Peter King e Anny tiveram duas meninas chamadas Lola e Molly.

Lola com 19 anos e Molly de 14 anos.

Em uma noite muito chuvosa, Lola estava na fazenda dos King curtindo as férias da faculdade, e decidiu passar na companhia do namorado Brian de 20 anos, que trabalhava ali como administrador. Eles haviam se conhecido nas vezes que Lola ia na fazenda com a família e logo de cara ficou evidente que explodiu entre eles uma amizade que futuramente virou um namoro. Infelizmente nem tudo foi flor. Ao entardecer os dois tiveram uma briga e Lola saiu descontroladamente de carro decidida a voltar para a cidade.

Sozinha e Chorando muito ao volante, ela acelera, e em uma curva fechada o carro derrapou, perdeu o controle e saindo da pista, caiu de uma ribanceira a doze metros abaixo. Infelizmente Lola faleceu dois dias depois no hospital.

Brian carrega essa culpa até hoje, a cinco anos ele carrega na consciência a morte de Lola.

Atualmente ele continua trabalhando para a família de Lola. A três dias atrás ele soube que a filha caçula da família a Molly, iria passar na fazenda. Peter havia enviado um fax avisando sobre ela e que Molly agora era a nova proprietária da fazenda, e que ia juntamente com ele cuidar dos negócios de criação de gado e de Queijo artesanal da família.

Ele fez sua rotina normal do dia, levantou cedo como sempre pois os pesadelos não o deixavam dormir. Sua mente sempre relembrava os últimos momentos de Lola viva, a briga e sua partida.

"Foi a última vez que a vi"

Ele coçou os olhos.

Precisava estar atento neste dia pois a nova dona iria chegar. Ouviu dizer que Molly era durona e não admitia erros.

Isso o fez esboçar um sorriso que a muito tempo não tinha em seu rosto. Pois lembrava de Molly como uma menina pequena e franzina, não a via desde que era criança.

Ele pegou uma xícara de café e a tomou, isso o ajudaria a ficar alerta. Ele respiro fundo e pensou em Lola... se torturava todas vezes que fazia isso.

"Seu rosto ficou marcado na minha mente "

Ao pegar o chapéu e calçar as botas saiu para o pátio.

De longe Brian viu um carro Jeep se aproximando e ao parar na entrada ele colocou o melhor sorriso falso no rosto.

"Mais um dia..." pensou Brian.

Ao descer do carro Molly jogou os cabelos de lado e tirou os óculos escuro fitando Brian de longe.

Brian quase caiu para trás ao ver Molly.

"Não pode ser!... ela é a cópia da irmã"

Brian precisou de todo autocontrole para não desabar diante de Molly que parecia irmã gêmea de Lola. As duas eram como água sendo refletida no espelho.

"Mas como isso é possível?" Pensou ele.

Molly vestia um vestido branco com um casaco jens por cima. Seu cabelo loiro estava solto. E sua aparência era animada.

Molly sorriu ao ver a fazenda. Ela esticou os braços amando toda aquela área verde.

Ela foi até Brian.

-- Olá... você deve ser Brian o administrador. Eu sou Molly King.

Ela estendeu a mão pra ele.

Brian não teve reação alguma, ficou parado admirando-a durante um tempo, chocado com a imagem a sua frente. Era incrível vê-la ali, a imagem perfeita de Lola em Molly.

Agora sim ia começar a pagar por todos os seus pecados. Indagou ele a si.

🤫🤫🤫🤫🤫

LIVROS DA FAMÍLIA KING

1° No amor e na guerra

2° Amor a toda Prova

3° Sr King Henrique

4 ° Lucas King O MAGNATA

O PASSADO...

Lola tinha ido a fazenda sem que Brian soubesse, Ela queria lhe fazer uma surpresa agradável.

