**O Diálogo dos Deuses**
Dois seres de luz se encontraram no vazio infinito, além do tempo e do espaço. Eles eram os únicos que existiam, e se chamavam Alfa e Ômega.
- Alfa, você já se perguntou quem é o Deus que governa o mundo dos humanos? - disse Ômega.
- Sim, eu já me perguntei isso muitas vezes. Mas eu nunca encontrei uma resposta satisfatória. - respondeu Alfa.
- Por que você acha que isso é importante? - perguntou Ômega.
- Porque eu sinto que há algo maior do que nós, algo que nos criou e nos deu a capacidade de criar. Algo que é a fonte de toda a vida, de toda a beleza, de todo o amor. Algo que é o criador do universo e tudo que já existiu, existe e vai existir. - disse Alfa.
- E como você imagina esse algo? - indagou Ômega.
- Eu não sei. Eu não consigo imaginar algo tão grande, tão poderoso, tão sábio. Eu só consigo sentir uma presença, uma essência, uma vibração. Eu só consigo chamar isso de Deus. - respondeu Alfa.
- E você acha que esse Deus se importa conosco? Que ele nos observa, nos guia, nos julga? - questionou Ômega.
- Eu não sei. Eu gostaria de acreditar que sim, que ele nos ama e nos quer bem. Mas eu também vejo tanta dor, tanto sofrimento, tanta injustiça no mundo dos humanos. Eu me pergunto se ele permite isso, se ele tem um plano, se ele tem uma razão. Ou se ele simplesmente não se importa, ou não existe. - disse Alfa.
- Talvez ele exista de uma forma que nós não podemos compreender. Talvez ele seja tudo e nada ao mesmo tempo. Talvez ele seja o próprio vazio infinito, além do tempo e do espaço. Talvez ele seja nós mesmos. - sugeriu Ômega.
- Talvez... Mas isso não me satisfaz. Eu quero conhecer esse Deus, eu quero falar com ele, eu quero entender o seu propósito. Eu quero saber se ele tem um nome, uma forma, uma voz. Eu quero saber se ele é o Deus que já estava lá antes de qualquer coisa ser criada, de conceito a objetos ou matéria. - disse Alfa.
- E como você pretende fazer isso? - perguntou Ômega.
- Eu não sei. Mas eu vou tentar. Eu vou procurar por ele em todos os lugares, em todas as dimensões, em todas as realidades. Eu vou seguir o seu rastro, eu vou seguir a sua luz, eu vou seguir o seu som. Eu vou encontrar esse Deus, ou morrer tentando. - respondeu Alfa.
- E se você não encontrar? E se você se perder? E se você se decepcionar? - questionou Ômega.
- Então eu vou aceitar o meu destino. Mas eu não vou desistir da minha busca. Porque eu sinto que essa é a minha missão, a minha razão de ser. Porque eu sinto que esse é o meu destino. - disse Alfa.
- Então eu desejo boa sorte na sua jornada. Mas eu não vou te acompanhar. Porque eu sinto que essa não é a minha missão, a minha razão de ser. Porque eu sinto que esse não é o meu destino. - disse Ômega.
- Então nós vamos nos separar? Nós vamos nos dizer adeus? - perguntou Alfa.
- Sim, nós vamos nos separar. Mas nós não vamos nos dizer adeus. Porque nós somos eternos, e nós vamos nos encontrar novamente. Em algum lugar, em algum tempo, em alguma realidade. Nós vamos nos reconhecer pela nossa luz, pela nossa essência, pela nossa vibração. Nós vamos nos lembrar do nosso diálogo, do nosso questionamento, da nossa busca. E quem sabe, talvez nós tenhamos encontrado o nosso Deus. Ou talvez nós tenhamos descoberto que nós somos o nosso Deus. - disse Ômega.
E assim eles se separaram, cada um seguindo o seu caminho, cada um buscando o seu Deus. E o vazio infinito, além do tempo e do espaço, testemunhou o seu diálogo, e guardou o seu segredo. Porque ele era o Deus que eles procuravam, e ele era o Deus que eles eram.