S.t.i.l.l
I
O céu quase sempre nublado havia se dissipado após quase um mês, o que fez com que os moradores de Cape May, em New Jersey, saíssem finalmente de suas casas para aproveitarem o pouco sol que havia saído. Jeongguk não muito diferente dos outros, tinha saído de sua casa ansioso para tomar um café gelado na única cafeteria que havia na pequena cidade. Sendo uma cidade pequena, Jeongguk conhecia todos que moravam por ali, consequentemente reconhecendo também as pessoas que estavam na cafeteria.
Sorriu e cumprimentou rápido cada pessoa do local para em seguida pedir para seu amigo Léo, que trabalhava no local, lhe trazer o de sempre. Assim que o pedido chegou, o Jeon se pôs a mexer em seu celular, mas especificamente, conversar com seus amigos do ensino médio. Não os via a anos e só conversavam as vezes no chat em grupo que haviam criado.
Pelo o que parecia o grupo de amigos havia se dividido após o ensino médio, quando Taehyung junto de Seokjin e Yugyeom conseguiram bolsas para uma faculdade renomada na grande Coréia do Sul, em Gwanak-gu (Seul National University), então aos poucos os outros também foram indo embora. Com o tempo os afazeres e responsabilidades dos outros também foram aparecendo, sendo Namjoon, Hoseok, Lisa e Rosé tendo saído da pequena cidade para viverem suas próprias vidas na maior cidade do país em que moravam, Nova York.
Jeongguk sentia falta da compainha de todos, mas não nunca teve o direito de impedir que fossem, então apenas fez com que todos prometessem nunca perder o contato, mesmo que caíssem em suas rotinas e acabassem esquecendo muitas vezes de dizer um "olá" ou algo do tipo, como Yoongi, melhor amigo de Jeongguk e Taehyung desde a infância, estava fazendo a um tempo. No momento, Seokjin, Namjoon e Yugyeom estavam em suas casas dormindo, Rosé estava em seu trabalho e Yoongi não atendia as ligações e nem respondia as mensagens.
Por ideia de Taehyung, preferiram fazer uma chamada de vídeo com o resto do grupo que não estava tão ocupado assim. Assim que Jeongguk aceitou a chamada, sorriu ao ver Hoseok vestido em seu avental cozinhando e dando "olá meus queridos cornos" como sempre fazia; bem ao lado da imagem do alaranjado, Taehyung olhou de relance rapidamente para a câmera, sorriu soltando uma risadinha e voltou a atenção na estrada enquanto Lisa, que estava segurando o celular do loiro cumprimentava os outros dois garotos.
Hoseok
Estava com saudades de vocês! — Gritou animado. — O que vocês tem feito?
Taehyung
Trabalhando e estudando Hobi, só isso. — Respondeu ainda de olho na estrada.
Hoseok
O que a Lisa 'tá fazendo aí? — Perguntou soltando um "Ai" segundos depois. — Me queimei...
Lalisa
Taehyung se ofereceu para me levar até a creche, quase esqueci que tenho que pegar o Téo hoje. — Respondeu pelo maior no volante.
Hoseok
Entendi, Taehyung cuidado nesse volante!
Taehyung
Tá bom Hobi! — Respondeu rindo. — E você Gguk-ah, como tem passado? Está tão quieto!
Jeongguk
Bem, não tenho feito nada. Só trabalhando e ajudando a minha mãe com a loja.
Lalisa
Jeongguk você não pensa em sair daí não? — Perguntou impaciente. — Aqui fora tem muito mais oportunidades do que aí...
Jeongguk
Eu já pensei sobre e não me decidi ainda. Mas não se preocupem, semana que vem vamos nos encontrar em Nova York, não vamos?
Hoseok
Sim, sim! Aliás, como está a mudança Taehyung? — Perguntou concentrado nos desenhos de doces que fazia.
Taehyung
Amanhã chega o resto das coisas finalmente. Que doido né?! Quando saí de Cape May para estudar em Seul enquanto o Hobi e Lalisa vieram para Nova York, não imaginava que depois de alguns anos Hoseok ia decidir morar em Seul e eu no centro de Nova York. — Comentou rindo junto de Hoseok.