Assim que chegou, Lola olhou Brian trabalhando com os peões, o trabalho envolvia a retirada de leite das vacas e esse mesmo leite seria usado na fabricação de queijo. Brian supervisionava tudo de perto.

Assim que o viu se afastar para o escritório ela foi atrás.

-- Buuuu... (gritou)

Brian abriu um largo sorriso, ao ver a falha tentativa de Lola de lhe assustar.

-- Você esta quase ficando boa nisso.

-- Para Brian não ria de mim. Eu vim aqui lhe fazer uma surpresa. Gostou?

-- Eu amei... mas você não tem aula amanhã?

(falou ele puxando-a)

-- Eu já passei nesta matéria... e decidi antecipar minha vinda do final de semana. Assim fico aqui sexta, sábado e domingo a tarde eu volto.

-- Então será mais uma mão para me ajudar na administração. (falou ele)

-- Eu não vim para trabalhar Brian. Que saco.

(reviroou os olhos)

-- Pois sinto lhe informar senhorita que irá me ajudar sim. Agora vem vamos ao escritório que lá lhe darei suas tarefas do dia.

Ele segurou a mão dela e a conduziu a sala.

Lola ia protestando pelo caminho, dizendo que não era justo, Brian sorria.

ATUALMENTE... (NO PRESENTE)

-- Brian?

-- Ahã! (olhar assustado)

-- Estava lhe perguntando sobre os animais a saúde deles, pois a qualidade do queijo depende disso.

Falou Molly olhando para ele com desconfiança.

Ela notou que Brian estava distraído e desatento ao seu trabalho, e isso a deixou com uma dúvida se ele realmente era capaz de administrar a fazenda.

Tudo ali estava sendo avaliado por ela, dos empregados até aos equipamentos. E com Brian não ia ser diferente, no teste de Molly ele estava sendo quase reprovado.

Seu pai tinha dito que Brian era o melhor no que fazia, mas para ela o conceito de bom e ruim havia uma fina linha que Brian estava ultrapassando. Ela não queria discordar de seu pai mas se fosse necessário, faria isso.

-- Eu apenas estava pensando em algo importante. Desculpe. (disse ele)

Retornando a consciência ao presente, ele falou:

-- Quero lhe mostrar a onde ficam os queijos armazenados para descanso. Ali a cada hora são virados e são feitos o teste de qualidade.

-- Então vamos.

Ele a conduziu até a estufa.

Molly olhava tudo a sua volta com atenção.

Brian não pode deixar de notar as expressões faciais dela, a cada explicação dele sobre os aspectos de cada fase do processo de trabalho. Molly fazia uma careta.

Era bonito ver ela entortar a boca quando estava avaliando algo. Era como uma marca registrada, ele começou a se familiarizar com esse tique dela.

Mas se repreendeu em seguida:

"Ela não é Lola e a Molly. "

-- Vamos entrar aqui, quero que veja o processo do queijo. (falou ele)

Brian abriu a porta e Molly passou.

-- O cheiro é forte.

Falou ela ao entrar na ala de armazenamento.

-- Sim, esse cheiro é normal. O queijo é produzido pela coagulação do leite. Isto é realizado, em uma primeira etapa, pela acidificação com uma cultura bacteriana e em seguida, empregando uma enzima, a quimosina "coalho ou substitutos" para transformar o leite em "coalhada e soro".

Explicou Brian a ela.

Molly olhou cada prateleira que estavam numeradas.

-- Tem cores diferentes. (apontou ela)

-- Sim, por isso dos números nas prateleiras uns já estão em processo avançado enquanto outros ainda são novos. A bactéria precisa que o processamento da coalhada desempenham um papel na definição da textura e sabor da maioria dos queijos. (disse ele)

-- Muito bom... gostei de ver.

Ela entortou a boca novamente ao avaliar os produtos. Brian pode descrever o ato, como uma professora corrigindo provas dos alunos ou uma mulher escolhendo atentamente a dedo sua joia favorita.

" E bonito de se ver..." pensou.

