Como assim eu reencarnei no mundo da minha última novela lida? Como isso aconteceu? Sim são muitas perguntas sem nenhuma resposta.
Sou a filha do unico grão duque de todo o império, como membro da família real do império de Estigard, eu nasci com grandes privilégios. Mas o que ninguém sabe é que eu lembro da minha vida passada, na minha última vida eu morri em uma tentativa de assalto que deu errado, morri sozinha em um beco voltando pra casa.
Minha antiga família era formada por mim e meu irmão mais novo, fomos criados por nosso tio, mas quando ele morreu eu e meu irmão não tinhamos mais a quem recorrer então terminei a escola e comecei a trabalhar em dois empregos para que nos dois não morrermos de fome.
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E agora eu estou aqui no mundo de uma novel. Pelo que eu li na novel esse mundo tem magia, dragões, magos, cavaleiros e realeza. Bem diferente do meu antigo mundo, nessa vida eu me chamo Ária Lyana Yerevorida Roseline Roscente única filha do grão duque Rogers Aquiles Roscente e da grão duquesa Catherine Dália Roseline Roscente.
Mas de acordo com a novel eu tenho no futuro dois irmãos da mesma idade que eu alguns meses mais novos ou seja em uma mês minha mãe terá a confirmação de que ela dará a luz as crianças da profecia.
A profecia surgiu no reinado do terceiro imperador, com as seguintes palavras ditas " Em uma era nascerá duas benção no mesmo ano da mesma origem, essas bençãos nasceram com grandes dons, esses dons que lhe darás a virtude de manejar tanto uma espada com a magia. A criança esmeralda nascerá como primogênita e um poder descomunal fará a diferença entre todos e sera a forte entre os fortes, comandará um exercíto no qual o azul Tiffany será reconhecido como o mais forte exercíto de todos a tempos, ganhará a confiança dos grandes lideres e será o maior entre os maiores, quebrandos limites que lhes foram dados. Já a criança rubro nascerá com grandes poderes como a criança esmeralda, terá afinidade com poderes sagarados.A Deusa abençoará com grandes poderes divinos ambas a crianças, a criança esmeralda terá a dádiva não só dá Deusa como também quebrará a regras dos mundos. A criança rubro terá a aparência de um anjo com cabelo prateados e olhos de vermelho escarlate terá uma nação aos seus pés e será reconhecido como o melhor de sua nação. A criança esmeralda terá sua aparência com longos cabelos loiros prata com o olhar de esmeralda remanescente com a força de 10 homens e será o pródigo de seu tempo superando até mesmo a feitos de seu ancestral o primeiro imperador ghateris de aldegar Roscente. Essas crianças nasceram em lugares diferentes mas como irmãos separados e cresceram como inimigos."
Na novel o irmão mais novo de Ária e tirado da sua família bem antes de nascer como poderia ser a segunda criança dita na profecia todo cuidado e pouco como meu parto foi muito desgastante e a mãe de Ária não estaria em condições para dar a luz em ao menos 3 anos, então foi quando o imperador Raphael meu tio chamou os magos para fazer o feitiço ¹selim. O feitiço selim ocorreu perfeitamente mas... A sacerdotisa desapareceu com meu irmão antes dele nascer. Então nunca conheci meu irmão. Dito isso a Sacerdotisa na verdade não era uma Sacerdotisa ela era uma bruxa que não aceitava a profecia então sequestrou a criança rubro para que a profecia nunca seja concretizada.
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1 O feitiço selim ele se faz ao tirar o feto já fecundado do ventre de uma mulher e passar para o de outra mulher que seria uma sacerdotisa.
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Não sei exatamente quando percebi que estava à frente do tempo… talvez tenha sido no terceiro mês, quando formei minha primeira frase com clareza ou no sexto, quando comecei a andar com a firmeza de quem já havia vivido isso antes — em outra vida. Agora, aos oito meses, falo com fluidez, leio com facilidade e reconheço mais expressões no rosto dos adultos do que gostaria.
O que choca as pessoas, no entanto, não é apenas minha precocidade. É a consciência. O olhar que pesa, que avalia, que entende. Eu vejo isso neles — nas sobrancelhas arqueadas, nos olhos arregalados, nas mãos que tremem discretamente ao me tocarem. Vejo no próprio imperador Raphael, meu tio, que tenta disfarçar o desconcerto com um sorriso protocolar.
