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Eyeless Jack

Creepypastas:Eyeless Jack

Olá, meu nome é Mitch, e a história que venho a lhes contar ainda assombra minha mente e me faz repassar repetidamente os fatos procurando um sentido, uma resposta, um por quê.  Eu tinha acabado de terminar um relacionamento e estava extremamente mal, com tudo isso, acabei perdendo meu emprego e tudo foi ficando cada vez pior. Comecei a beber e muito, estava sempre em bares e quase todas as noites ali estava eu, cambaleando pelas ruas e acabando por dormir num lugar qualquer. Diversas vezes fui parar no hospital por excesso de álcool, na minha ficha tinha colocado meu irmão Edwin como contato numa emergência, claro que, depois de isso praticamente virar rotina ele acabou me fazendo ir morar com ele por um tempo até as coisas melhorarem. Eu concordei, sabia que seria bom pra mim e eu eventualmente sairia daquela foça. Estava tudo indo bem e eu estava otimista com meu futuro e ter Edwin perto de mim me fazia bem, eu amava ter ele por perto. A partir da segunda semana coisas estranhas começaram a acontecer. Constantemente eu era acordado de madrugada por barulhos vindo de fora, a principio acreditava ser apenas um gaxinim ou algo assim então eu ignorava. Depois que isso se repetiu por toda aquela semana, decidi falar com Edwin sobre isso, mas estranhamente, segundo ele, não existia guaxinins na região. Eu comecei a estranhar e a ficar com uma certa curiosidade e medo, porém fui para o mais sensato e cheguei a conclusão de que era qualquer outro animal e eu estava apenas exagerando. Isso continuou por mais alguns dias até que numa noite eu pensei ter ouvido minha janela abrindo e um estrondo, como se alguma coisa tivesse entrado no meu quarto. Me levantei abruptamente e olhei em volta, mas não havia nada. Na manhã seguinte, Edwin largou a xícara de café quando me viu. Ele ergueu um espelho perto e eu me vi. Eu tinha um corte enorme na minha bochecha esquerda, eu estava tão confuso quanto Edwin, não conseguia chegar a uma conclusão do por quê disso.  Acabei sendo levado para o hospital para levar pontos e depois de alguns exames o médico chegou e disse que eu devia ser sonambulo.  "Claro" pensei, fazia sentido, mas meu momento de alivio durou pouco pois logo em seguida ele me mostrou algo que fez o meu sangue esfriar. Minha camisa foi levantada e pude ver um corte enorme na região aonde fica um dos rins. Meus se olhos arregalaram. "Você de alguma forma perdeu seu rim esquerdo na noite passada. Nós não sabemos como. Desculpe, Mitch." ele disse. Eu não conseguia entender, era tudo tão confuso, como, como que eu perdera o meu rim? Eu preferi acreditar que era tudo um sonho e que eventualmente isso tudo iria acabar, porém o que estava prestes a acontecer era demais para a minha sanidade. Era cerca de meia-noite, quando acordei para ver uma visão verdadeiramente horrível. Eu estava cara a cara com uma criatura usando um capuz preto e máscara azul escura, sem nariz ou boca, olhando para mim, a pior parte, a coisa que fez meu estomago enrolar e me fazer suar frio era o fato de que ela não tinha olhos, apenas vazias órbitas negras, era como se todo o mal estivesse naquela escuridão, e ela me encarava. Eu queria gritar mas não conseguia, meu corpo estava completamente gélido, era tudo muito real pra ser um sonho. Eu não sei por que decidi fazer isso mas rapidamente peguei a câmera que estava do lado na minha cabeceira e tirei uma foto, qualquer que seja aquela coisa, se fosse real e eu sobrevivesse iria querer ter alguma prova de que isso realmente aconteceu, e que eu não estava perdendo a cabeça. Assim que soltou o flash a criatura pulou em mim e pressionou uma de suas mãos na minha cara como se tentasse me afundar, e então ele começou a arranhar meu peito, rasgando minha camiseta e depois minha pele, fazendo de tudo para chegar aos meus pulmões. Neste momento eu percebi, era real, era tudo real e era ele, ele quem pegara meu rim. A partir daí comecei a lutar pela minha vida, chutei minhas pernas freneticamente até ele perder o controle e cair da cama. Levantei e corri o mais rápido que pude em direção da porta, enquanto pelo canto do olho, já no corredor, vi Edwin tentando entender o que estava acontecendo. Como eu queria ter parado e avisado ele, levado ele comigo, mas eu estava aflito, não conseguia pensar, só conseguia correr. Finalmente sai da casa e corri, corri até não poder mais, corri até meus pulmões não aguentarem, corri até minhas pernas começarem a doer, até eu acabar por cair no chão vencido pelo cansaço. Eu não sei o que houve mas acabei desmaiando ali. Acordei no hospital, e pensei "ah, graças a deus, foi tudo um sonho, eu estava aqui o tempo todo", como eu queria poder terminar esta história aqui, e tudo ter sido apenas um sonho, e que eu estava apenas internado no hospital, mas infelizmente, essa não é uma dessas histórias. O médico entrou no quarto. O mesmo que me tratava quando chegava bêbado e o que me tratara quando tive o corte na bochecha   "Vejo que você acordou" ele começou. "Bom, você teve ferimentos leves, mas por precaução vamos manter-lo aqui por mais 2 dias, depois seus pais virão buscá-lo." "Como assim ferimentos leves?" perguntei. até onde eu sei eu estava ali o tempo inteiro, provavelmente num coma alcoólico. "Você não se lembra? você foi encontrado inconsciente no meio da estrada a 5 km de sua casa" Então era real, era tudo real, meu irmão ele... "Cadê o meu irmão?" gritei, com meus olhos já se enchendo de lágrimas. "Ele... Ele morreu Mitch. Quando acharam você, foram para a casa dele para saber o que aconteceu e o encontraram caido no corredor, ninguém sabe o que aconteceu. Mitch, eu... eu sinto muito." Meus pais me levaram de volta para a casa de Edwin para recolher os meus pertences restantes. Ao entrar no meu quarto, eu estava com medo, mas mantive a calma. Peguei minha câmera então parei. No corredor que leva para o meu quarto, eu vi o corpo de Edwin e algo pequeno deitado ao lado dele. Eu peguei a coisa pequena e entrei o carro do meu pai, não mencionando o cadáver de Edwin. Olhei para a coisa que eu tinha pego e quase vomitei. Eu estava segurando meu rim roubado, meio comido, com alguma substância negra sobre ele.

