Este conto também encontra-se publicado individualmente, pois é um spin-off do livro A Loba Rejeitada.
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Em plena comemoração da lua azul, com meus amigos Alfa Derick e Luna
Lizandra, admirada com o poder de seu filho mais velho, um bruxinho, ouço uma voz grossa e forte.
- MINHA!!!!
Com susto, corri e me escondi atrás de meu amigo bruxo. Ele continua a dizer - MINHA
-Esta, Supremo, é a rainha das fadas, Aliene. - Alfa Derick me apresentou para aquele homem enorme, mas ele só repetia, minha, minha, minha...
Minha amiga me puxou para me apresentar a ele, disse que é o Supremo Alfa.
- Que minha, minha... o quê!? Eu lá sou mulher de pertencer a lobo, eu sou rainha do meu povo, você não tem nada a ver comigo!-
Ele me encarou com o rosto tenso,rangendo os dentes, punhos fechados e se não fosse Lizandra lembrar o Derick da hora, para começar a comemoração, acho que ele tinha pulado em cima de mim.
Eu conheço esse costume dos lobos, mas nunca participei é óbvio, sou uma fada, não uma loba.
Mas eu não sei o que tem nele, que me atrai tanto. Minha mãe se apaixonou por um anjo e não deu muito certo, Lizandra é descendente do fruto desse amor. Mas, um lobo? Sério!!
Mesmo assim, não posso negar a atração que nos une, esse magnetismo animal, algo nele me desestrutura. Tem magia nele e também uma dominância difícil de resistir.
A dominância de um líder é para controlar seu povo. Mas comigo nunca funcionou, pois também sou uma líder. Mas a dominância que vem dele pra mim, me faz cativa, prazerosamente cativa. É como se fosse um amor dominante. Que não aprisiona, mas me faz querer ficar junto a ele e amá-lo também.
Estou fascinada, sem falar que ele é lindo!!!
Me perdi em meus pensamentos e quando me dei conta, Lizandra já estava me puxando pra correr igual as lobas, ela se transformou em sua loba alada e me puxou, abocanhando de leve minha mão, abri minhas asas e começamos a voar. Ouvi as imprecações do Derick por causa de nós voarmos e não corrermos. Como eles nos pegarão se não podem voar. Dei uma gargalhada, mas lembrei que Lizandra avisou que o Supremo é muito poderoso.
O que ele poderia fazer pra me pegar, se eu estiver voando muito alto?
- Onde vamos Lizandra? - ela voava mais a frente, respondeu em minha mente,
- Vamos a uma caverna que tem atrás da cachoeira. Foi onde Derick me reivindicou. Ele provavelmente irá pra lá.
- Mas Lizandra, não quero que o Supremo me ache.
- Como não? Ele é seu companheiro, dado pela lua azul, você não deve rejeitá-lo, ele precisa de você para aquietar a fera dele. -
Lizandra discordou firmemente de minha intenção. Fiquei com medo, sou uma fada, rainha das fadas, uma fêmea delicada, frágil e ele parecia um troglodita. Ai meu Deus, criador das fadas e protetor das criaturas indefesas, me ajuda!.
De repente, senti algo segurar em minhas pernas e me senti caindo, minhas asas se fecharam no automático e comecei a cair.
Me senti agarrada pela cintura e de repente estávamos no chão. Quando olhei para ele, me apavorei, ele estava em sua forma crino, muito grande e peludo. Suas presas sobressaíram de suas mandíbulas. O ser mais terrível que já vi. Ele uivou, quase como um rugido, para a lua e fiquei mais apavorada ainda. Foi então que me tomou em um abraço cuidadoso, se esfregando seu focinho em meu pescoço, passando pela lateral do meu corpo e me mordeu o ombro.
- AAAAAAHHHHHHHHH
Gritei angustiada com a dor aguda que senti. Ele retirou suas presas de meu ombro e lambeu, senti um alívio imediato. O olhei e seus olhos vermelhos me olhavam com amor.
- MINHA
É, agora estou marcada por ele. Ele continuou me abraçando e foi mudando de forma, voltando a aparência humana. Totalmente nú. Nú e lindo, muito lindo!
Se agora eu sou dele, significa que ele é meu, porque não tirar proveito?
Fui beijada, então também beijei.
Me entreguei ao sentimento, ainda desconhecido, que enchia meu peito, fazendo meu coração disparar. Ele se afastou e repetiu - Minha!
- Vai ficar falando e repetindo só isso: minha, minha, minha!? - me irritei com esse negócio, mas ele, ele...gargalhou!!!
- Estou tão feliz em te encontrar companheira, que só quero confirmar, pra mim é pra todos, que você é minha. Mas tens razão, venha, vamos buscar um lugar para nós.
- Sei onde pode ser, vem cá e me abraça. - Usei a magia e nos teletransportei para o Palácio das Fadas. Mais especificamente, para o meu quarto.
- Aqui estamos meu lobo peladão!-
Fui até meu closet e peguei o maior roupão que tinha ali. Depois veria uma roupa apropriada.
- Aqui, vista isso, vê se dá. - estendi o roupão para ele, mas ele nem se preocupou em pegar. Foi até a cama, puxou a colcha e enrolou no corpo.
