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Amor Entre Lobos

Capítulo 1

Para todos que estão iniciando a leitura desta obra agora; Lancei em 2021, tinha uma escrita deprimente, agora em 2024 estou editando. Então se lerem com uma escrita completamente diferente não fiquem surpresos.

A lua estava cheia, e a noite muito intensa. De longe ouvia-se os gritos das dores de um parto.

— Seja forte, querida, você irá conseguir!. — Disse Jeffrey tentando confortar sua esposa.

Jeffrey é o alfa da alcatéia, durante todos os meses de gestação de sua esposa, esteve ao seu lado, ajudando-a em tudo o que precisa.

— Estou tentando! — Gaguejou Yulia, agarrada à mão dele.

Yulia casou-se com Jeffrey muito jovem, teria seus 17 anos na época. Agiu cegamente por amor, deixou o coração guiá-la, embora tivesse medo de sofrer, atualmente não arrepende-se de sua atitude mal pensada.

— Está saindo, querida, força! — Exclamou o homem ao ver a criança sair.

Yulia gritou de dor, mas esforçou-se para botar força.

...

Enfim a criança nasceu. O pai olhava para o fruto em suas mãos e lágrimas de alegria teimavam em rolar no seu rosto. Yulia cansada de tanto botar força respirava fundo a cada segundo, mas não tirava o sorriso de seu rosto...

— Ela é linda...— Disse Jeffrey, emocionado.

— Vai se chamar... — Yulia fez uma pausa, olhando fixamente para sua filha. — Angelic

A criança caiu aos prantos, afinal, acabou de chegar ao mundo. Yulia a pegou nos braços e alimentou, não conseguia tirar seus olhos da pequena Angelic. Agora um novo membro está na alcatéia. Os outros comemoravam lá fora a vinda da criança, aquela que seria a mais forte, aquela que se tornaria a nova alfa assim que seu pai deixasse o mundo.

— O cheiro dela é como o seu, Yulia — Comentou Jeffrey, encantado.

— Tem razão, não pude deixar de sentir esse cheiro! — Disse o indivíduo entrando no quarto onde ocorreu o parto.

Este é Junyor, um Ômega da alcatéia e o irmão mais velho de Yulia.

— Junyor? É você mesmo!? Quanto tempo! — Espantou-se Jeffrey, surpreso com a chegada de Junyor.

— Junyor, você voltou, estou tão feliz que você está aqui... — Silibou Yulia, ainda muito fraca.

— Não se esforce muito, irmã. Eu também estou feliz em ve-los de novo. E em ver a minha linda sobrinha!

Jeffrey abraçou seu cunhado Junyor que também cumprimentou sua irmã com um beijo na testa. Ele saiu em viajem já fazia um ano, foi atrás de aventuras já que gostava muito de se aventurar por aí.

Os lobos tinham uma tradição de quando um novo membro chegasse na alcatéia, todos os lobos fizessem um momento de silêncio e agradecessem a lua cheia por mais uma vida. Depois disso,em volta da criança, eles uivavam como se estivessem dando Boas-vindas.

Um ano após o parto, Angelic era uma criança muito bonito e amada. A sua beleza era inexplicável, e parecia estar crescendo tão rápido. Os lobos mais velhos da alcatéia diziam que o gênero dela era forte, e que seria determinada..

Aos 10 a sua aparência mudou bastante, mas continuava encantadora como sempre. Quando menor, tinha cabelos loiros, mas que ficaram castanho claro no prolongar de seu crescimento, seus olhos são intensamente azuis e grandes, juntanente de uma pele delicadamente branca e macia.

— Mamãe, olha, a lua está cheia hoje! — Comentou a garotinha, admirando a lua.

— Esta radiante não é, meu bem?!

Ela deu seu primeiro rosnado aos 7, conseguiu transforma-se aos 9, e agora que tem 10, sabe tudo sobre a sua alcatéia. Desde sempre mostrou-se curiosa e determinada a aprender tudo sobre o lugar em que vive.

O tempo passou voando para quem viu seu crescimento, antes olhavam para a pequena Angelic correndo pela vila, e hoje estão comemorando os 19 anos da própria.

— Ah,parem,não é tão importante assim. — Disse Anglic, envergonhada com os parabéns

— Parabéns, minha filha. Jamais se esqueça de quem poderá contar sempre que precisar. — Disse Jeffrey, abraçando-a.

Junyor segurando uma caixa de presente, espera por sua vez para abraça-la. Seu sorriso gentil transbordando a felicidade em ver a sobrinha tornar-se uma adulta.

— Não precisava de presente tio. — Envergonhou-se — Eu amo todos vocês...

