Helena era uma mulher de bom coração, sorridente, alegre, compreensiva, amorosa, calma e passiva, ela amava sua família, seus três filhos, Nolan de treze, Taylor de nove e Ayres de sete e seu marido, Jonathan. Helena trabalhava dia e noite no hospital para ajudar seu marido que tinha sido demitido há um mês do trabalho, as coisas tinham se tornado difíceis depois disso, mas Helena não se deu por vencida, ela trabalhava como enfermeira no hospital da cidade, e fazia de tudo para cumprir seu papel de mãe e esposa, todos os domingos, ela ia a igreja e ajudava nos trabalhos de caridade que o grupo da vizinhança organizava todos os sábados, sempre voltava de casa cansada, mas escutar as gargalhadas de alegria de seus filhos e sentir o carinho de sua família, sempre lhe alegrava.
Mas... Certo dia, Helena descobriu que seu marido lhe traía há mais de dois anos, ela ficou devastada, nunca pensou que seu marido, o homem com quem sonhou compartilhar todas as dificuldades e sucessos da vida, pudesse a desvalorizar tanto, Helena se sentiu humilhada, passou a vida inteira a dedicar seu tempo e energia a seu marido. Quase não dormia por ter que fazer horas extras para ajudar nas despesas de casa, já que seu marido havia sido demitido, e nos dias em que ele dizia que saía para procurar emprego e voltava tarde, ele estava afinal, na cama de uma outra mulher que não era ela.
Helena o confrontou, mas eles discutiram e seu marido mostrou uma face que ela desconhecia, Helena foi espancada na frente de seus filhos. E nesse dia ela sentiu sua vida desmoronar, todo o seu esforço e amor foram em vão. E foi assim por meses.
Até que, certo dia, Helena decidiu chegar mais cedo em casa. Seus filhos já tinham chegado da escola, então, ela pediu que eles fossem passar uns dias na casa de Alice, sua irmã mais velha. Helena queria resolver as diferenças com seu marido, não gostava daquele ambiente triste, e melancólico, então, no dia 23 de Agosto, ela resolveria seus problemas de maneira que eles nunca mais a incomodassem. Helena então, preparou um jantar romântico, vestiu seu vestido mais caro e bonito, o que se marido mais gostava, se maqueou da forma mais sedutora possível, e colocou o perfume que seu marido mais gostava, e não poderia esquecer seu batom vermelho carmesim, que realçava sua linda pele negra.
Ela sentou-se a mesa a luz de velas, esperando pacientemente seu marido chegar.
Horas depois, Jhonatan chegou em casa, e assim que chegou na sala, viu aquela cena, e ficou um pouco confuso, mas sorriu satisfeito. Helena sorriu assim que o viu, e foi até ele dando-lhe um beijo na bochecha deixando o batom marcado na pele branca de Jhonatan. Jhonatan se sentou a mesa, e percebeu algo peculiar em Helena, ela vestia um vestido preto, a cor que ela menos gostava, sua maquiagem era um preto muito destacado, o que Helena menos gostava, e seu batom era de um tom avermelhado muito destacado, Helena não gostava de chamar a atenção, se perguntava o que a levou a fazer tudo aquilo. Mas logo esqueceu, dando a desculpa de que... Era seu dever como esposa.
Helena sorriu para seu marido e serviu o jantar. Era carne, e Jhonatan amou o gosto, só que... Estava mal passada, ele não gostava muito, mas gostou do sabor que aquela carne tinha. Helena não comeu, apenas observava seu marido, com um sorriso padrão. Jhonatan terminou de comer e perguntou por que ela não tocou na comida.
Helena então levantou-se e ficou atrás de seu marido, repousando as mãos sobre os ombros dele, abaixou sua cabeça e sussurrou no ouvido de seu marido...
" A carne estava boa? Decidi lhe mostrar uma forma diferente de comer sua amante."
Jhonatan arregalou os olhos e levantou-se abruptamente segurando o pescoço de Helena e o apertando com força. Jhonatan estava assustado, tentava entender se na realidade Helena havia lhe servido carne humana ou era uma brincadeira de mal gosto.
Então Helena, desabou em lágrima enquanto lhe dizia...
" Jhonatan, por que mentiu para mim? Éramos tão felizes juntos, o que mudou? Você já não me acha bonita? É isso?
Veja, eu vesti o mesmo vestido que ela vestia, usei a maquiagem dela, coloquei de mais para esconder as hematomas que você me causou mas... Eu ainda estou bonita, não é?, e o batom... Achei que o sangue dela ficaria bem em mim. — Jhonatan estava assustado com cada palavra, Helena sorria de forma desesperada enquanto as lágrimas não paravam de descer. Jhonatan gritava e lhe xingava, falava o quão louca ela era, a desprezava e deixou transparecer, de seus olhos lágrimas de medo e ódio desciam, junto com nojo. Helena percebeu, e sua dor apenas aumentou, foi então, que tomou a iniciativa, de fazer o que Jhonatan fez com seu coração.
Perfurou o peito de seu marido, esfaqueou seu coração várias vezes, enquanto gritava de dor e medo, e via seu marido dar seus últimos suspiros até cair morto.
Helena foi presa.
E todos os dias chorava por seu marido, arrependida de tê-lo morto.
A traição não é só um erro. É algo que machuca de forma absurda.
Graças a ela, Helena se sentia uma mulher desvalorizada. Por ter sido traída, ela achava que não servia para ninguém além de seu marido.
Mas a morte de um ser humano é injustificável!
Antes de cometer um ato em pleno desespero, ela deveria ter pensando nas pessoas que poderia causar dor.
Helena não soube lidar com um sentimento tão devastador, e cometeu um ato imprudente.
Helena morreu de desgosto e se arrependeu amargamente do que fez.
Fim!