Numa pequena escola em uma cidadezinha fria, Leo era conhecido por ser o garoto mais popular, mas também o mais cruel. Com seu grupo de amigos, ele se divertia fazendo bullying com Alan, um garoto introvertido e sempre sozinho. Leo achava que os ataques constantes eram apenas uma forma de diversão, sem pensar nas consequências para Alan.
Um dia, a escola organizou um evento de inverno com uma série de atividades ao ar livre. Leo e Alan, como de costume, foram designados para equipes diferentes. O grupo de Leo, composto pelos amigos dele, estava desinteressado nas tarefas e mais preocupado em zombar de Alan, que estava fazendo o possível para manter o espírito do evento.
Durante a competição de construção de iglus, Alan, apesar das dificuldades, estava se saindo muito bem, e seu iglu estava começando a ganhar forma. Leo, curioso e entediado com o próprio projeto, se aproximou para observar. No início, sua intenção era apenas zombar, mas algo no empenho e na dedicação de Alan começou a chamar sua atenção.
Enquanto a competição avançava, Leo notou que Alan estava se esforçando para terminar seu iglu e ao mesmo tempo ajudar os outros colegas que estavam lutando com suas tarefas. Algo naquele comportamento altruísta tocou Leo de uma maneira inesperada. Ele começou a se sentir culpado pelas suas ações passadas e, mais do que isso, começou a admirar Alan por sua determinação e bondade.
Naquela noite, durante a festa de encerramento do evento, Leo não conseguiu parar de pensar em Alan. Ele procurou por ele, encontrando-o sozinho, sentado ao lado de seu iglu, que agora estava iluminado por pequenas lanternas. Leo se aproximou com hesitação.
“Ei, Alan,” disse Leo, a voz um pouco nervosa. “Eu... queria pedir desculpas pelo que fiz. Você se saiu bem hoje.”
Alan olhou para Leo com surpresa e, por um momento, não disse nada. Mas, ao ver a sinceridade no olhar de Leo, sua expressão suavizou.
“Obrigado,” Alan respondeu, com um pequeno sorriso. “Eu só queria fazer o meu melhor. Eu sabia que você nunca se importaria com isso.”
Leo sentiu um impulso de se aproximar mais. A atmosfera ao redor deles parecia se tornar mais íntima e tranquila. Ele se ajoelhou ao lado de Alan e, com um gesto inesperado, tomou a mão dele. Alan olhou para Leo com olhos arregalados, claramente surpreso, mas não se afastou.
“Eu... sinto que tenho muito a aprender com você,” Leo disse, a voz suave. “E eu gostaria de começar agora.”
Alan piscou, sentindo o coração bater mais rápido. Sem saber o que dizer, ele apenas inclinou a cabeça, permitindo que Leo se aproximasse ainda mais.
Com um gesto gentil, Leo tocou os lábios de Alan com os seus, num beijo suave e hesitante, mas cheio de significado. O beijo foi breve, mas a conexão entre eles era profunda. Quando se separaram, ambos sentiram algo novo e real entre eles, algo que não havia estado presente antes.
“Eu realmente sinto muito,” Leo repetiu, agora com um sorriso sincero. “E eu realmente gosto de você, Alan.”
Alan sorriu de volta, um brilho de esperança nos olhos. “Eu também gosto de você, Leo.”
E assim, sob a luz das lanternas de inverno, eles se deram a chance de explorar um novo tipo de relacionamento, começando com uma conexão inesperada e um beijo que prometia um futuro melhor para os dois.