- Melhorou? Venha. - me chamou, sentando na cama. Quando cheguei perto, ele me puxou e me sentou em seu colo. Passei o braço por trás de seu pescoço, para me segurar e ele me envolveu com os seus braços. Nos olhamos e mais uma vez nos beijamos. Foi um beijo suave, de reconhecimento. Nos afastamos, suspirando, estávamos muito embevecidos um com o outro. Ele olhou sua mordida em meu ombro e lambeu.
- Ainda dói? - perguntou preocupado.
- Só tá sensível. - passei a mão em seu rosto num carinho, ele segurou e beijou a palma. Depois cheiro meu pescoço, segurando minha mão junto ao peito. Pude sentir as batidas fortes e rápidas de seu coração.
- MINHA fadinha, meu coração bate tão forte por você, que pela primeira vez, me sinto realmente vivo. Não se preocupe, fomos feito um pro outro, nos completamos, vai dar tudo certo.
Ele falando assim, faz parecer que será tudo fácil. Mas não. Teremos muitas coisas a resolver.
- Teremos muitas coisas a resolver. Você tem trabalho por muitos lugares e eu também. Como poderemos cuidar de nosso povo, se somos tão diferentes? Como poderemos morar juntos se cada um precisa estar próximo ao seu povo?
- Vamos dar um jeito meu amor, primeiro precisamos nos conhecer e nos acertar, só então analisaremos todas as opções e escolheremos a melhor. Ok? - permaneci olhando pra ele, mas meu coração estava entregue, meu corpo excitado, formigava e minha mente não conseguia mais raciocinar. Nos beijamos com ímpeto, nos afagando e apertando. Os movimentos eram recíprocos até ele me deitar sobre a cama. Se não tivesse visto o monstro, não acreditaria que esse homem tão carinhoso e cuidadoso com meu corpo pequeno, era o mesmo.
Acordei com o dia amanhecendo, senti que estava deitada em algo firme e quente. Abri os olhos e vi aquele peito musculoso me servindo de travesseiro, levantei o rosto e vi ele acordado olhando pra mim. Sorriu gostoso e satisfeito, acariciando minhas costas nuas. Tentei levantar mais o rosto, mas o movimento trouxe dor, todo meu corpo doía, fiz uma careta e ele se preocupou.
- O que foi amor? Ergueu um pouco o tronco e eu gemi. - Isso é dor? Tá doendo tanto assim. - gemi mais ainda.
- Fique quietinha aqui, - falou se retirando da cama devagar- vou preparar um banho pra você, vai relaxar seu corpo. - se dirigiu ao banheiro e eu fiquei parada, exaurida de minhas forças.
A noite foi incrível, nos amamos intensamente, nos entregamos e nos marcamos. Agora tô pagando o preço de tanto arroubo de paixão. Aaai!
Não consigo sequer fazer magia de restauração. Ele voltou do banheiro e com cuidado, me pegou no colo. Estava nú. Entrou na banheira, me desceu, ficando grudando em minhas costas, me segurou e sentou, me colocando sentada entre suas pernas, pegou a esponja, colocou um preparado de ervas que eu mesma fiz e começou a massagear meu corpo com suavidade.
Quando a água já estava quase fria, meu corpo já não doía tanto, já era suportável. Ele saiu e pegou as toalhas, se enrolou e me puxou me tirando da banheira, me secou e enrolou na toalha também. Me pegou no colo e levou pra cama. Sentou comigo no colo me cheirando o pescoço.
- Está melhor companheira?
- Estou meu companheiro. Com fome, vamos comer? Minhas auxiliares já devem ter arrumado a mesa com o desjejum na varanda.
Ele levantou comigo ainda no colo e fomos pro closet, não podíamos aparecer enrolados na toalha, na área ao ar livre, a vista das fadinhas curiosas.
Já tinha várias roupas masculinas no armário, nos vestimos e saímos.
- Donde saíram essas roupas? - ele pergunta curioso.
- Fadas amor, magia! A essa altura, toda a colônia das fadas está sabendo do nosso acasalamento e providenciaram tudo pra você estar bem. -
Saímos e para nossa surpresa, todas as fadas estavam ao redor do Palácio, tinha fadas por todos os lugares, do chão as árvores e voando. Olhei pro Supremo, que aliás ainda não sei o nome e apresentei a colônia a ele. Perguntei baixinho seu nome, ele disse e puxei ele ao beiral da varanda.
- Agradeço a todos vocês, minha família, que eu cuido com muito amor. Hoje é um dia muito especial para nossa raça, recebemos um presente que fará nossa raça mais forte com o fruto que virá dessa união. Apresento a todos, meu companheiro, o Supremo Alfa Azura!
Houve um silêncio de espanto, todos ficaram surpresos com o nome do Supremo, Azura, que significa céu azul, famoso nome entre as fadas, de um ancestral, famoso por sua benevolência e devoção ao povo e ao cuidado da natureza. Passado esse espanto inicial, foi uma comoção geral. Todos gritavam e batiam palmas e fogos explodiam no céu colorindo tudo. A magia inundou o lugar. Me senti renovada, as dores passaram e pude sentir a esperança de que tudo dará certo. Abracei meu companheiro, que rodeou meu corpo com seus braços, me fazendo sentir todo seu amor.
Sim, seremos felizes!
Se inicia agora, um novo tempo para nós, seres sobrenaturais.
Deus é amor, e o amor tudo pode!!!!