Pov Angelic

A sensação de ter 19 anos não é tão nova, é como todos os aniversários, a sua idade aumenta, mas isso é o único detalhe que realmente mudou. Eu sou o que chamam de "futura alfa", por mais que seja muito importante para grande parte do nosso povo, eu não levo isso tão a sério, eu tento aproveitar a minha vida o máximo que posso, seja se divertindo ou descobrindo cada canto desse lugar, toda essa imensidão, todos esses lugares para explorar, é como se eu me sentisse mais do que livre. Talvez um pouco mais viva a cada dia, o fato de não envelhecer me faz anseiar por conhecimento, me perder na própria essência do meu ser.

Capítulo 2

Todos os dias eu saio para andar um pouco. Gosto de sentir o cheiro doce da floresta e das flores, isso me acalma e trás uma satisfação com o meu próprio lar, o verde ao meu redor, as plantas diversificadas trazendo a essência da natureza, junto de árvores vivas, jamais irei me cansar do que vivo.

Algo me incomoda, meu pai sempre diz que não podia ir além da neblina, mas nunca explicou o motivo, sempre fala com um semblante triste e sério, o que alimenta mais ainda a minha curiosidade a respeito do que deve ter por lá.

— O que será que tem lá? — Indaguei, olhando para o horizonte não explorado à minha frente.

Decido me aproximar um pouco mais da neblina. Era frio e um pouco intenso. Escutei o barulho de um galho quebrando e rosnei olhando para o lado, mas era só um coelho. Coloquei o pé no chão que dava além da neblina e ouvi outro barulho, era um ruído diferente, estava bem mais distante, tinha alguém dentro daquela claridade intensa. Me concentrei para sentir algum cheiro, fechei os olhos e pude senti-lo, era gostoso, e estava vindo de lá, um cheiro masculino. De quem seria? Não me recordava deste cheiro, embora soasse de forma tão agradável, era novo para mim.

— Olá? — Cumprimentou o desconhecido, esperava mesmo que lhe respondesse.

O indivíduo havia realmente me notado, , de lá ele rosnou, o que me deixou surpresa e levemente assustada. Era um rosnado perigoso, de quem iria atacar se chegasse mais perto. Dei mais um passo a frente, mas uma mão me puxou, rosnei reagindo ao susto, mas logo reconheci o cheiro, era Dwou.

— Dwou, é você! Que susto, não aparece assim do nada.

— Angelic, você sabe que essa parte é proibida! — Falou levemente irritado.

— O papai nunca fala o real motivo disso, eu gostaria de entender...

— Ele tem seus motivos. Agora vamos! — Ordenou.

Ele agarrou o meu braço e me tirou dali, me desfiz da mão dele, expressando meu desgosto através de uma careta mimada. Voltamos para a vila, mas meus pensamentos estavam turbinados de curiosidade.

— Eu não vou contar para o alfa que você tentou atravessar a neblina. Mas prometa que não irá tentar isso novamente! — Disse Dwou, olhando no fundo dos olhos de Angelic.

Com os braços cruzados e olhando para o lado eu o ignorei, mas não adiantou,ele virou o meu rosto para seus olhos e me fez prometer..

— Tá, tá bom! — Redargui.

Ele soltou meu rosto, ainda transparecendo seu desapontamento quanto a minha atitude. Eu realmente não me conformava com a ideia do meu pai apenas dizer para não ir naquele lugar, entretanto, agora que sei que possa ter alguém preso por lá, não irei me conformar até realmente saber o que está acontecendo.

Me virei e vi minha mãe vindo em minha direção com um sorriso caloroso no rosto. Logo suavizei minha expressão e sorri de volta.

— Já acabou sua caminhada, querida? — Perguntou Yulia.

— Sim, mamãe! — Respondeu alegre.

Nós fomos para dentro para preparar o almoço, já era tarde e papai estava voltando dos morros. Lá no morro a matilha faz uma reunião para darem uma volta por fora da vila.

Observei mamãe cortar os temperos, sua face estava tranquila como sempre. Me senti a vontade para tocar no assunto, embora já soubesse no que resultaria.

— Mamãe... — Faz uma pausa — Depois da neblina, tem alguém lá, não é? — Perguntou, sua voz tensa.

— Como você descobriu isso? Você foi até lá? — Indagou Yulia, aflita.

— Eu cheguei um pouco perto da neblina, mas foi só isso..

— Angelic, você sabe que é proibido! — Exclamou.

— Eu sei, mas eu tenho curiosidade, o papai nunca fala inteiramente sobre o assunto! — Explicou, demostrando sua insatisfação.

Ela abaixou o olhar, deixando os temperos de lado, parecia estar se preparando para falar. Me atentei para ouvi-la.