Em seguida: "Não, não... não posso ficar admirando-a assim... esquece. "

Mesmo sabendo que Lola nunca teve essas manifestações de manias. Ele não pode deixar de admirar a entortada de boca de Molly.

Brian estava usando todo o seu bom senso para não enlouquecer diante de Molly, que era a cópia exata de Lola. Ele ainda carregava a dor, do dia que soube do acidente.

"Foi minha culpa... Eu mereço ser torturado por essa lembrança. "

-- Eu gostei de tudo oque vi, Brian.

Já do lado de fora ela falou a ele. E Brian apenas acenou com a cabeça.

-- Bem obrigado por me acompanhar neste tur pela fazenda. Agora vou me instalar na casa grande e descansar, amanhã nós veremos cedo para me atualizar sobre a produção, quanto esta saindo e como poderemos aumentar-lá.

-- Eu já tenho algumas ideias senhorita Molly.

-- Que bom, eu também tenho. Se continuar assim seremos uma boa dupla. Se me der licença vou descansar. Até.

-- Até.

Ele olhou Molly subir as escadas que davam acesso a casa dos patrões.

O jeito de Molly e sua personalidade eram totalmente o oposto de Lola, mas Brian ainda estava chocado com a semelhança física.

Isso foi demais para ele, piscando várias vezes ele se perguntava se não seria um castigo por ter deixado Lola sair naquele estado no dia do acidente. Ele sabia que tinha abalado os sentimentos dela com oque disse.

" Agora estou pagando com juros oque fiz."

Ele deu uma última olhada em Molly que já estava entrando pela porta e fechando-a. Suspirou alto para tentar aliviar a carga de tensão em seus ombros mas não adiantou, era impossível tirar.

Brian virou e saiu andando para a ala do escritório.

Chegando lá pegou uma fotografia de Lola na gaveta e constatou-se que realmente não tinha se enganado. Elas eram idênticas.

"Sinto tanto a sua falta." Pensou.

Olhando ainda para a foto ele falou:

-- Me desculpe por dizer aquilo... Nem tive a oportunidade de dizer o quanto te amava. Lola.

Ele colocou a foto no peito e fechou os olhos e lembrou da expressão do rosto de Lola, ao sair pela porta para nunca mais voltar.

**A pior dor do mundo é a invisível, ninguém vê, mas a alma sente e sofre.

CONTINUA... ✍🏼

**

NO PASSADO...

-- Eu te dei esses papéis a uma hora e você ainda nem chegou na metade, Lola.

Brian olhava para a pilha de documentos. Ele tinha pedido para Lola organizar a papelada para que mais tarde pudesse calcular o quanto de produtos cada cliente levaria, mas Lola nem se deu ao trabalho de ser mais ágil.

Ele olhou para sua amada e notou o biquinho nos lábios dela ao fazer charme, como uma criança mimada. Ele achava isso fofo nela. Pelo menos Lola estava tentando.

-- São muitos números... Brian, estou enrolada.

-- Deixe-me te ajudar.

Brian pegou a cadeira e sentou-se ao lado dela. Lola abriu um enorme sorriso, por ter ele por perto.

-- Nós temos que calcular o quanto vamos precisar para atender nossos clientes, eles precisam dos queijos. Para seus armazém, supermercados, restaurantes... então nossa produção precisa ter a quantidade que dê para cobrir todos os pedidos.

Lola olhava atentamente.

-- Vamos começar por aqui.

Ele explicou mais para ela.

DIAS ATUAIS...

-- Pra mim os números são bons.

Falou Molly olhando para o caderno de anotações. Eles estavam no escritório.

-- Tivemos um bom começo esse ano... a produção dobrou e os pedidos também.

Falou ele mostrando os gráficos. Molly olhava atentamente e fez aquilo de novo com a boca.

Brian estava sentado ao lado dela, a aproximação de Molly o fez ficar desconfortável.

