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Em uma pequena cidade no Brasil, Alex vivia sob o peso de uma sombra invisível. Desde cedo, ele se sentia como um estranho em seu próprio mundo. No turbilhão da adolescência, cada passo parecia uma batalha contra uma autoestima em frangalhos. A sensação de insuficiência o acompanhava como um fantasma persistente, sempre pronto para obscurecer qualquer lampejo de confiança que pudesse emergir.
Dentro dos confins de sua casa, as paredes pareciam mais espessas do que nunca. Os corredores ecoavam com o silêncio pesado de palavras não ditas, deixando-o isolado em um oceano de desconexão. Alex se encontrava em um labirinto de desentendimentos, lutando para encontrar um caminho para ser compreendido, enquanto as sombras dançavam ao seu redor.
Em seu quarto escuro, Alex se encontrava à deriva em um mar de solidão. Cada respiração era um suspiro solitário, perdido em um vazio sufocante. Sem uma mão estendida para oferecer conforto, ele se curvava sob o peso esmagador de suas próprias batalhas, lutando contra as correntezas implacáveis da desesperança.
Determinado a se proteger do mundo exterior, Alex ergueu uma fortaleza de solidão ao seu redor. Dentro de seus muros, não havia lágrimas, nem gritos de socorro. Apenas o silêncio frio e impiedoso que o envolvia como um manto sombrio, mantendo-o isolado do toque gentil da compaixão.
E assim, o adolescente perdido se afundou mais fundo na escuridão, sem ninguém para testemunhar sua queda. Sua voz se perdeu no eco silencioso de um grito não ouvido, enquanto ele se via arrastado para as profundezas sombrias de sua própria angústia.
Na Sombra da Solidão
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O Diálogo
No canto escuro de seu quarto, Alex se encontrava diante do espelho, encarando o reflexo cansado que o encarava de volta. Seus olhos, antes cheios de vida, agora refletiam apenas a sombra da tristeza que o consumia.
Alex: "Quem sou eu, afinal? Um estranho em minha própria pele, perdido em um labirinto de incertezas."
Reflexo: "Você é apenas um fracasso, Alex. Um garoto patético que nunca será bom o suficiente para nada."
Alex: "Por favor, não fale assim comigo..."
Reflexo: "Por que eu não deveria? Você é um fardo para todos ao seu redor. Sua família, seus amigos... todos estariam melhores sem você, não acha?"
Alex: "Eu... Eu tento ser melhor."
Reflexo: "Mas você sempre falha, não é? Sempre decepciona aqueles que mais te amam. Você não passa de um desperdício de espaço."
Com um nó apertando em sua garganta, Alex afastou o olhar do espelho, sentindo o peso da autocondenação pesar ainda mais sobre seus ombros. A voz cruel que ecoava em sua mente só alimentava a escuridão que o envolvia, tornando cada passo em direção à luz da esperança uma batalha árdua e solitária. No silêncio sufocante de seu quarto, ele se via aprisionado pela sombra de sua própria angústia, sem ninguém para oferecer uma mão estendida em direção à redenção.