Era a noite de Halloween em unitary, e as folhas secas sussurravam ao vento, espalhando o cheiro da terra úmida. As crianças corriam pelas ruas, suas fantasias coloridas contrastando com o céu escuro e ameaçador. Na casa dos lancaster, Katherine eclipse estava terminando de se preparar para a festa. Ela havia optado por um vestido vermelho de cetim, simples mas elegante, que contrastava com sua pele pálida. Seu cabelo preto estava solto, caindo em ondas suaves sobre os ombros.
Damon havia insistido para que fossem à festa juntos. Ele estava animado, como sempre, aproveitando qualquer desculpa para passar mais tempo com ela. Damon chegou pontualmente às oito horas, usando uma fantasia de detetive particular, completa com um chapéu e uma capa longa.
— Pronto para resolver algum mistério? — eclipse perguntou com um sorriso, descendo as escadas.
— Sempre pronto, especialmente se o mistério envolver você. — Damon piscou, oferecendo o braço para ela.
Eles saíram juntos, e a noite parecia mais escura do que o normal, como se as sombras fossem mais densas, mais pesadas. A lua cheia estava parcialmente encoberta por nuvens, e o ar estava frio, carregado de umidade.
A festa estava acontecendo na velha casa dos leroy, uma mansão vitoriana no topo da colina. Diziam que era assombrada, e todos em unitary conheciam as histórias. Naquela noite, no entanto, a casa estava decorada com luzes laranja e roxas, abóboras esculpidas e teias de aranha falsas. O som da música podia ser ouvido à distância, misturando-se com as risadas e os gritos das pessoas.
Eclipse e Damon chegaram juntos, e ele a conduziu pelo braço enquanto subiam os degraus da varanda. A porta da frente estava entreaberta, e eles podiam ver a agitação no interior.
— Isso vai ser divertido, não acha? — Damon perguntou, tentando mascarar o desconforto que sentia.
— Vai ser interessante, no mínimo. — eclipse respondeu, sempre mais perceptiva do que ele gostaria.
Eles entraram na casa, e a festa estava em pleno andamento. As pessoas estavam dançando, conversando, e as fantasias variavam de engraçadas a assustadoras. Mas havia algo naquela casa que não deixava eclipse relaxar. Talvez fosse o peso da história do lugar, ou apenas uma intuição aguçada. Ela sempre fora sensível a energias estranhas, e naquela noite, a sensação era forte.
Enquanto Damon se misturava com alguns amigos, eclipse sentiu um frio subir pela espinha. Ela olhou ao redor, tentando identificar a origem da sensação. Seus olhos se fixaram em um corredor escuro no fundo da sala. Por alguma razão, ela sentiu que precisava ir até lá.
— Vou pegar uma bebida. Já volto. — eclipse disse para Damon, que apenas acenou distraído.
Ela se afastou da multidão e caminhou pelo corredor escuro. Cada passo parecia ecoar nas paredes, e o ar ficou mais gelado. Eclipse sabia que algo estava errado, mas a curiosidade era mais forte. Quando chegou ao fim do corredor, encontrou uma porta fechada. Sem hesitar, ela a abriu.
Do outro lado, havia um pequeno quarto, iluminado apenas pela luz fraca de uma vela que tremulava em uma mesa. No centro do quarto, havia um círculo desenhado no chão, com símbolos que eclipse não reconhecia, mas que instintivamente sabia que eram antigos e poderosos.
— ECLIPSE! — A voz de Damon a fez girar nos calcanhares. Ele estava parado na porta, os olhos arregalados de preocupação. — O que você está fazendo aqui?
— Eu não sei... Eu senti que tinha que vir. — eclipse respondeu, sentindo um arrepio percorrer sua pele.
Damon entrou no quarto, seus olhos fixos nos símbolos no chão. Ele não era o melhor em latim, mas sabia o suficiente para entender o perigo.
— Isso não é bom. Precisamos sair daqui. — Ele disse, pegando a mão de eclipse.
Mas antes que pudessem se mover, a vela se apagou, mergulhando o quarto na escuridão. Um frio cortante preencheu o ar, e de repente, eles não estavam mais sozinhos. Uma figura apareceu no círculo, uma sombra alta e indistinta, com olhos que brilhavam com uma luz sinistra.
— Vocês não deviam estar aqui. — A voz da figura era baixa, mas cheia de autoridade e malícia.
Eclipse sentiu o medo tomar conta, mas não conseguiu se mexer. Damon apertou sua mão, tentando encontrar uma saída. Ele sabia que estavam em perigo, mas não sabia o que fazer.
— Quem é você? O que você quer? — Damon perguntou, tentando ganhar tempo.
A figura não respondeu imediatamente. Ela parecia estudá-los, como se decidisse o destino deles.
— Vocês invadiram o território das almas perdidas. Agora, serão parte delas. — A voz da figura se tornou um sussurro ameaçador.
Eclipse sentiu uma força invisível puxá-la para o círculo. Damon tentou segurá-la, mas a força era poderosa demais. Desesperado, ele começou a recitar as poucas palavras em latim que lembrava, tentando desfazer o que quer que estivesse acontecendo.
— TE LIBERTO... DAS TREVAS... PELO PODER... DA LUZ... ESTÁ REPREENDIDO.— Damon murmurou, sua voz tremendo.
De repente, o círculo no chão começou a brilhar intensamente, e a figura recuou, soltando um grito agudo. Eclipse caiu no chão, liberta da força que a puxava. Damon a puxou para fora do quarto, e eles correram de volta pelo corredor escuro.
Quando finalmente saíram da casa, o ar frio e fresco da noite os envolveu. Eclipse estava ofegante, o coração batendo descontrolado. Damon a segurou firme, e os dois se afastaram da mansão.
— O que foi aquilo? — eclipse perguntou, ainda tremendo.
— Algo que nunca mais quero ver. — Damon respondeu, sua voz carregada de preocupação.— Nunca mais voltaremos a esse lugar baby.
Eles voltaram para o carro, ambos em silêncio, ainda tentando processar o que havia acontecido. Damon olhou para eclipse, e apesar de todo o medo que sentiu, ele sabia que faria qualquer coisa para protegê-la.
— Vamos para casa, baby. — Damon disse finalmente, ligando o carro.
Enquanto dirigiam para longe da mansão, a sensação de perigo começou a se dissipar. Eles não sabiam o que tinham enfrentado naquela noite, mas sabiam que, juntos, poderiam superar qualquer coisa.
Na noite de Halloween sempre acontecem coisa estranhas.