Hoseok
O que eu pude fazer? Me apaixonei quando vim aqui visitar você, Seokjin e o Yugyeom pela primeira vez. Aliás, eu sou bem doido né?! Acho que ainda estou com os horários trocados.
Jeongguk
Que horas são aí Hoseok? — Perguntou olhando as horas: 13:23pm.
Hoseok
Aqui é 03:23 da manhã! — Gargalhou derrubando a panela ao seu lado. — Ainda bem que eu sou o meu próprio chefe.
Lalisa
Taehyung estaciona ali, vou descer e já volto. — Pediu deixando o celular em pé para que continuassem tendo a visão de Taehyung.
Jeongguk
Gente, vocês tem falado com o Yoon? Ele não me responde! — Resmungou meio irritado.
Hoseok
A última vez que falei com ele já tem bastante tempo, estava me pedindo nudes outra vez. — Reclamou ouvindo Taehyung rir. — Para Taehyung! Isso é constrangedor!
Taehyung
Quando vocês vão se assumir hein? Isso rola desde o fundamental!
Hoseok
Também tenho a mesma curiosidade Taehyung. — Respondeu tristemente. — Não sou eu que me afasto. Eu não corro mais atrás, ele que venha!
Jeongguk
Isso aí Hobi, está certo! Se o Yoongi não tomar vergonha na cara, Namjoon provavelmente vai se fazer de psicólogo! — Exclamou rindo. — Mas enfim, a última vez que falei com ele foi quando passou aqui na cidade e ficou por um final de semana inteiro comigo. Depois ele saiu em viagem, disse que era trabalho.
Taehyung
Mas depois disso ele sumiu. — Disse pensativo. — Será que ele perdeu o celular?
Hoseok
É a única explicação! O pior é que não sabemos onde ele mora! — Exclamou frustrado. — Jeongguk, você não sabe para onde ele foi quando saiu de Cape May?
Jeongguk
Ele foi para muitos lugares Hobi. Começou em Argentina, Filipinas e Grécia. Depois teve mais quatro países que não sei o nome e por penúltimo Samoa.
Hoseok
É Taehy, é um país! — Respondeu como se fosse óbvio.
Jeongguk
A capital de Samoa é em Apia e o continente Oceania. Falamos sobre isso no ensino médio Taehyung!
Taehyung
Aí desculpa Jeongguk, eu não me lembrava! Tá mas, depois disso ele sumiu?
Jeongguk
A trabalho, mas sim, sumiu. — Respondeu no lugar de Hoseok.
A conversa entre os três não demorou muito, já que assim que Lalisa entrou no carro acompanhada de seu filho Téo, Taehyung teve que desligar, já que após deixar Lalisa em sua casa voltaria para o trabalho; já Hoseok saiu pois não aguentava passar mais uma noite cozinhando e não queria parecer um zumbi no trabalho mais tarde. Assim que a chamada se encerrou, Jeongguk novamente tentou ligar e mandou mensagens para Yoongi, mas não obteve resposta.
Não demorou muito para que o café gelado acabasse e Jeongguk pagasse a conta, pronto para voltar para casa e finalizar a grande pintura que estava fazendo faz dias. O Jeon andava sem pressa pelas calçadas pouco vazias da pequena Cape May, concentrado em olhar as construções de estilo vitoriano, muito bem preservadas. Jeongguk observava com atenção as delicadas casinhas de madeira, construídas no século 18 eram no estilo B&B (Bed and Breakfast) que já perdera a conta de quantas vezes as desenhou.
A poucos passos de distância, o Jeon conseguiu ver ao longe um dos pontos de destaque da cidade, o Emlen Physic, uma mansão construída em 1879, ainda sim estava completamente conservada. Jeongguk parou olhando novamente todos os detalhes por fora, pretendendo memorizar para conseguir finalizar a pintura que o esperava em casa. Sorrindo pequeno, se virou para voltar o seu caminho, mas acabou esbarrando em alguém menor que si. Jeongguk pedia desculpas várias vezes seguidas enquanto ajuda a pessoa pegar alguns papéis que havia deixado cair no chão e assim que catado todos, levantou a cabeça podendo ver o sorriso fofo do garoto.
