Estávamos todos os sete sentados na grande sala de uma das nossas mansões rodeados de mulheres de todos os tipos.
Hoje era o aniversário de um dos nossos membros do grupo.
Taeyung.
Ele certamente estava muito feliz. Aquele era o tipo de festa que ele adorava. Várias mulheres aos seus pés e ao seu dispor.
— Um brinde! — gritava Namjoon enquanto sorria ao lado do amigo.
Betemos palmas e erguemos as taças.
Minutos depois a porta central foi aberta e uma mulher vestida de preto adentrou o salão junto a um dos nossos seguranças.
A observei pela longa distância onde eu estava, e não precisei pensar muito para saber quem ela era.
— Taehyung.. não acredito que tenha começado sua festa sem a minha presença. — ela diz soando doce.
Quando na verdade sabíamos muito bem como ela era.
— Minha querida... não pensei que fosse vir até mim neste dia de hoje.. por favor, junte-se a nós. — ele a responde e faz sinal para que ela se sentasse em seu colo.
A mesma o faz e defere um beijo em seus lábios.
Reviro os olhos ao ver aquela cena.
— Onde está Park Jimin? — ela pergunta olhando ao redor do ambiente a minha procura.
— Pensei que estivesse aqui por minha causa meu amor, mas vejo que mais uma vez eu estou completamente enganado. — Tae a responde.
É claro que ela não conseguiria me ver, já que eu estava atrás da grande cortina vermelha apenas observando o que acontecia dentro da sala. Enquanto uma das garotas beijava meu pescoço e me aliviava.
— É claro que vim por você amor. Mas também vim por ele. Tenho carne nova no menu. Tenho certeza de que vão gostar. — ela responde.
Naquele momento faço sinal para que a garota ajoelhada a minha frente pare.
A mesma o faz.
— Senhor? — sua voz ecoa a mim.
— Abra a cortina. — a ordeno.
Ela assente obediente e se levanta executando o ato.
Me levanto da poltrona e ajeito minha gravata e caminho na direção em que todos estavam.
Ambos param o que estavam fazendo e me encaram.
Me sento sobre o sofá de couro e duas novas garotas se põem ao meu lado.
— Cortem a música. — ordeno.
Os garotos se ajeitam em seus lugares e ficam em constante silêncio.
— Soube que tem algo novo para mim. Mostre-nos. — me dirijo a ela.
A mesma sorri e se levanta do colo de Taeyung.
Abre sua bolsa e retira um envelope o jogando sobre a mesinha espalhando várias fotos de uma garota. Meu olhar imediatamente se fixa nela.
Ela era incrivelmente bela, poderia certamente ser considerada uma deusa.
— Sabia que iria gostar dela. — sua voz ecoa convencida.
— Quem é ela? — Jin se pronuncia olhando as fotos.
Não só ele, mas também os outros.
Certamente ambos estavam tão fascinados quanto eu.
— Uma garota qualquer. Simples e inocente. É perfeita para vocês. E o melhor de tudo é que ninguém sentirá a falta dela se a mesma simplesmente desaparecer do mapa. — Ela nos informa.
Acabo rindo da sua resposta.
— Você também disse isso da última garota. E veja só o que aconteceu. O corpo dela jaze no fundo do oceano. — a advirto.
A mesma coça a garganta.
Obviamente estava nervosa.
— Ele tem razão, você nos disse que a última garota não daria trabalho, e foi realmente um grande sufoco. Pagamos tanto por nada. Ela não durou nem metade do que esperávamos. — Jeon fala enquanto tomava um gole da sua bebida.
Sorrio.
Ele era o que mais estava revoltado com aquela situação, já que ele havia criado sentimentos pela garota escolhida e no final teve que vê-la morrer.
Mas eu não tinha culpa, eram as regras. Não poderia haver apenas um mestre. Todas que passaram por nossas mãos tiveram que servir a todos, por que uma seria diferente?
— Aquilo que aconteceu foi um grande erro e eu peço perdão por isso. Posso garantir que desta vez não haverá erro algum. Essa nova garota não tem ninguém por ela, apenas um namorado escroto. Ele não será problema algum. — ela nos responde.
— E a família? — Yunseok a pergunta.
Ela nega.