Minha mãe, Catherine, me levou hoje para conhecer o palácio e minha tia Thalia, a imperatriz. O ar aqui dentro é mais denso, impregnado com o cheiro doce de flores imperiais misturado ao incenso queimando nos corredores de pedra clara. O piso de mármore reluz sob nossos pés, e o som dos nossos passos ecoa como se o próprio castelo nos observasse.
Ao entrarmos, minha mãe me coloca no chão com delicadeza. Meus pés pequenos tocam a superfície fria e lisa, e eu sinto a vibração da sala como se fosse uma extensão do meu corpo. À minha frente, engatinha o primeiro príncipe Asher — duas semanas mais novo que eu. Seu olhar âmbar me encara com a inocência típica de um bebê. Ele balbucia e tenta me entregar um brinquedo de madeira.
“Obrigada,” respondo com naturalidade.
Ele apenas ri, encantado, e balança os bracinhos.
Enquanto finjo brincar, concentro minha atenção na conversa entre minha mãe e a imperatriz. Suas vozes ecoam suaves, porém carregadas de emoção.
— Sua filha já sabe falar, andar… e ler? — Thalia exclama, o tom entre a admiração e a inveja. — Meu Deus, Catherine… Que sorte a sua.
— Sorte? — minha mãe murmura, a voz embargada. — Eu a amo mais do que tudo, mas… ela fala como se tivesse oito anos, com apenas oito meses. Não chora. Não faz birra. Parece... uma pequena adulta. Eu não vou ter tempo de aproveitá-la como bebê...
Seus olhos marejam. Eu sinto o peso da culpa me esmagando mesmo sem querer. O ar parece ficar mais pesado dentro do meu peito.
“Não se preocupe, mamãe”, penso. “Eu não vou morrer. E não vou me casar. Nem quero. E nem preciso.” Não como a Ária da novel, que trouxe vergonha para a família. Essa não sou eu. Eu sou outra. Uma que carrega memórias demais, peso demais, segredos demais.
Pouco depois, fomos chamados até a sala do trono. Minha mãe me carregou nos braços até me pôr no chão mais uma vez. Eu caminhei sozinha — o som delicado dos meus pés descalços ecoando no mármore polido. Quando empurrei as portas da sala do trono, os olhares recaíram sobre mim como lanças.
Meu pai estava ali, conversando com a sumo sacerdotisa, o general Caius e o mago da torre — que também é meu tio Ains. As expressões em seus rostos mudaram em uníssono, congeladas pela visão de uma criança tão pequena caminhando com firmeza.
— Essa é minha princesinha, Ária Lyana — disse meu pai, sorrindo orgulhoso enquanto me ergueu nos braços. O calor da sua mão grande e calejada contra minhas costas me reconfortou.
A sacerdotisa se aproximou, os olhos límpidos percorrendo meu corpo com uma curiosidade reverente. Ela ergueu a mão e pronunciou a prece sagrada. Eu nada senti. Nenhum calor, nenhum arrepio. Apenas... o silêncio. Um silêncio puro, imaculado.
— Vossa alteza imperial — disse, a voz vacilante —, consegue ver os fios prateados?
Ergui minha pequena mão e toquei um deles no ar, como se fosse um fio de cabelo solto. Leve, flutuante. Os olhos da sacerdotisa se arregalaram.
— Grão-duque Cezar... — ela se voltou para meu pai, visivelmente impactada — esta criança nasceu com a dádiva de ver os fios sagrados. Ela tem afinidade com o poder divino. Isso é raríssimo, ainda mais em alguém tão jovem. Leve-a ao templo. Ela precisa receber a bênção da Deusa.
O silêncio se instalou como uma tempestade que antecede o trovão. Todos estavam estagnados.
Ainda nos braços de meu pai, me curvei levemente para o imperador. Os olhos de todos se voltaram para mim com espanto. Eu podia ouvir os murmúrios se espalhando pelas laterais da sala.
— Oito meses, disseram?
— Isso é impossível.
— Um monstro... ou um anjo?
— Olhe para aquele cabelo! É prateado! Ela é marcada pela Deusa...
O peso de tantos olhares queimava minha pele. Senti o calor subir do pescoço até as orelhas. Não queria ser venerada. Só queria... entender. E sobreviver.
Mas o momento de tensão foi interrompido pela chegada de um guarda, ofegante, coberto de sangue e poeira.
— Vossa Majestade! O marquesado de Davelli foi atacado. O marquês e a marquesa... estão mortos.