Jimin
Jeongguk, quanto tempo! Como vai?
Jeongguk
Bem, Jimin, quanto tempo? Está... Diferente!
Jimin
Diferente? — Franziu as sobrancelhas. — Como?
Jeongguk
Mais... — Parou olhando o garoto de cima abaixo. — Perdoe-me dizer, muito mais bonito!
Jimin
Ah, Jeongguk, impressão sua, e devo admitir que muita coisa mudou, afinal, não nos vemos há 13 anos!
Jeongguk
É verdade Jimin, faz muito tempo, desde aquela noite... Na verdade, eu qu-
Jimin
Esquece aquela noite Jeongguk, está no passado.
Jeongguk
Mesmo agora, Jimin, te devo um pedido de perdão, eu não queria ter fei-
Jimin
Já disse para esquecer, deixa para lá! — Insistiu. — Mas, e aí, o que tem nessa cidade para fazer? Voltei a pouco tempo e até agora não pude explorar o lugar.
Jeongguk
Bom, desde que você foi embora, muita coisa apareceu, agora tem shopping, com cinema, mas, só tem duas salas com projeção...
Jimin riu sendo acompanhado por Jeongguk.
Jeongguk
Hey Minie, vai estrear um filme de terror semana que vem, gosta?
Jeongguk
Tá bom, te pego sexta-feira então. Provavelmente para a sessão das 19:00.
Jimin
Não! Qual seria a última sessão?
Jeongguk
Acho que às 22:30, ouvi falar que tem uma hora e meia de filme.
Jimin
Ótimo, vamos nessa sessão, algum problema para você?
Antes que cada um seguisse o seu caminho, trocaram números de telefone e cada um foi para um lado. Enquanto voltava a caminhar, Jeongguk não segurou a vontade e olhou para trás, podendo observar a cabeleira vermelha ir sumindo no meio das pessoas. Assim que chegou em casa, parou de pensar no menino de cabelos cor de fogo e se infiltrou em seu ateliê de pintura, onde o grande quadro da mansão da cidade estava ali inacabado. Enquanto pintava, Jeongguk não conseguia parar de encarar os ponteiros do relógio passando de vez em quando, estava ansioso pela hora em que poderia rever Jimin.
Sabia que algo havia mexido com ele assim que pôs os olhos escuros no baixinho de bochechas gordinhas e rosadas. Mesmo não tendo conversado muito com Jimin, Jeongguk ainda conseguia lembrar do olhar penetrante e intenso, ao mesmo tempo sendo inocente e sereno que o menor havia direcionado ao Jeon. Sentia o coração arder no peito só de pensar em Jimin e envergonhava-se quando lembrava do passado; do que fizera com Jimin naquela noite fria de Agosto. Pensava em como pôde ter sido tão cruel.
Jeongguk
Esquece isso Jeongguk! São novos tempos e você acabou de ter uma chance de levar Park Jimin para o cinema. Pode se redimir, não é... — Murmurou passando a mão nos olhos nervoso.
Foi até o banheiro e lavou o rosto, respirando fundo em seguida, querendo enfim espantar de uma vez por todas o fantasma daquele passado sombrio. O de cabelos negros voltou ao seu ateliê e assim que decidiu voltar a atenção a sua pintura, o celular em seu bolso vibrou e assim que Jeongguk o pegou em mãos, sorriu ao ver uma mensagem de Jimin na barra de notificações de seu celular. Largando um pouco a pintura de mão, passou a tarde toda conversando com o Park; falavam sobre tudo e mais um pouco.
A noite depois do jantar entraram em uma conversa por ligação sobre o que fizeram nesses tantos anos que estiveram sem se ver ou falar e Jimin comentou que não tinha feito basicamente nada. Dizia com todas as palavras que havia se mudado com o intuito de mudar de vida, estava em busca de coisas novas, mas quando as achou não se impressionou o suficiente e fora por esse motivo que Jimin voltou a sua cidade Natal. O resto da semana passou devagar demais na opinião de Jeongguk, que agora só imaginava ter Jimin em seus braços, beijá-lo com calor e ficar com ele.