Ela falou:

-- Se continuar assim não teremos problemas futuramente ao ampliar. Minha idéia inicial é abrir uma franquia que seja nossa, vender nossos queijos diretamente para o consumidor final. Claro que continuaremos sendo os maiores fornecedores dos nossos clientes e também seus concorrentes. Oque acha? Vamos ganhar dos dois lados.

Ela aguardava a resposta dele.

Os olhos de Molly fitavam Brian com expectativa e ele se sentiu atraído por eles.

-- Eu acho bom. Senhorita. Assim terá trabalho para o povo da região, pois precisaremos de mais mão de obra.

Brian estava admirando com a inteligência e perspicácia de Molly para os negócios. Ela era uma visionária.

-- Fico feliz que tenhamos chegado a um acordo. Pensei que ia ser mais difícil trabalhar com você.

Falou Molly o olhando. Na verdade ela o estava avaliando minuciosamente, para saber se ele estava apenas fingindo ser um bom funcionário ou se era na verdade.

-- Estamos no início senhorita. Ainda não enfrentamos nem metade das dificuldades que surgem do nada na administração da fazenda.

Brian falou a verdade, pois sabia que tudo ia bem e do nada, em questão de segundos algo acontecia. Várias vezes ele teve que intervir em diversos setores da produção para não perderem dinheiro e tempo.

-- Meu pai te elogiou bastante... mas ainda tenho que ver por mim mesma. Se é que me entende.

Ela disse olhando para o rosto dele, as expressões faciais de uma pessoa podiam dizer muitas coisas. E Molly aprendeu cedo a usar essa avaliação a seu favor.

Brian que anteriormente olhava para o papel na mesa, virou o rosto para olhá-la.

Estava sentado a poucos centímetro de Molly, suas mãos tremiam mas seu olhar se manteve firme nos dela.

Molly era linda mas mesmo sendo igual a irmã fisicamente, ele notou vários traços diferentes que as distinguem uma da outra. Molly tinha um olhar altivo e o nariz empinado ao falar, sua boca rosada se entortava quando estava avaliando minuciosamente algo. E para a surpresa de Brian, ela estava fazendo isso agora, ao olhá-lo.

Molly sentiu a intensidade do olhar de Brian, no início achou estranho. Mas depois pensou que ele tinha o seu próprio jeito de avaliação também, então sem desviar o olhar, continuou fixa nele.

"Ele é mais esperto do que eu pensei... tomara que meu pai esteja certo, sobre a capacidade desse rapaz." pensou ela.

Nenhum dos dois soube dizer exatamente quanto tempo ficaram se olhando. Até que foram interrompidos por uma batida na porta.

-- Entre. (disse Molly)

Ela foi a primeira a interromper o estado de hipnose que os dois se encontravam.

-- Desculpe interromper o trabalho de vocês mais precisamos de ajuda na área de produção, uma das máquinas parou de funcionar.

(falou o homem)

Molly respirou fundo.

E Brian apenas disse:

-- Era disso que eu estava falando sobre imprevistos. Bem vinda a fazenda.

Molly não queria moleza, tinha que demonstrar força.

-- Se é assim... então vamos, quero ver como irá resolver esse assunto. (falou ela)

Brian levantou uma das sobrancelhas.

-- Pensei que a senhorita iria querer tomar as rédeas da situação. Eu sou seu subordinado, as ordens que der eu cumpro.

Falou ele se levantando e se dirigindo para a porta.

Molly também se levantou e disse:

-- Se não conseguir resolver... eu te ajudo. Vamos mostre-me do que é capaz.

Molly passou por ele com toda altivez.

Brian não pode deixar de dar um meio sorriso, vendo-a se comportar assim. A mulher era osso duro.

"De frágil essa ai não tem nada." Pensou ele.

Ele fechou a porta do escritório e a seguiu com um sorriso reprimido nos lábios.

CONTINUA...

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