O impacto foi imediato. Meus pulmões travaram por um instante. Meu corpo gelou. Um fio invisível se esticou dentro de mim, tenso, prestes a se romper.
Não. Isso não é certo. Isso não era para acontecer agora.
Na história, o pequeno Amel Davelli — herdeiro do marquesado — deveria perder os pais apenas aos seis anos. Agora, ele tem apenas um.
Minha mente girava como um redemoinho. Senti meu coração acelerar, pequeno e forte dentro do meu peito infantil. Cada batida ecoava no meu crânio.
“O que está acontecendo com esse mundo? O que está sendo mudado? E… quem está mexendo nas peças desse tabuleiro além de mim?”
Talvez... eu não seja a única que lembra.
Após toda a comoção, o responsável pelo atentado contra o marquês e a marquesa Davelli foi julgado e executado em praça pública. A justiça imperial foi rápida e implacável. No mesmo dia, o imperador declarou que o marquesado ficaria sob responsabilidade do grão-duque Cezar — meu pai — até que o herdeiro, Amel Davelli, completasse vinte e três anos. Um voto de confiança absoluto ao homem que venceu guerras e recusou uma coroa.
No fim daquela tarde, vi meu pai entrar nos salões com um menino pequeno adormecido em seus braços. O cabelo castanho de Amel caía levemente sobre o rosto, e sua expressão, mesmo dormindo, era tensa, como se não conseguisse encontrar paz nem no sono.
— Este é Amel — ele disse com voz firme, mas baixa, como se estivesse anunciando um segredo ao vento.
Já sabia quem ele era. Por isso, apenas voltei à minha leitura — estava reorganizando pergaminhos de mana pura e tentando convencer a babá de que eu definitivamente sabia conjurar uma runa de proteção básica. Tinha só oito meses, sim, mas minha mente... não era mais tão nova.
Com o cair da noite, meu corpo infantil começou a ceder ao cansaço, e, mesmo lutando contra o sono, minhas pálpebras pesaram. Após um banho quente, minha mãe me envolveu numa manta com cheirinho de flores de jasmim e mel, e me ninou suavemente. O calor do colo dela, misturado ao aroma do leite recém-servido, me levou ao sono.
Pelo menos até os gritos recomeçarem.
Acordei sobressaltada.
O som vinha do quarto ao lado — gritos desesperados, palavras embaralhadas. O coração acelerou, e a adrenalina me despiu do sono de forma brusca. Saí da cama em silêncio e segui pelo corredor escuro com meus passinhos ainda desajeitados, tentando não fazer barulho.
Empurrei a porta com cuidado... e congelei.
Amel se contorcia na cama, os lençóis enrolados em seus braços, e as unhas fincadas na própria pele. Seu corpo tremia, e ele murmurava com desespero:
— Mamãe... mamãe... não me deixe... por favor... mamãe... escuro...
O grito preso em minha garganta se partiu em mil fragmentos de compaixão. Corri até ele. Minhas mãos pequenas tentaram segurar seus ombros, mas ele se debatia com força surpreendente. Levei quase um tombo, mas não desisti. Eu o abracei.
— Shh... você não está sozinho — sussurrei.
Ele agarrou meu corpo pequeno como se eu fosse o último fio de esperança. O calor de sua testa pressionou meu ombro, e eu senti lágrimas escorrerem e mancharem minha camisola. Ele chorava no sono. Murmurava como um filhote ferido.
E eu... simplesmente fiquei. Até que, sem perceber, adormeci ali mesmo, abraçada a ele.
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Na manhã seguinte...
— AAAAAAAAAHHH!!!
As criadas entraram em pânico. Meu quarto estava vazio. A comoção foi imediata.
— Vasculhem toda a propriedade! — ouvi minha mãe gritar de longe. — Encontrem minha filha! Agora!
Logo em seguida, outro grito:
— AAAAAAAAAHHHH!!!
Desta vez, vindo do quarto de Amel.
A multidão correu até lá. A porta se escancarou, e todos pararam — olhos arregalados, bocas entreabertas, uma mistura de choque e surpresa.
Amel estava no chão, assustado, e eu... deitada em sua cama, dormindo profundamente.
Mamãe riu ao invés de surtar, e se aproximou de Amel, acalmando-o com carinho. Depois, me pegou nos braços e tocou suavemente meu rosto.
— Meu amor... por que me acorda tão cedo? — resmunguei, esfregando os olhos com as costas da mão.
— Porque você assustou nosso convidado, minha flor — ela respondeu rindo. — Não estava no seu quarto.