II
Assim que sexta a noite chegou, Jeongguk passara o dia inteiro ansioso querendo que os ponteiros do relógio passassem mais rápido do que estava se mostrando passar. Quando finalmente a hora de buscar Jimin se aproximou, Jeongguk já estava quase pronto para sair e assim que perfeitamente arrumado e perfumado, foi buscar o avermelhado. Enquanto andava rápido até quatro ruas depois da sua, Jeongguk pensava se não estava esquecendo nada e se ainda lembrava bem onde era a casa de Jimin e como se o de cabelos lesse sua mente, o celular tocou no bolso do Jeon, que o pegou conseguindo já ler o endereço e número da casa de Jimin.
A casa de madeira toda projetada no estilo vitoriano, na cor branca de três andares ainda estava intacta como muitas casas daquela rua. Assim que tomou coragem, Jeongguk subiu os poucos degraus e tocou a campainha podendo ouvir os passos corridos de Jimin até que este abrisse a porta e Jeongguk congelasse admirando o baixinho com calça de couro preta aparentemente apertada, All Star's coloridos, blusa de seda azul e vermelha pouco brilhosa e uma jaqueta jeans escura por cima dos ombros.
Jimin
Olá, está muito bonito Gguk-ah! — Sorriu fechando a porta rapidamente atrás de si.
Jeongguk
Ah, que isso, só me arrumei um pouco para não fazer feio. Você também está... Lindo. — Elogiou sorrindo nervoso para o menor que quase ria. — E então, está pronto?
Jeongguk
Mas, cadê seus pais? — Perguntou confuso. — Não os vi ainda, deixe-me cumprimentá-los.
Jimin
Não Jeongguk! Eles foram dormir, deixe para outro dia, certo?
Jeongguk
Tudo bem, então vamos?
Jimin assentiu positivamente com a cabeça e assim o casal-não-casal foi para o cinema. A cidade de Cape May sendo pequena, todas as lojas e casas ficavam perto, inclusive o novo shopping, então não demorou muito até que Jeongguk e Jimin estivessem na fila para entregar os ingressos. Entraram junto de mais algumas pessoas, sentaram-se na última fila da sala pouco clara e de repente, as luzes se apagaram e só o que se conseguia ver era o grande telão, logo o filme começou. Durante o filme, Jeongguk quase não conseguiu prestar atenção já que preferiu ficar observando Jimin, fascinado.
Nem mesmo os gritos altos e baixos e os murmúrios assustados das pessoas na sala o fazia tirar os olhos de Jimin, que em hora nenhuma parece perceber os olhos parecidos a jabuticabas lhe queimando a pele. Realmente, Jeongguk comprovou que o baixinho gostava mesmo de um filme de terror quando via Jimin sorrir como se fosse o próprio ser demoníaco do filme e sussurrar dicas macabras de como matar ou torturar suas vítimas. O Jeon até deixava algumas risadinhas soltas no ar quando via o rosto animado de Jimin muchar para um mais irritado enquanto o ouvia dizer que o demônio do filme estava fazendo todo o trabalho errado.
Talvez Jimin desse um ótimo diretor ou ator de filmes de terror, pois cada coisa que Jeongguk acabou ouvindo o avermelhado dizer, só não havia ficado com medo pois tinha em mente que Jimin era do tipo que via muitos filmes de terror então se estivesse em alguma daquelas situações saberia exatamente o que fazer. Ele só não entendia o porque Jimin parecia querer ajudar o ser demoníaco e macabro ao invés de ajudar as vítimas desesperadas do filme. Mas isso não era algo com que devesse se preocupar agora. No momento, a única coisa que o moreno se preocupava era sobre como deixar o clima bom e atrativo entre os dois.
Pensando em várias possibilidades, totalmente seguro de si, Jeongguk colocou o braço em volta de Jimin sem fazer nenhuma bobagem de bocejar como as dicas na Internet diziam e felizmente, Jimin havia percebido na mesma hora, passando a encarar o moreno de relance enquanto sorria de lado discretamente. O de cabelos vermelhos sabia o que Jeongguk estava tentando fazer enquanto acariciava seu ombro, então querendo dar a entender que também queria, largou a pipoca de lado e chegou mais perto do Jeon que o encarou surpreso, acabando por ser encarado de volta.
