Palmas soam pelo público e o palco se preenche de luzes vermelhas, uma mulher de cabelos negros curtos entra, o público prende a respiração, e ninguém se atreve a nem sequer respirar, seria um ultraje qualquer ruído ser ouvido.
Uma música calma e lenta, uma expressão triste e lágrimas silenciosas, uma dança torturante, cada movimento dela transmitia uma mensagem ao público, tudo transmitia dor, tristeza, arrependimento, e culpa.
As cordas do violino se quebram e ela em espanto para, respira fundo, coloca o instrumento no piso de madeira e se senta limpando as lágrimas, uma voz suplicante, pedindo socorro corre por toda a ópera, o público sorava e soluçava silenciosamente, a mulher se levanta começa a correr e pula em uma fita vermelha que não se sabe ao certo quando chegou ao palco, olhos arregalados esperando o pior, mas ele não vem a mulher dança por cima daquela fita amarela que aos poucos sobe mais, no alto ela salta e cai sentada no banco em frente ao piano, a música que passa sensação de liberdade e adrenalina, que todos presentes estavam vivos.
O pior tardou a chegar,mas chegou.
Balas perfuram as costa da mulher, seus dedos não vacilaram e continuaram a tocar, vou sufocada pela dor mas ainda cantava, tiro na cabeça e aquela voz encantadora se calou, o mundo fantástico se tornou um
quarto de terror, ninguém mais morreu mas gritos e choros ensurdecedores ecoavam em harmonia.
A rainha da arte se foi.