— A mãe morreu quando ela tinha 20 anos. Atualmente ela está com 23 anos. Já se passaram três anos, ela mora com o pai e a madrasta e ambos clamam pelo dia que ela suma da vida de ambos. O bem maior é o filho homem. Vendê-la será uma lucratividade maior do que tê-la com eles. É apenas uma perdedora. Não fará falta alguma. Sem contar que ela é realmente uma beldade. Vejam por si, o corpo... a beleza.. não se cansaram dela tão cedo... — explica toda a situação.
Se tudo fosse como ela estava dizendo as chances de darem certo eram altas.
Não havia uma mulher que não se jogasse e cedesse a nós.
Dávamos a todas elas luxo e caprichos.
Com está não seria diferente, se ela se entrega-se a nós de livre e espontânea vontade, com total certeza seria recompensada com altos níveis de prazer e luxúria.
— O que acha Jimin? — Namjoon me pergunta.
— A decisão está em suas mãos como sempre. — Suga completa.
Os outros três assentem concordando.
Penso por mais alguns segundos e pego uma foto da garota sobre a mesa.
Ela era realmente um enigma a ser desvendado.
Abro um sorriso frio de um lobo ao avaliar sua presa.
— Quanto quer por ela? — digo por fim olhando a negociadora a minha frente.
Ela sorri satisfeita com a minha decisão.
Angeline Mary, 23 anos
Mexicana & Brasileira
Pai Brasileiro e mãe Mexicana
Deixar o Brasil em uma viagem internacional era um grande avanço.
E tudo aquilo estava sendo possível por causa da minha meia irmã Jolie. Ela via como eu era tratada dentro da minha própria casa, e mesma poderia me desprezar como a mãe dela fazia já que éramos apenas meia irmãs.
Mas ela preferiu ser minha amiga ao dar lugar a um ódio desnecessário.
— Você vai ver, vai adorar a Itália. É como a França, só que em um modelo mais rústico. — ela dizia enquanto me ajudava a fazer as malas.
— Confesso que eu ainda estou insegura. Nunca estive no estrangeiro. Vai ser algo realmente novo. — a respondo.
Jolie sorri.
— Não se preocupe. Você vai ficar no mesmo hotel que eu me hospedei. Lá eles tem um ótimo guia turístico para visitantes. E você estudou italiano por quase seis meses. É como o espanhol, mas é mais concentrado. Só de você entender os sinais e placas já é o suficiente, assim não irá se perder. — me explica e fecha a minha mala. — Encare isso como uma forma de buscar novas experiências e conhecer novas pessoas, abrir seu horizonte. Quem sabe você não consiga algo por lá. E por favor, não fique nervosa. Estudos comprovam que o nervosismo faz você esquecer as coisas que aprendeu. — completa e assinto.
Ela tinha razão. Eu não poderia apenas me fechar em minha bolha.
Conhecer um país renomado seria um grande salto na minha vida.
Sem contar que minha presença nesta casa onde moro, não é tão boa.
Eu raramente tenho um momento de paz, e todos me excluem como se eu não fosse nada. Em viagens de família eu raramente era convidada.
Então eu sempre me apegava ao meu trabalho e meu namorado. Gael.
Se bem que nosso relacionamento não poderia ser considerado algo de grande importância, já que apenas eu fazia de tudo para que ele ainda continuasse de pé.
Respirei fundo e afastei aqueles pensamentos.
Talvez realmente fosse uma boa ideia me afastar por um tempo, seria apenas 15 dias de viagem. Metade das minhas férias.
Passariam rápido e eu logo voltaria para a minha vida insignificante.
Então não custava muito aproveitar cada momento daquela viagem.
Terminamos de organizar minhas coisas e chequei se todos os meus documentos estavam certos.
Fechei minha bolsa e fui para o banheiro tomar um breve banho antes de irmos para o aeroporto.
Quando terminei desci com as minhas coisas e olhei ao redor daquela casa.
Como sempre meu pai e meu irmão estavam na empresa e minha madrasta havia saído.
Nenhum deles pensou ao menos em se despedir de mim.
Mas tudo bem, aquilo não importava.
Jolie já me esperava no carro.
Guardei minhas malas no porta malas do carro e pedi a ela que passasse comigo no cemitério antes de me levar para o aeroporto.
Por isso saímos mais cedo.
Desci do carro e caminhei para a entrada do cemitério. Não demorou muito para que eu chegasse a lápide da minha mãe.
As flores que eu havia deixado ali no dia anterior ainda estavam frescas.
Sorri.
Eu era a única que cuidava do túmulo. Ninguém da família se ofereceu para tal coisa.