Percebendo então o clima perfeito, Jeongguk resolveu chegar mais perto até que seus lábios encostassem nos de Jimin, que não demorou a beijar o moreno com vontade enquanto pousava sua mão perto da virilha do outro, deixando Jeongguk um tanto quanto excitado. Realmente, Jeongguk não sabia que apenas um beijo clichê em uma sala de cinema vendo um filme nada romântico ou engraçado poderia fazer com que o ar entre eles esquentasse de maneira absurda. Os sons pornográficos dos beijos quase que desesperados, os estalos que ambos tentavam deixar baixo para que ninguém os notasse, os chupões que Jeongguk deixava no pescoço branquinho tendo o prazer de ouvir Jimin gemendo baixinho em seu ouvido, tudo aquilo estava os deixando com o tesão acumulado.
Jeongguk
Vamos embora daqui babe... — Pediu após separar o beijo. — Tem um motel aqui perto, você quer?
Jimin
Ai, Gguk-ah, como quero, você não imagina quanto tempo esperei por isso... — Respondeu deixando selinhos na boca avermelhada. — Mas, não vamos ao motel, vamos para minha casa.
Jeongguk
Sua casa? Mas, seus pais estão lá!
Jimin
Não se preocupe, eles tem sono muito pesado. Então, está com medo ou vai comigo? — Sorriu sedutor selando os lábios do Jeon. — Te darei uma noite inesquecível Ggukie...
Jeongguk
Ok, então vamos Jimin, já estou ficando louco!
Jimin
Espere meu bem, guarde esse fogo para a hora certa.
Não demorou muito para que Jimin e Jeongguk, saíssem no meio do filme do shopping, de mãos dadas, ambos com certa pressa para chegar a casa de Jimin. Não conversaram, apenas sorriam bobos um para o outro o percurso todo até chegarem a casa de Jimin. O menor pegou sua chave e destrancou a porta, a deixando entre-aberta e logo se virando para Jeongguk, que acompanhava seus movimentos atento. Fazendo um sinal claro para que esperasse, Jimin entrou na casa e não demorou a voltar com as mãos atrás do corpo, deixando Jeongguk curioso.
Jimin
Jeongguk, você quer mesmo uma noite inesquecível?
Jeongguk
Claro Minie. — Afirmou abraçando a cintura alheia. — Estou aqui para isso!
Jimin
Então, me deixe vendar seus olhos, por favor.
Jeongguk
Para que isso babe... Sabe que quero ver tudo. — Riu soprado apertando os dedos na cintura fina. — Quero te tocar, eu qu-
Jimin
Você irá me tocar, mas primeiro, quero te deixar louco. — Sorriu balançando a fita na vista do Jeon. — Quero você, quieto!
A ansiedade em ter Jimin logo nos braços, fez com que Jeongguk não esperasse muito e apenas se deixasse ser vendado pelo menor. Jimin sorriu quando percebeu que o Jeon não enxergava mais nada e apenas pegou na mão do maior e o guiou para dentro da casa, não esquecendo de olhar para os lados antes de fechar a porta e trancar. Jeongguk sentia-se perdido, nem tanto só por estar de mãos dadas a Jimin, que de repente começou a descer para algum lugar que Jeongguk desconhecia, fazendo-o parar no lugar.
Jeongguk
Porque estamos descendo Jimin? Não deveríamos subir para o seu quarto?
Jimin
Não se preocupe bobinho. — Riu enquanto ajudava Jeongguk a descer os degraus. — Estamos indo ao meu quarto, eu durmo aqui em baixo.
III
Ainda descendo as escadas, Jimin e Jeongguk passaram por um corredor pouco iluminado que tinha um cheiro estranho, mas que Jeongguk ignorou. Assim que o corredor acabou, Jimin lhe avisou que já estava a um passo de adentrar ao seu quarto e isso só fez com que Jeongguk sorrisse e se mantivesse mais próximo possível das costas de Jimin. O cadeado fora aberto e a porta de ferro se abriu fazendo um alto barulho. Jimin sorriu empurrando Jeongguk para dentro para depois trancar a porta.
