dessa vez foram os talentos, optei por escolher algo que eu já estava mas acostumada mesmo que eu fosse pessima nisso.
É o maior nível possível.
Respectivamente as habilidades do talento foram selecionadas, eu só poderia escolher uma, ou menor a habilidade em si era muito cara e não me daria chance de escolher qualquer outra, mas eu não podia reclamar.
Mesmo que eu tivesse só essa habilidade já seria capaz de me virar na maioria das situações, já que o talento já me garantiria familiaridade.
- Certo, e agora já posso ir ou ainda tem mas alguma compensação para mim!
Eu sorri brilhantemente.
Não ache que eu esqueci que um estranho me matou e toda essa sua conversa de herança só deixou as coisas mas estranhas.
Ele piscou, mas não parecia confuso e como se de repente tivesse achado algo engraçado começou a rir, no segundo seguinte tudo se tornou nada.
- Você é uma criança muito esperta para o seu próprio bem!
Não sei quanto tempo se passou ou o que tinha acontecido, mas diante dos meus olhos havia o que parecia um teto de uma varanda.
Diversos pensamentos passaram pela minha mente e nenhum deles era sem censura...
No final ainda suspirei impotente.
Eu queria xingar o deus deste universo e todos os celestiais, no entanto eu ainda estava sóbria.
E me convenci de que estava com muita preguiça de se importar com as perguntas mas óbvias.
Onde era aqui?
Por que ela estava aqui?
Bem, parece que a única pessoa que poderia responder essas perguntas estava sem vontade de responder qualquer uma delas.
E havia essas e muitas outras, mas eventualmente mesmo que não procurasse, a resposta viria com o tempo, até lá estaria esperando armada até os dentes, com a sopa fria o suficiente.
Mesmo em sua vida passada não dava ponto sem nó. Não deixava de pagar uma divida. Nem de retribuir uma ofensa, mesmo que que fosse uma balinha.
Mas no dado momento não era como se fosse algo urgente, atualmente ela tinha o necessário para sobreviver, mesmo sem um sistema ela seria capaz de crescer forte e saudável e se assim não fosse, o que ela poderia fazer além de morrer?!
Nada.
Ela teria algumas reclamações? Sim, ela teria! Mas quem iria escutar de qualquer forma.
Não que ela estivesse reclamando, uma ajuda sempre era bem vinda, quem seria louco de reclamar de um dedo de ouro enviado por 'deus' ou seja lá que aquele cara fosse, com uma aparecia totalmente suspeita e intenções inimagináveis.
Resumido, eu estava entregue aos lobos...
De repente fui atingida por um vento frio que me trouxe a realidade.
Meu nariz ficou gelado meu corpo não se movia como eu queria, parecia pesado e lento mas pelo menos eu não estava na época das cavernas ou em um mundo por apocalíptico, existia lugares bem piores para se reencarnar.
Um sentimento amargo me subiu pelo estômago sem que eu pudesse evitar...
Parece que eu tinha sido abandonada... e eu era um bebê.
Normalmente, em situações como essas o bebê deveria chorar e chamar a atenção, para que as pessoas proximas que estavam dormido acordasse e vinhessem socorrer a pobre vida.
Mas eu não estava com vontade de chorar, então resolvi contar carneirinhos para dormir, eu não estava com vontade de olhar para o teto, o que por mas incrível que pareça funcionou, acho que é por que o corpo de um bebê se cansa rápido.
Acordei com o uma movimentação perto de mim, o som de motor de carro, os pássaros cantado, também havia o som vago de pessoas conversando conversado, parecia muito animado, imaginei que tivesse em frente a um orfanato.
Foi então que ouvi a fechadura ser destrancada e a porta aberta, pareceu haver um momento de hesitação por parte da pessoa, mas não durou.
- Irmã Lúcia temos mas uma criança!
Disse uma vi a masculina e só então o homem se abaixou e fui capaz de ver o seu rosto.
Não era bonito...
Ele tinha todos os sinais de quem desde de cedo conheceu as amarguras da vida e trabalhou debaixo do sol.
Mas ainda sim ele não parecia muito velho, talvez uns 28 anos sendo otimista, fui pega em seus braços enquanto ele sorria, mas seus olhos parecia c9nter alguns emaranhados de sentimentos.
Era um sensação estranha ser levada assim mas não era ruim.
De repente o homem de cabelos castanhos e bigode ralo foi iluminado por descrença, ele parecia estar zangado com algo.
- Você devia ter chorado, veja só está gelado...
- Tomás!
Chamou uma voz feminina que se aproximava, ela vestia se como uma freira, o que provavelmente era, quando nossos olhos se encontraram ela pareceu surpresa por um momento, mas logo sorriu e me pegou das mãos quentes do homem que acabei de descobrir que se chama Tomás.
- Ho, céus está gelada, por wue você não a trouxe logo para dentro Tomás, pobre criança, como não escutamos vice chorar?
A mulher me envolveu em seus braços na tentativa de me aquecer.. eu acho, enquanto caminhava em passos largos casa a dentro.
- É por que ela não chorou, irmã Lúcia!
A mulher riu um pouco alto.
- Parece que temos uma criança muito durona aqui!
Eu só pude revirar os olhos por dentro, se eu soubesse que as coisas seriam assim teria colocado a boca no mundo.
- Sim, eu concordo!
Logo eu estava encima de uma cama macia e quente e Lúcia começou a me trocar.
- Vou preparar um banho morno.
Disse Tomás antes de desaparecer, na verdade só ouvi a voz dele já que nem conseguia me mover, era muito pesado e eu me cansaava facilmente.
Depois de um banho quente eu tomo uma mamadeira com leite morno e logo ouço crianças conversando alegremente ao longe, estou tão confortável e quentinho que me vem o sono outra vez.
Não parece tão ruim assim ser o bebê, quem acharia ruim só comer e dormir sem nenhuma preocupação.
Mas a voz de Tomás me chama do meu devaneio.
- Parece que nossa menina tem nome, na cesta em que ela estava esse colar com um nome atras, eu não entendo muito de joias mas ele parece valioso.
Lúcia me deu uma olhada antes de dizer.
- É não sabemos o por que do abadono, mas até ela ser mas velha esconda isso, assim que ela tiver idade eu mesmo falarei com ela.
- Se ela não for adotada antes!
Completou Tomás, cuja expressão eu não podia ver
Minha família talvez seja complicada....
Com esses pensamentos tolos eu durmo embalada no braços da freira.