Eu também não esperava que o fizessem, já que por parte da minha família materna eles sempre foram contra ao casamento dela com meu pai. Mas por amor ela abriu mão de tudo o que tinha para fazê-lo feliz.
E o que ela recebeu em troca foi pura desilusão.
Seu sofrimento ao lado dele foi tão grande que a mesma morreu de tristeza.
— Oi mãe. Sou eu, Angeline. Estou aqui para me despedir. Mas não se preocupe, eu vou voltar. Serão apenas alguns dias. Fique bem na minha ausência. Sei que ninguém vira enfeitar seu túmulo, mas aguente. Prometo quando voltar comprar a você as mais belas flores desta cidade. — falo enquanto eu tocava a lápide.
Sinto uma lágrima escorrer do meu rosto.
— Eu te amo mãe. — sussurro e me viro para ir embora.
— Não se preocupe Angel. Prometo cuidar da lápide até você voltar. Não posso comprar as mais belas flores, mas posso colher algumas no meu jardim e colocá-las aqui. — Sr. Antônio o coveiro diz a mim.
Abro um sorriso em agradecimento.
— Obrigado. Agradeço muito se o senhor puder fazer isso enquanto eu estiver fora. — o respondo.
Ele sorri e acena em sinal positivo.
Me despeço do mesmo e vou embora.
Entro no carro novamente e Jolie da partida seguindo para o aeroporto.
Escutamos algumas músicas no caminho e ela me contou mais sobre a Itália.
— Assim que desembarcar compre um chip local, vai ajudar a se comunicar com a gente, ou com seu namorado. Aliás ele irá até o aeroporto se despedir de você? — me pergunta.
Nego.
— Acredito que não. Ele deve estar trabalhando e ocupado como sempre. Mas nós despedimos por telefone ontem. — a respondo.
Ela assente.
— Ah sim. Tudo bem, quanto menos despedidas, melhor. Eu digo por que assim não o fazem você desistir da viagem. — Josie comenta.
— Sim... — murmuro e seguimos caminho em silêncio.
Chegamos no aeroporto um tempo depois. O trânsito não estava tão ruim então quase não nos atrasamos.
Desci do carro e Jolie me ajudou com as malas.
Entramos no aeroporto e fui até o balcão fazer o check-in.
Quando voltei ela estava sentada em umas das cadeira de espera.
— Tudo bem se quiser ir para casa. Você acabou de voltar de uma viagem, deve estar cansada. — digo a ela.
Jolie sorri.
— Não se preocupe eu estou bem. — me responde.
— Ok. Se insiste. — menciono e me sento ao seu lado.
O tempo passou voando, e logo chamaram meu vôo. Me levantei e olhei ao redor do grande salão de espera, na esperança de que visse alguém entrando pelas grandes portas para se despedir de mim.
Mas não veio ninguém.
Respirei fundo para não deixar que as lágrimas de desapontamento caíssem sobre meu rosto. Me virei e olhei para Jolie.
— Bem, acho que agora eu tenho que ir. — ela sorri.
— Sim, você tem. Aqui. — ela diz e me entrega um envelope. Abro o mesmo e vejo que havia dinheiro dentro.
Mas não era da nossa moeda local.
— São notas italianas. Para você não precisar converter seu dinheiro por alguns dias. É o suficiente para comida e outros gastos. — me explica e assinto.
— Não precisava Jolie. Imagino como isso tenha custado a você. Prometo devolver cada centavo quando eu voltar. — falo com a mesma.
Ela nega.
— Não precisa. Aceite como um presente. Agora vá, antes que perca seu vôo. E por favor se divirta. — ela menciona e nos despedimos e segui para o portão de embarque.
A todo momento eu olhava para trás para ver algum rosto familiar, mas aquilo era apenas uma imaginação em minha mente.
Adentrei o portão de embarque e segui pelo corredor até o avião.
A aeromoça conferiu meu passaporte e minha passagem e depois me cedeu caminho.
Procurei a minha poltrona e me sentei.
No mesmo instante meu telefone vibrou dentro da minha bolsa.
Confesso que naquele instante meu coração chegou a vibrar em pensar que poderia ser uma mensagem do meu pai ou do meu irmão.
Mas não era nada disso.
Era apenas uma mensagem da operadora. Dizendo que havia uma promoção disponível para a minha linha.
Sorri amargamente pela situação em que estava e apenas desliguei o celular o colocando dentro da bolsa novamente para poupar bateria.
— Vamos lá Angeline, Itália nos espera. O que pode dar mais errado do que a minha vida sem graça? — murmurei para mim mesma antes do piloto anunciar que já íamos decolar.