Origem do Eyeless Jack

Jack era um adolescente que trabalhava em um jornal. Um dia seu chefe fez o anúncio de que os EUA entrariam na Segunda Guerra Mundial, então num ato de patriotismo Jack se dignou a entrar no exército para lutar por seu país. Em pouco tempo ele se tornou amigo de um inglês chamado Luis, que também tinha se alistado, já que seu povo foi atacado ele teve a necessidade de defendê-la. Jack e Luis se tornaram melhores amigos, todos os soldados se davam tão bem que passaram a chamar-se de irmãos. Jack e Luis estavam prestes a lançar-se em linhas inimigas, mas descobriram que os inimigos haviam se movido antes deles chegarem lá. Uma emboscada! Um gás venenoso foi jogado ao redor da base, fazendo com que Jack ficasse cego. Durante o tumulto, Luis foi baleado. Ambos foram enviados para um hospital a poucos quilômetros de distância do local. Ao entrar no hospital, Jack começou a chorar pela dor insuportável que estava sentindo. Os médicos tomaram uma medida drástica: removeram os olhos de Jack. Mesmo cego, Jack se recusou a abandonar seu amigo. Luis estava sendo tratado por uma enfermeira chamada Betsy, nascida nos EUA, mas que havia se mudado para a Noruega. Ela retornou aseu país de origem para ajudar os soldados feridos na guerra. Mas, infelizmente, não pôde salvar-lhe a vida. Luis agarrou a mão de Jack e poucos minutos depois soltou... Teve seu último suspiro na cama como se estivesse apenas dormindo. Jack queria chorar, mas ele não tinha olhos, então mordeu os lábios com tanta força que começou a sangrar. Os médicos o tiraram ele de perto do corpo inerte do amigo, ele não queria deixá-lo ir. Segurou-o até não conseguir mais... Depois disso Jack dormiu durante 3 dias. No dia seguinte, o médico recebeu um telegrama de Betsy, dizendo onde havia sido enterrado os corpos dos soldados mortos. Jack precisa ir até lá! De alguma forma encontrou o lugar onde foi enterrado Luis e foi se despedir de seu grande amigo. E então ele foi para casa, nos EUA. Mas somente mais tristeza o esperava lá. Quando ele chegou, sua mãe o recebeu com lágrimas ao ver que ele não tinha mais olhos, então Jack perguntou se tinha acontecido alguma coisa. Estava tudo tão quieto, ela geralmente era muito alegre e cheia de energia! Então ela disse que Marcos, irmão de Jack, tinha morrido por causa de umas 'partículas' que estavam contaminando o ar da fábrica onde trabalhava. Jack queria chorar pela perda de seu irmão, mas não pôde... Uma semana depois lamentou a perda de sua mãe, que morreu provavelmente devido a grande tristeza que sentira. Jack estava sozinho, pois seu pai morreu de tuberculose quando ele tinha apenas cinco anos. E agora Luis, Marcos e sua mãe também morreram. Ninguém estava lá para orientá-lo, para confortá-lo, oferecer-lhe comida, água ou abrigo... Um homem cego, sofrido e sozinho. Numa noite, Jack caminhou em volta de seu antigo quarto até que chegou a uma mesa velha de madeira onde guardava uma arma estava carregada e pronta para disparar, era para a proteção de sua família. Mas não havia mais 'família', havia apenas uma utilidade para essa arma agora. Jack abriu a boca, e apontou a arma em sua garganta e puxou o gatilho. Suas cordas vocais e traqueia foram destruídas em um milésimo de segundo. Seu corpo sem vida caiu no chão, mas, para sua surpresa, encontrou-se ainda de pé. O súbito lampejo de tiros, tinha provocado algo em sua mente que o fez esquecer tudo o que aconteceu antes de sua morte. Ele estava confuso não sabia por que decidiu fazer isso. Incapaz de escapar, ele estava em casa, à espera de uma resposta, até que lembrou da Segunda Guerra Mundial mais uma vez. Daquele dia em diante o fantasma sem voz e olhos perambula por ai tentando acalmar sua dor... Como? Me diga você, já que ele está em sua casa nesse exato momento...

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