Não leia se você odeia o terror e volte a escrever romances de ceo 😩👎
A vida passou rapidamente diante dos meus olhos, tão distantes do mundo e das pessoas ao meu redor, talvez vivi preso ao mundo da ilusão todo esse tempo pelo medo ou loucura de encontrar‐me com ele novamente...
Lembro‐me, era numa noite de tempestade, quando acordei naquela casa, num breu escuro, sobre a maciez do que deduzi ser uma cama de casal.
Ele entrou como um bom homem, cegando‐me os olhos, pela luz desconhecida que vinha do outro lado de fora. Conversou comigo sobre seu desinteresse a Deus, a vida e a morte.
Estranhei o fato de conversamos sobre assuntos tão anormais, intervir:
"Se a vida não lhe agrada, por qual motivo compraste uma vida humana?"
O homem passou um bom tempo em silêncio, um sorriso largo formou no seu rosto e disse‐me que adorava rapazes ingênuos para o prazer, o prazer de ver‐lhes no sofrimento e aos pés da morte, aquela mulher que ele tanto almejava...
Eu sabia da existência da maldade nos corações humanos até então. Aterrorizado, coloquei tudo nas mãos do destino, rezar não adiantou, cair sobre seus pés também.
Na mesma noite, aquele homem fez‐me comer um pedaço de bolo acompanhado pelos cactos de vidro que outrora foi um prato, destruído aos meus pés.
Desmaiei.
Novamente acordei naquele inferno, seria na companhia da escuridão, se não visse a cabeça de um cão negro sorrir para mim. Avisou‐me que era meu guia, que eu era o salvador, absurdo! Pensei eu agora, porém naquela situação, faria até trato com o diabo se possível.
E disse o cão ainda mais:
"Ele irá despedaçar seu corpo em pequenos fragmentos sem vida... se não fugires... ajudo‐te se tu ajudas‐me" Trato feito.
Como o cão havia dito na noite passada, na noite seguinte, o homem havia cortado uma das minhas orelhas fora, usando-a como ingrediente principal, para um pequeno pedaço de bolo, que aquele homem teve o prazer de fazer somente para eu saborear.
Engoli minha própria carne de goela a baixo, naquela mesma noite, apareceu‐me diante dos meus olhos uma visão, o homem dormia noutro cômodo, estava só, porém não senti medo.
Era um bode escuro como o cão, sem olhos, caminhou vaidoso até mim e sussurrou numa voz infantil:
"Liberte‐nos" E evaporou como fumaça.
Ainda naquela noite, algo atormentou meus sonhos, era uma raposa astuta, que não parava de gritar a palavra "Hipócrita".
Acordei e dormir novamente, o último sonho era de uma feiticeira transformada numa lebre, que amaldiçoou um homem pelos seus pecados, ainda pude distinguir o rosto do amaldiçoado por aquele homem sádico durante o sonho. Abrir meus olhos rapidamente, o rosto de cão estava ao meu lado, sua boca abriu lentamente e de lá saiu essas palavras:
"Siga‐me..."
Não fui um tolo e o segui, o cão conseguia andar de dois pés, foi ele quem abriu a porta para sairmos daquela escuridão. Ao lado oposto do nosso, avistei a sombra de um homem, numa mão uma faca e na outra um candelabro aceso, imóvel.
Corremos a todos os pulmões, com o cão guiando‐me, descemos escadas escuras e por fim chegamos a um alçapão.
"A fechadura é o dedo arrancado de um rapaz..."
A sombra do homem surgiu nas escadas.
Não iria morrer naquela hora, poderia sair vivo dali sem uma orelha ou até mesmo um dedo, mas não morreria. O cão arrancou um dos meus dedos, gritei e destranquei o alçapão, a porta abri e eu entrei.
Lá dentro encontrei quatro corpos de jovens rapazes.
O primeiro estava sem seus olhos.
O segundo estava escrito a cortes profundos na sua testa a palavra hipócrita, ainda com a faca perfurada na sua carne.
O terceiro morreu com um sorriso estampado no rosto.
E por último, o quarto, usava uma peruca de coelho na cabeça.
Uma fúria incontrolável apoderou-se do meu ser, eu não era o único. Peguei a faca do corpo morto, virei‐me, o homem estava estático, observando horrorizado os cadáveres a sua frente.
A sua faca caiu no chão junto com o candelabro, o homem gritava feito louco, como se algo estivesse ao atormentar naquela hora. Era minha chance, numa estocada só, perfurei a faca no seu coração, e em golpes sucessivos de puro ódio o finalizei.
Nunca mais fui alguém considerado normal depois de tais acontecimentos, tenho até hoje as cicatrizes que o tempo sempre fez o favor de lembrar‐me, que um dia já matei um homem.