Foram quase 15 horas de viagem. Fizemos algumas paradas mas logo chegamos a Itália.
Quando desembarquei não acreditei onde estava.
Era realmente incrível. Mesmo que eu ainda estivesse no aeroporto, olhando pelas grande janelas eu conseguia ter uma ampla visão do que me esperava lá fora.
Fui até a embaixada italiana para checarem a minha passagem e carimbarem o meu passaporte.
Levou alguns minutos pois tive que responder algumas perguntas as autoridades locais e preencher um formulário. Mas tudo correu bem.
Por sorte haviam alguns táxis parados do lado de fora do aeroporto, mas me lembrei de que raramente haveria um táxi barato que me levaria até o hotel onde eu ficaria hospedada.
Então comecei a ler algumas placas que estavam do lado de fora. Uma delas estava escrita visivelmente como um ônibus para turistas.
Abaixo dela estava um grupo de pessoas. Segurei firme a minha bolsa e puxei a minha mala para até eles.
— Com licença... — chamei a atenção de alguns. — Podem me dizer se esse ônibus nos deixa onde queremos? Ou próximo ao nosso destino? — perguntei.
Duas garotas me olharam mas se viraram me ignorando.
Apenas um cara continuou a me olhar.
Um sorriso brotou de seus lábios.
— Acredito que você seja estrangeira, e é a primeira vez que vem a Itália. — ele diz me olhando.
Fico um pouco tímida. Mas ele parecia o único que tiraria a minha dúvida naquele momento.
E não parecia ser um aproveitador.
— Bem, sim. É a primeira vez que viajo para Itália. — o respondo.
— Imagino que esteja se sentindo como um verdadeiro peixe fora do aquário. Deixe-me tirar sua dúvida. Este ônibus é para turistas, assim que ele chegar e você adentrar o mesmo, mostre o endereço ao motorista. E ele certamente te deixará a uma esquina do seu destino. — me explica e acena indicando o ônibus que acabara de virar a esquina do aeroporto vindo em nossa direção.
Abri um sorriso em agradecimento a sua explicação.
— Muito obrigado por me explicar como funciona. — digo e me viro para esperar que o ônibus estacione a minha frente.
Assim que ele o faz deixo que as outras pessoas a minha frente entrem primeiro.
Resta apenas eu e o cara misterioso.
Pego minha mala e subo no ônibus. Paro perto do motorista para comprar um bilhete e mostrar a ele o endereço onde eu desceria.
O mesmo sorri e acena positivo dizendo que sabia onde ficava o meu destino.
Em seguida pediu que eu me sentasse.
Assim o fiz.
Me sentei no segundo banco atrás do motorista.
O cara misterioso pega um bilhete e conversa mais um pouco com o motorista do ônibus e depois vem em minha direção.
Ele segurava uma mala média preta. E trajava uma roupa sociável que era bem acentuada ao seu corpo.
Sem contar que ele era de uma extrema beleza. Seus cabelos negros feito a noite caiam sobre seu rosto, o dando um ar de mistério.
E seu olhar exalava uma chama ardente, combinando com a sua personalidade física.
Desviei meu olhar rapidamente do mesmo focando a atenção no trajeto que o motorista fazia.
Ele passa por mim e se senta no assento atrás do meu. Sinto o ambiente se tornar pequeno na sua presença.
Tento ignorar o fato de que ele estava logo atrás de mim, e retiro meu celular de dentro da minha bolsa.
E só então me lembrei de que havia me esquecido de comprar um chip como Jolie havia me dito para fazer.
— Droga... — sussurro. — Jura Angeline...que você se esqueceu de comprar um chip... — continuo dizendo frustada.
Ouço uma risada abafada.
Certamente era o cara atrás de mim.
Que vergonha. Penso.
— Está tudo bem? — sua voz ecoa.
Controlo minha respiração antes de responde-lo.
— Sim está. Eu só me esqueci de uma coisa. Só isso. — respondo.
Ele parecia sorrir com a minha resposta.
— Acho que sei certamente o que você se esqueceu. O chip local certo? Para se comunicar com a sua família. Não se preocupe, Isso sempre acontece na primeira vez. Mas há várias lojas de conveniência pela cidade que podem te fornecer um chip. Me avise se quiser uma indicação. — volta a dizer.
— Obrigado... tens sido muito gentil comigo, apesar de não nos conhecermos. — murmuro.
