Imagine uma casa bonita, de paredes brancas e janelas azuis. Imagine a sala dessa casa, um lugar arrumado e acolhedor. Imagine agora um sofá amarelo, daqueles
bem fofos, cheio de almofadas e....
Opa, mas hoje o sofá está sem as almofadas. Elas es- tão esparramadas pelo chão. Esqueça essa história de "um lugar arrumado e acolhedor". A casa normal- mente é assim, mas hoje não é o que se pode chamar de um dia normal. A sala está uma bagunça, há livros por todos os cantos e, no sofá amarelo, no lugar das al- mofadas, encontramos confortavelmente deitado um menino. Ele está com os pés onde não deveriam estar (isto é, em cima do encosto), e com uma das mãos fuça o buraco do nariz, caprichando nas bolotas de meleca que tira de dentro da narina e cola embaixo do sofá. Na outra mão ele tem um livro. "Crimes Ambientais" está escrito na capa.
Mas o que faz um livro com o enigmático título Crimes Ambientais na mão desse garoto? Antes de res- ponder a pergunta, convém apresentar o garoto (coisa que deixei passar por causa de toda essa mudança re- pentína na casa de paredes brancas e janelas azuis, que normalmente tem a sala arrumadinha. Mas hoje não é um dia normal, como eu já falei).
Ah, o garoto. O nome dele é Felipe. Fez aniversá- rio anteontem. E para entender o que o livro Crimes Ambientais está fazendo na mão do Felipe é preciso dizer que o presente que ele ganhou dos pais foi um ...