A melhor parte do quarto era que aquele em especial não era um quarto normal, estava mais para um espaço usado para tortura pesada. Um verdadeiro arsenal de tortura. Sorrindo admirando os brinquedos novos que conseguira achar não fazia muito tempo, o de cabelos vermelhos escolheu um em especial para colocar o Jeon, mas antes, segurou os braços de Jeongguk enquanto distribuía beijos por seu pescoço e mandíbula, ouvindo os suspiros do Jeon.
Jimin
Eu tenho uma dica para você Ggukie...
Jimin
Uhum. Não se mexa demais, senão pode se machucar. — Murmurou após deixar um chupão no pescoço branquinho para enfim guiar Jeongguk para um de seus brinquedos.
De começo, Jeongguk achou estranho a escolha de palavras, mas após ser colocar em um lugar estranho que machucava a sua pele assim que se mexia, percebeu que o que Jimin havia dito, fazia total jus ao o que estava passando. O brinquedo da vez era a famosa A Dama de Ferro, que em uma explicação rápida, era uma espécie de sarcófago com espinhos metálicos, que felizmente para o Jeon e infelizmente para Jimin, não atingia órgãos vitais, mas feria muito a quem estava dentro.
Não podendo se remexer muito, Jeongguk tentou mexer seus braços, mas acabou percebendo de última hora que estavam presos nas barras do sarcófago onde estava preso. Pedindo para Jimin parar a brincadeira pois não havia mais graça, Jeongguk ouviu Jimin rir baixinho e dizer apenas uma palavra para que o Jeon quase entrasse em desespero.
Jimin
Não. — Falou em alto e bom som, aproximando-se de Jeongguk e lhe tirando a venda. — Bem-vindo ao meu quarto de jogos!
Jeongguk
Jimin, que porra é essa!
Jimin
Achei que ia curtir. E então, gostou?
Jeongguk
Jimin, me tire daqui. É sério, não estou gostando nada dessa brincadeira sem graça.
Jimin
Eu vou dizer apenas uma vez e não quero que me faça dizer novamente. — Disse com uma expressão séria. — Isso aqui não é brincadeira, é a vida real!
Jimin
Agora, me deixe te apresentar meus bebês! — Sorriu animado saltitando pelo quarto.
Jimin saltitou até o lado esquerdo de Jeongguk, onde se residia a Cadeira das Bruxas. Logo depois da Dama de Ferro, onde Jeongguk estava preso, a Cadeira das Bruxas era o brinquedo de tortura mais leve dali. Basicamente a vítima era colocada de cabeça para baixo, com suas pernas presas no encosto da cadeira, acabando por ser imobilizada, dando a Jimin a oportunidade de usar outros métodos de tortura na vítima. Jeongguk observava Jimin assustado, tentando controlar a respiração pesada e o corpo que queria se soltar a qualquer momento, mas mesmo em momentos como aquele, sabia que se movesse um músculo sairia mais machucado.
Ainda explicando sobre o brinquedo, Jimin passou pela direita onde outra Dama de Ferro se fazia presente, bem ao lado de onde Jeongguk estava. E então, o grande final. Pulando de alegria até o meio da sala, Jimin sorriu macabramente para Jeongguk, antes de explicar o que o Berço de Judas fazia. O de cabelos vermelhos falava e a cada palavra, Jeongguk arregalava mais os olhos de jabuticaba, pedindo a Desu para que o tirassem dali o quanto antes. Estamos falando de uma pirâmide onde a vítima era sentada na ponta e acorrentada.
Jimin
O segredo é ir afrouxando as correntes até que o próprio peso da vítima fazer com que fosse pressionado, acabando por ferir seu ânus. — Terminou a explicação acariciando a pirâmide.
Park Jimin era realmente macabro.
Jeongguk
Jimin, você... Está louco? Me colocou aqui porque? Me tire daqui!