Mais tarde, sentou-se comigo no jardim para conversar. O aroma de lavanda no vento e o som suave das fontes enchiam o ar com uma paz quase mágica.
— Ária, por que você não estava em seu quarto esta manhã?
Suspirei.
— Mamãe... ele estava chorando, e eu acordei. Ele estava... tendo um pesadelo e se machucando com as próprias mãos. Então eu pulei em cima dele para fazê-lo parar.
Ela arregalou os olhos.
— Pulou?
— Sim! Como você faz comigo! — falei, séria.
Mamãe riu, e então seu sorriso se desfez lentamente.
— Meu amor... os pais de Amel não voltarão mais. Ele perdeu tudo. Agora somos nós — eu, você, e papai — que temos que ensiná-lo a sorrir de novo.
Assenti, sentindo um nó crescer no peito.
Mais tarde, enquanto brincava no jardim entre as flores e borboletas douradas, ouvi um chorinho baixo vindo do lago. Corri com minha babá até lá, e encontrei Amel sentado na beirada, os joelhos encolhidos, os olhos cheios de lágrimas.
— Por que você está chorando, neném? — perguntei, agachando-me ao seu lado.
Ele fungou.
— Sinto falta da minha casa... da minha mamãe...
Toquei seu rosto com carinho.
— Minha mamãe disse que a sua virou um anjo. E que agora ela pode te proteger de onde estiver.
Ele me olhou, os olhos brilhando com lágrimas.
— Você quer uma nova família, neném?
— Quero...
— Então eu posso ser sua irmãzinha. Você quer ser meu irmão?
Ele assentiu devagar, com um sorrisinho tímido.
Naquele instante, eu soube: Amel Davelli era meu irmão. Não de sangue. Mas da alma.
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Duas semanas depois, acordei mais cedo que o normal. Antes que mamãe percebesse, corri até o quarto de Amel, pulei em cima dele com cuidado e sussurrei:
— Shh... a mamãe vai acordar! Vamos logo!
Hoje era o dia da nossa ida secreta à Floresta Sagrada.
A floresta onde as bestas lendárias dos herdeiros reais se revelam. Onde os familiares de sangue despertam.
A Ária da novel ignorou esse lugar... mas eu não sou ela.
A floresta era escura, envolta numa névoa prateada. Deixei Amel esperando do lado de fora e entrei sozinha. O cheiro era diferente — antigo, denso, como terra molhada misturada com poder.
— Quem traz crianças até aqui...? — uma voz ecoou. — Ah... a criança da profecia.
O mundo ao redor mudou. As árvores, antes negras, tornaram-se prata viva, pulsando com mana. Animais se erguiam à distância, observando.
Segui a voz até encontrar uma menina... ou melhor, uma ninfa. Gardênia, guardiã da floresta. Olhos translúcidos, pele brilhante. Centenária. Majestosa.
— Quem é você, pequena? — ela perguntou.
— Sou Ária. A criança da profecia. E vim buscar meu familiar.
— Você é apenas um bebê.
— Façamos uma aposta então. Se eu conseguir domar o lobo mais difícil que tiver... você fará um contrato comigo.
Ela gargalhou.
— Muito bem. O último lobo híbrido da linhagem infernal... nenhum de seus antecessores conseguiu.
Chegamos ao campo ritualístico. O filhote estava coberto de feridas, exalando mana negra e selvagem. Um monstro.
Droga... isso é um filhote? Parece o próprio inferno em quatro patas!
O lobo avançou. Senti a morte roçar minha pele. Levantei o braço num gesto instintivo.
Mas foi então que algo explodiu de dentro de mim.
Meus olhos brilharam como esmeraldas líquidas. Meus cabelos se tornaram prata celestial. Uma barreira luminosa me envolveu. E o lobo... parou.
Ajoelhou-se.
Me reconheceu.
Gardênia estava boquiaberta.
— Quando eu fizer treze anos, você cumprirá sua promessa?
— Sim... sim, criança. A Deusa te escolheu.
Voltei da floresta com Amel ao meu lado e um filhote de lobo infernal caminhando atrás de mim como um guarda-costas. Meu pai caiu em choque.
— Filha... isso é um... um híbrido?
— A ninfa disse que sim.
Horas depois, meu pai já estava em contato com o palácio, relatando que sua filha de oito meses havia domado um familiar sagrado que nenhum outro havia conseguido.
E esse... é só o começo.
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