— Há 23 anos atrás uma criança nasceu. A lua cheia tinha mandando mais um para a alcatéia, mas o pai dele não o desejava, não queria que aquela pobre criança nascesse, e quando soube que sua mulher deu a luz a ele as escondidas, a matou. A criança foi criada por todos da vila, nós o alimentava, dávamos moradia, ele tinha a vida que toda criança merece, embora morasse em vários lugares. Um dia decidiram que ele precisava saber da verdade. — Parou, encarando a vista além da janela. — Inicialmente ele parecia ter reagido bem diante da verdade, mas herdou toda a crueldade do pai. Jamais imaginariamos que algum dia ele pudesse se tornar alguém tão ruim, assim como o pai, ele encontra diversão no sofrimento alheio, na morte trágica, fez muitas vítimas por por bastante tempo...

Capítulo 3

— Então é isso, ele é um assassino... — Falou desacreditada.— E o pai dele? Ainda está na acalteia?

— Não. Ele o matou!

— O que? Mas como assim? — Perguntou chocada.

— É proibido falar disso. Agora que você já sabe de tudo, fique longe das neblinas! — Ordenou Yulia.

Mamãe não deu mais nenhuma palavra, voltou a cortar os temperos, e eu, fiquei pensando sobre o que ela me disse. Acho que ninguém se oferece para ser amigo deste rapaz, talvez depois que ele "enlouqueceu" se afastaram dele. Me levantei e fui ajudar mamãe, para que ela não percebesse que eu não iria deixar esta história para trás realmente.

Já havia passado um bom tempo desde a nossa conversa. Olho para a porta se abrindo e vejo meu tio Junyor entrar com uma cara entediada, ele sempre achou reuniões muito chatas, então nem faz questão de comparecer.

— Que cheirinho bom vindo daqui! — Falou aproximando-se.

— Claro. Quando a mamãe que está na cozinha, a comida é mágica.

Ele sentou-se no banco em frente ao balcão e pôs seus braços sobre o mesmo. Ao lado havia uma tigela com pedaços de maçã picada, serviu-lhe de uma bom passa tempo enquanto começava a falar sobre sua vida de aventuras.

— Na minha viagem para Índia comi de muitas coisas deliciosas. escorpião passado ao molho, hmmm,uma delícia! — Lambeu os lábios só por lembrar.

— Que nojo, hein! — Diz Angelic rindo.

— Você diz porque ainda não provou. — Refutou

O tio Junyor já provou de muitas culinárias diferentes, e conta histórias empolgantes das coisas que ele passou nessas viagens, ele é a diversão da casa, quando ele viaja fica um pouco entediante.

Nós vimos papai passar pela porta e abraçar mamãe por detrás,pareciam até um casal de adolescentes. Levando em conta que não envelhecemos, o que realmente importa é o sentimento não morrer...

— Meu casal preferido! — Comentou Junyor

Eles se cumprimentaram e sentaram para conversar, tio Junyor era o braço direito do papai, além de melhor amigo e quase um irmão também.

Quando estamos reunidos o tempo passa voando. Eu aproveito cada segundo com eles, cada sorriso, cada palavra dita, embora seja tão rápido o nosso momento juntos, eu jamais irei me esquecer da família que tenho.

— Não, não, não! Você já comeu quase todos! — Falou Yulia com uma voz esganiçada

— Só mais um não mata! — Disse Junyor

— Você tem o que no estômago?! — Caçoou Angelic enquanto segurava os espetos de churrasco.

O meu tio adora churrasco, se você não fosse mais rápido que ele, então ele seria mais rápido do que você.

— Ei, por que tem mais pro Jeffrey? — Indagou, indignado com a quantia no próprio prato.

— Porque não foi ele quem comeu a carne inteira.— Esbravejou Yulia.

— Qual é, assim não vale não, mana! — Indignou-se

Nós somos uma família muito única e harmoniosa, é muito raro uma discussão. Assim vivem os lobos, nós defendemos os nossos, em troca apenas de lealdade.

Já pela noite estávamos nos preparando para dormir. Subí para meu quarto e me joguei na cama, deitada olhando para o teto, comecei a lembrar do homem que está preso além das neblinas. Eu fiquei curiosa a respeito dele, queria saber mais sobre, ir mais a fundo, ou talvez, ser sua amiga. levantei-me e fui até a janela, apoiei os braços e inclinei a coluna,olhei em direção a floresta, escutava uivados fortes,era um uivo pra lua...

— É ele...

Fiquei agoniada ouvindo seu uivo, mamãe diz que quando o uivo de um lobo te deixa inquieta, é porque ele nasceu para você. O mesmo estava acontecendo comigo, era quase irresistível, mais do que tentador.

— Eu vou até lá! — Falei decidida.

Pulei a janela e segui aquele uivo encantador, mas fui cautelosa, alguém poderia me perceber, o que tinha 99% de chance. Meus pés descalços caminhavam sobre o gramado molhado em passos pequenos, seguí a estrada sem pensar em voltar e reconsiderar minha atitude, por mais errada que ela seja...

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