Era uma noite escura e tempestuosa. O vento uivava nas árvores, e os relâmpagos rasgavam o céu. Um garoto de 14 anos chamado Rian corria pela floresta, fugindo de algo terrível. Ele carregava uma espada enferrujada na mão, e um medalhão de prata no pescoço. Ele estava ferido, sujo e assustado.
Ele tinha saído da sua aldeia para buscar ajuda, depois que um grupo de criaturas horripilantes atacou o seu povo. Eram goblins, orcs, trolls e outras abominações. Eles vieram do norte, das terras sombrias onde o mal reinava. Eles queriam escravizar os humanos, ou pior.
Rian era o único que conseguiu escapar. Ele sabia que tinha que chegar ao castelo do rei, onde os cavaleiros e magos poderiam ajudar a sua aldeia. Mas o caminho era longo e perigoso. Ele tinha que atravessar a floresta encantada, onde viviam as fadas, os elfos, os anões e outros seres mágicos. Alguns eram amigos dos humanos, outros não.
Rian ouviu um rugido atrás dele. Ele olhou para trás, e viu uma sombra enorme se aproximando. Era um dragão, um dos mais temidos inimigos dos homens. Ele tinha escamas verdes como esmeraldas, olhos vermelhos como rubis, dentes amarelos como ouro. Ele tinha asas enormes como velas, garras afiadas como navalhas, chifres curvos como espadas. Ele tinha uma cauda longa e espinhosa, um pescoço forte e flexível, um peito largo e poderoso.
Ele soltou uma baforada de fogo na direção de Rian. O garoto se jogou no chão, escapando por pouco das chamas. Ele se levantou rapidamente, e continuou a correr. Ele sabia que não tinha chance contra o dragão. Ele só podia rezar para que alguma ajuda aparecesse.
Ele avistou uma luz à frente. Era uma cabana de madeira, com uma chaminé fumegante. Ele correu em direção a ela, esperando encontrar alguém que pudesse ajudá-lo. Ele bateu na porta com força, gritando por socorro.
A porta se abriu, e Rian viu uma mulher idosa parada na soleira. Ela tinha cabelos brancos como neve, olhos azuis como gelo, pele enrugada como papel. Ela usava um vestido simples e um avental manchado. Ela segurava uma vassoura na mão.
Ela olhou para Rian com surpresa e curiosidade. Ela não esperava ver um humano ali. Ela não sabia o que ele queria. Ela não sabia o que fazer.
Ela perguntou, com uma voz doce e gentil:
"Quem é você? O que você quer?"
Rian olhou para ela com alívio e gratidão. Ele não sentiu medo, nem desconfiança, nem repulsa. Ele só sentiu esperança, e simpatia, e admiração.
Ele sorriu, cansado e sincero, como um raio de sol. Ele respondeu, com uma voz ofegante e urgente:
"Eu sou Rian. Eu preciso da sua ajuda."
E assim começou a história de amizade entre o garoto e a bruxa.