Jimin
De jeito nenhum Jeonggukie! Você lembra do que fez comigo há 13 anos? Pois é, querido, eu nunca esqueci e graças a você vendi a minha alma em troca de voltar forte para me vingar de vocês!
Jimin
Você e o Yoongi! Mas esse aí já partiu; foi muito fácil me livrar dele. Igual a você, pensou que ia me possuir dentro do carro, mas não se lembrou do penhasco a sua frente. Pobre Yoongie... — Fingiu voz de choro. — Um minuto de silêncio por ele.
Jeongguk
Você matou o Yoongi? Seu capeta!
Jimin
Taí! — Bateu palmas. — Gostei de capeta. Já me chamaram de bruxo, feiticeiro, vampiro, endemoniado, mas, eu gosto mesmo de AMALDIÇOADO! — Riu baixinho. — Afinal é o que sou não é, Jeonggukie?!
Jeongguk
Você é um desgraçado... Me tire daqui agora!
Jimin
Você não sofreu nem metade do que fez comigo! Você e seu amiguinho, esqueceu? Me chamaram para uma festa, cheguei lá só havia vocês dois...
Jimin
Vocês me torturaram e me violentaram durante 7 horas! Depois me jogaram no porta-malas do carro e me deixaram na zona rural, NO MEIO DO NADA!
Jeongguk
Sentimos muito Jiminie... — Repetia baixinho chorando.
Jimin
Voltei para cada andando, todo machucado e assim que cheguei pedi a meus pais para ir embora dessa cidade miserável! Pedia vingança todos os dias... Até que um dia, estava só em casa e a campainha tocou. Fui abrir e tinha um homem, loiro e alto... Lindo, mas seus olhos eram vermelhos como sangue. Sabe o que ele me disse Jeongguk? — Perguntou olhando para o menor que negava soluçando.
Jeongguk
Por favor Jiminie...
Jimin
Ele me disse "Jimin, te darei o que deseja mas em troca, terá que derramar hoje o sangue de duas pessoas que ama e ofereça a mim, só então te darei poder suficiente para completar sua vingança, mas no final sua alma será minha", aceitei na mesma hora e matei meus pais.
Jeongguk
V-você... Você m-matou... Você matou seus pais?!
Jimin
Matei e não senti nem um pingo de remorso por eles, depois os ofereci aquele demônio. Saí daquela casa renovado, fui transformado por fora e por dentro. — Aproximou-se do maknae acariciando as madeixas escuras. — Não existe mais amor, não existe mais bondade, apenas sede por vingança.
Jeongguk
Jimin, nós erramos muito com você, me perdoa... Me tira daqui!
Jimin
Só vou tirá-lo daí porque mudei de ideia.
Jimin
Sim. Acho mais apropriado colocá-lo na Cadeira das Bruxas.
Não deixando Jeongguk terminar, Jimin o tirou de dentro da Dama de Ferro sem demora alguma e logo o Jeon estava dentro da Cadeira das Bruxas. Planejando continuar sua sessão de tortura, após prender Jeongguk firmemente na cadeira, Jimin andou pelo quarto a procura de uma vela e fósforos. Assim que encontrado, já com a vela acesa, pigou algumas gotas sobre o rosto simétrico do garoto de cabelos escuros, sorrindo grande ao ouvir os gritos desesperados. Mas como se ainda não fosse suficiente, jogou em cima das feridas feitas pela Dama de Ferro, vendo Jeongguk se remexer tentando se soltar.
Mas, falhando miseravelmente.
Cansado da vela, Jimin caçou outra coisa pelas gavetas que havia no armário perto da porta, sorrindo ao ver álcool e sal, cada um em um pote. Fazendo uma solução dos dois juntos, Jimin voltou ao encontro de Jeongguk, onde sem demora lhe jogou no corpo e rosto. A dor era alucinante; Jeongguk era a própria face do desespero e dor e Jimin só sabia se divertir com tal sofrimento a sua frente. Ouvindo Jeongguk voltar a implorar para ser solto, Jimin revirou os olhos voltando para o armário, onde achou tudo o que precisava para que ficasse mais algumas boas horas com o Jeon no porão.
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