— Acho que isso vai muito além de mim. Mas digamos assim que eu já tenha passado pela mesma situação. Sei bem como é se sentir perdido. A parte ruim é que não tive tanta sorte quanto você, de encontrar pessoas boas.. Aliás já que estamos conversando tão bem, meu nome é Jeon Jungwook. — ele me responde e acaba se apresentando.
Me viro aos poucos para trás para poder ver o seu semblante. Como eu esperava, fui recebida por um sorriso caloroso.
Senti meu coração saltar dentro do meu peito, acho que era pelo fato de que ninguém nunca ter se aproximado de mim daquela forma tão terna e serena.
— Angeline Mary. Muito prazer Sr Jeon. — digo meu nome.
— Sr. Jeon? Me fez soar mais velho do que eu realmente sou. Por favor, apenas Jeon. — ele menciona me corrigindo.
— Me desculpe... Jeon... — o respondo.
Ele sorri mais uma vez e me dá uma piscadela.
Sinto minhas bochechas corarem com a sua ação então me volto para frente.
Logo mais a frente o motorista se vira na minha direção e abre um sorriso.
— Senhorita Angeline e Senhor Jeon, a parada de vocês é logo a frente. Estejam preparados para descer. — ele nos avisa.
Assinto e pego minha mala, a deixando perto de mim para facilitar na minha descida.
O estranho e tamanha coincidência era Jeon também descer no mesmo ponto que eu.
Talvez ele morasse ali por perto do hotel. Não seria possível estarmos hospedados no mesmo lugar.
O ônibus fez a sua parada na calçada e descemos.
Olhei ao meu redor a procura do lugar onde ficaria hospedada, não demorou que eu o avistasse. Era um belo lugar.
Jeon ainda estava ao meu lado, e também analisa o local.
Respirei fundo e segui meu caminho o deixando para trás. Mas logo ouvi seus passos ecoarem atrás de mim.
— Está hospedada no Lá Rosé? — me pergunta quando me alcança.
Naquele momento andávamos lado a lado.
— Pelo que parece sim. Você também? — o respondo com outra pergunta.
Ele da de ombros.
— Bem, eu moro aqui na Itália. Necessariamente em Veneza. Estou aqui na capital por que um amigo irá dar uma festa hoje a noite. E se não houver imprevistos ela ocorrerá neste hotel. — Jeon diz e sinto minha garganta ficar seca.
Então provavelmente o hotel ficaria muito movimentado nesta noite de hoje.
— Pela sua expressão sinto que não gosta muito de festas... ou estou errado? — menciona.
Nego.
— Não é isso. Eu meio que não sou convidada para festas. Pessoas como eu ficam na cozinha. Não no salão... — respondo.
Penso se minha resposta havia saído rude demais ou digna de pena.
Jeon apenas me observava.
— Não consigo acreditar que não seja convidada para festas... — murmura.
— Bem acho melhor eu entrar, e verificar o meu quarto. Com licença. — digo a ele que assente.
— Vamos juntos se não se importar, também estou hospedado aqui como eu disse. — completa.
Aceito sua companhia e entramos juntos no hotel.
Ao conferir a minha reserva, acabamos sendo confundidos como um casal.
Fiquei constrangida, pois nem em um sonho eu o teria como namorado.
Jeon riu da cara da recepcionista e pegou suas chaves em seguida.
Fiz o mesmo e nos dirigimos para o elevador. Estávamos a um andar de diferença. Ele estava na cobertura e eu abaixo dela.
— Um casal? — Jeon murmurou sorrindo.
Fico em silêncio. Noto que ele achava graça sobre aquilo. Pensei em perguntar mas não precisei pois ele se pronunciou antes disso.
— Já vim aqui várias vezes, e nunca estive acompanhado. Irônico ela me perguntar isso. — ele diz e continuo em silêncio.
As portas do elevador se abrem no meu andar e pego minha mala indo em direção ao corredor. Mas sou parada por sua mão que agarra firmemente o meu pulso.
Meus olhos se fixam em seu toque. Ele parece notar o meu ar de surpresa.
— Tenha uma boa hospedagem Angeline. E eu tenho certeza de que terá as melhores experiências na bela Itália. — sua voz ecoa de uma forma diferente a qual ele se dirigia a mim.
Era como se ele soubesse das coisas que me aconteceriam naquela viagem.
Não lhe dei resposta, apenas sorri em agradecimento e me soltei do seu aperto seguindo meu caminho.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!